Local é o “epicentro do desmatamento”, diz pesquisador. Em junho, ONG mediu 150 km² de florestas derrubadas na Amazônia.
Em poucos meses, uma área de floresta equivalente a 60 vezes o Parque do Ibirapuera, em São Paulo, foi destruída nas margens da rodovia BR-163, que liga Cuiabá (MT) a Santarém (PA). Segundo relatório divulgado nesta sexta-feira (30) pelo Imazon (Instituto do Homem e meio Ambiente da Amazônia), apenas três municípios paraenses, próximos a essa estrada, concentraram 95,1 km² de florestas derrubadas.
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Pontos vermelhos mostram o desmatamento detectado no mês de junho. Em azul estão os focos de degradação florestal – quando a mata sofreu danos, mas não foi completamente derrubada. A região da BR-163 está no centro do mapa, no sul do Pará. (Foto: Imazon/Divulgação)
Na medição de junho, o estado que apresentou maior devastação foi o Pará (121 km²), seguido de Mato Grosso (11 km²), Rondônia (11 km²), Amazonas (5 km²), Tocantins (2 km²) e Acre (0,3 km²). No Amapá não foi detectado desmatamento, enquanto a porção maranhense pertencente à Amazônia Legal não foi analisada pela ONG. A cobertura de nuvens prejudicou a visibilidade dos satélites, pois cobriu 58% de toda a região.
Estrada da destruição
Para o pesquisador Adalberto Veríssimo, um dos responsáveis pelo levantamento, esse local é hoje o epicentro do desmatamento da Amazônia. “Há uma corrida muito forte de especulação de terras naquela região, e a maneira de legitimar posses é desmatando”, afirma.
Segundo o cientista do Imazon, os desmatadores da Floresta de Jamanxim têm esperanças de que o governo cancele parte da reserva, assim como foi feito em Rondônia, onde parte da Floresta Nacional do Bom Futuro foi trocada por uma reserva estadual, beneficiando invasores.
Queda do desmatamento
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