BA atenderá 500 mil de povos tradicionais

30 de dezembro de 2008

Cerca de 500 mil indígenas, quilombolas e outros membros de comunidades tradicionais da Bahia receberão investimento de mais de R$ 16 milhões por meio do Programa de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais da Bahia, que conta com o apoio do PNUD. A ação, que tem como objetivo investir em formas de geração de renda, foi lançada pelo governo do Estado no dia 18 de dezembro.

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Serão criados 80 núcleos de produção como oficinas, agroindústrias e hortas, de acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza da Bahia. Além disso, haverá criação de oficinas de capacitação profissional e construção de cisternas e unidades de beneficiamento agrícola.

Durante seis meses, uma equipe ficou responsável por levantar quais as áreas o programa deveria atender. Foram escolhidos 11 territórios em que há presença mais significativa de povos tradicionais: Recôncavo Baiano, Velho Chico, Piemonte Norte do Itapicuru, Baixo-Sul, Extremo-Sul, Litoral Sul, Sertão do São Francisco, Itaparica, Oeste Baiano, Semi-Árido Nordeste II e Região Metropolitana de Salvador.

Essas regiões foram escolhidas por concentrarem a maior parte das pessoas que o programa pretende atender: segundo a coordenadora do projeto, Ana Placidino, o levantamento identificou que nessas regiões vivem cerca de 70% dos membros de povos tradicionais da Bahia. “São povos que tem um déficit de inclusão muito grande”, diz Ana. “Precisamos garantir o acesso deles às políticas públicas.” No Brasil, o reconhecimento das comunidades tradicionais é recente. Um decreto presidencial publicado em fevereiro de 2007 determinou a necessidade de se criarem políticas públicas voltadas para estes grupos. A iniciativa baiana se encaixa dentro desse conceito, que compreende o desenvolvimento econômico dessas populações como uma forma de preservar suas heranças culturais.

A coordenadora explica que o programa baiano leva em conta dados nacionais que mostram altos índices de insegurança alimentar, além de renda menor que a média para grupos negros e indígenas. Os últimos dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) sobre o tema, de 2004, dão uma idéia dessa diferença: enquanto 7,4% dos brancos na Bahia sofria de insegurança alimentar grave, o percentual de negros nessa situação era de 15,6% (mais que o dobro).

Além dos indígenas e quilombolas, grupos terreiros, ciganos, extrativistas e de fundo de pasto serão atendidos. As atividades do programa começam a partir de 2009 e terminam em 2011.

Fonte: PNUD Brasil.

Meta do Brasil reforça posição de emergentes em reunião da ONU

8 de dezembro de 2008


Desmatamento responde por 20% das emissões em todo o planet
O anúncio inédito de metas para desmatamento no Brasil – feito pelo governo no último dia 1º – reforçou a posição de países em desenvolvimento nas negociações sobre o clima em Poznan, na Polônia, segundo especialistas que participam da 14ª reunião das Nações Unidas sobre mudanças climáticas (COP 14).

Para Doug Boucher, da Union of Concerned Scientists (União dos Cientistas Preocupados), uma ONG americana que defende soluções científicas para questões globais, os países em desenvolvimento tomaram a dianteira com iniciativas recentes de fixar metas como a África do Sul – muito dependente de usinas de carvão para gerar energia – e a Coréia do Sul.

Com o anúncio brasileiro, a tendência ganha ainda mais força, segundo Boucher, que dirige a Iniciativa para Clima e Florestas Tropicais da ONG.

"Isso representa o quarto maior emissor do planeta (dois terços das emissões brasileiras são produzidas por desmatamento) assumindo o compromisso de uma redução substantiva nos próximos dez anos."

Boucher disse ainda que uma "liderança compartilhada" parece estar se desenhando em Poznan.


"(A iniciativa) é bem-vinda, apesar dos revezes recentes em 2008. O Brasil, nos últimos anos, vem demonstrando uma determinação real em combater as causas do desmatamento", afirmou Stewart Maginnis, diretor do Programa de Conservação de Florestas da IUCN.

O especialista, ex-diretor de florestas do WWF, disse ainda que o anúncio pode facilitar um acordo para redução de emissões após 2012.

"Ao assumir uma meta antes do acordo final, que deve acontecer no ano que vem em Copenhague, o Brasil dá um sinal animador de que metas de desmatamento como parte de uma solução global para o clima são possíveis não apenas teoricamente, mas na prática", afirmou Maginnis.

No entanto, Maginnis ressalva que seria "ingênuo supor que não existirão decepções e revezes no caminho, como já aconteceu neste ano".

Nesta semana, desembarcam em Poznan ministros do meio ambiente de quase 200 países, além da aguardada equipe de congressistas que vai relatar o progresso das negociações ao futuro presidente americano, Barack Obama.

Pense de Novo - Energia e novas tecnologias

29 de novembro de 2008

Soluções para conter o aquecimento global na área de energia e novas tecnologias é o tema do último vídeo da trilogia Pense de Novo do WWF-Brasil. No mundo, o setor de energia é responsável por 37% de todas as emissões de gás carbônico, o que representa 23 bilhões de toneladas de CO2 lançadas por ano na atmosfera, ou seja, mais de 700 toneladas por segundo. Esse percentual coloca o setor de energia em primeiro lugar como emissor de gases de efeito estufa.Por enquanto, a matriz energética brasileira é considerada uma das mais limpas do planeta. Atualmente, 75% da energia elétrica gerada no país vêm de hidrelétricas. Entretanto, as termelétricas movidas a gás e petróleo têm ganhado espaço nos recentes leilões nacionais de energia. Se o Brasil optar por seguir o modelo energético das nações industrializadas, considerado mais poluente, o país contribuirá para agravar para os problemas relacionados às mudanças climáticas na Terra.




Rafinha 2.0... O mundo 2.0

26 de novembro de 2008

Se você ainda não está entendendo o que está acontecendo no mundo, ou quer resumir tudo para alguém, aqui está um ótimo vídeo criado por Gustavo Donda e a equipe da TV1, apresentado na 1ª Conferência Web 2.0... Sobre a revolução da comunicação e na economia causada pelas mudanças tecnológicas.



A TV1 é uma agência de comunicação integrada com 20 anos de mercado e domínio nas principais competências da comunicação dirigida. Sua estrutura conta com 5 áreas especialistas em diferentes mídias, entre elas a TV1.Com, uma das principais agências de marketing digital do Brasil.

Saiba mais em: www.tv1.com.br

ECOPSICOLOGIA - Espiritualidade e Meio

12 de novembro de 2008

ECOPSICOLOGIA Palestra interessante, pois o tema do meio ambiente é abordado por um ponto de vista da psicologia.

Título: Ecopsicologia: Religião, Espiritualidade e Natureza
Autor: Marco Aurélio Bilibio de Carvalho Duração: 60min

1ª Conferência de Mudanças Climáticas e Serviços Ambientais termina nesta sexta-feira em Manaus

7 de novembro de 2008

MANAUS - Instituído pelo Governo do Estado do Amazonas como o Dia da Floresta e do Clima, o dia 7, sexta-feira, marca também o encerramento da 1a. Conferência de Mudanças Climáticas e Serviços Ambientais. No decorrer da programação, será entregue ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), o primeiro Plano Estadual de Prevenção e Combate ao Desmatamento do Estado do Amazonas.


Além disso, serão apresentadas as propostas acerca das políticas públicas de combate, mitigação e adaptação às mudanças climáticas, discutidas e elaboradas nos dois primeiros dias do evento. A 1ª Conferência de Mudanças Climáticas e Serviços Ambientais está sendo realizada na Escola de Saúde da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), no bairro Cachoeirinha. A programação de encerramento começa a partir das 8h e se estende até às 12h.

Prevenção

O Plano Estadual de Prevenção e Combate ao Desmatamento do Estado do Amazonas será entregue ao Ministério do Meio Ambiente para apreciação e avaliação. No período em que ocorre tal avaliação, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS) vai disponibilizar no período de 30 dias, a partir de segunda-feira (10), o Plano na internet para a sociedade amazonense, através do endereço eletrônico www.sds.am.gov.br. Tal ação faz parte da política estadual do governo construída a partir da participação popular.

O valor para colocar em prática as ações do Plano Estadual de Prevenção e Combate ao Desmatamento é de 200 milhões de reais, divididos em quatro anos. No decorrer da programação, haverá também a participação musical do Grupo IMBAÚBA.

Para assistir a vídeos com notícias e informações sobre a Amazônia, acesse www.portalamazonia.com/videosdaamazonia. Faça o seu cadastro.

Fonte: Portal Amazônia - NR

Floresta vale mais em pé do que devastada, diz Mangabeira Unger

14 de outubro de 2008

Por Ivy Farias, da Agência Brasil

São Paulo - O ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, disse nessa segunda-feira (13) que o valor da floresta Amazônica está na sua existência. "A Amazônia vale mais em pé do que derrubada", afirmou durante apresentação do Prêmio Eco, na Câmara Americana de Comércio (Amcham), em São Paulo. "A Amazônia é um lugar privilegiado e de vanguarda, que precisa ser preservada", acrescentou o ministro.

Segundo Mangabeira, o primeiro passo para parar o desmatamento é uma reforma no que se refere às leis. "É preciso simplificar as leis e os procedimentos não só para as grandes indústrias, como também para os pequenos e médios produtores", defendeu.

O ministro disse que serão os pequenos e médios produtores os maiores responsáveis pela preservação da floresta. "Eles formarão um cinturão protetor. Nós os ajudaremos com a criação de atividades técnicas e um mecanismo para remuneração e, em troca, eles cuidarão e prestarão contas da Amazônia", disse.

Para Mangabeira, o Plano da Amazônia Sustentável (PAS) contará com o apoio do Exército e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Lula está entusiasmado com o projeto. O Exército será um grande parceiro para pôr os planos em prática pois é um interlocutor constante da Amazônia", completou.

Ainda sem data definida para começar, o PAS, segundo Mangabeira, é uma combinação de estrutura e impacto imediato. "Proponho ações que que podem começar a funcionar agora e durarão para sempre", disse.

(Envolverde/Agência Brasil)

Plano de mudança climática só prevê medidas voluntárias de redução de emissões

2 de outubro de 2008

Brasília - A versão prévia do Plano Nacional de Mudança Climática, apresentada nessa quinta-feira (25) pelos ministros do Meio Ambiente, Carlos Minc, e da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, não determina metas obrigatórias de redução de emissões de gases do efeito estufa. As medidas serão todas voluntárias, tanto para o governo quanto para o setor produtivo. O documento passará por consulta pública antes de ser enviado à sanção presidencial.

Segundo Minc, apesar de não definir metas, o plano “tem objetivos” setoriais. “Ter meta é fácil, difícil é convencer os setores, ter recursos. Em suma, a gente sempre pode fazer uma meta mais ousada, mas temos que compatibilizar o que a gente quer com cada setor. É como dizem \'tem que combinar com os russos\', com os setores que vão ter que adotar medidas para reduzir emissões”, justificou Minc.

Entre os mecanismos listados pelo plano para redução das emissões brasileiras de gases do efeito estufa, principalmente do dióxido de carbono (CO2), estão programas de eficiência energética, estímulo à produção de energias renováveis, fortalecimento dos biocombustíveis e “ações agressivas” de reflorestamento.

Sem detalhar como, o plano estima que a Petrobras evitará a emissão de mais de 20 milhões de toneladas de CO2 até 2012. Outro avanço que o governo espera conseguir voluntariamente do setor produtivo é a substituição de carvão mineral por carvão vegetal – renovável, de madeira reflorestada – na indústria siderúrgica.

Entre as ações de eficiência energética, o plano lista programas governamentais que já existem, como o Programa Nacional de Energia Elétrica (Procel) e os incentivos para troca de geladeiras que ainda utilizam gás clorofluorcarbono (CFC).

Segundo a secretária de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, Suzana Kahn, apesar de não serem novidades, as medidas deverão ganhar efetividade com o plano. “Não adiantava ter os programas, se não eram implementados. O plano vai criar a obrigação de tirar essas ações do papel”, argumentou.

Não há previsão do custo total de implantação das medidas previstas pelo plano. De acordo com o documento, os instrumentos econômicos serão detalhados na segunda versão. A previsão é que os recursos venham do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do recém-criado Fundo Amazônia e de aportes da iniciativa privada.

Fonte: Luana Lourenço, da Agência Brasil

Aumenta fome no leste da África, diz ONU

21 de setembro de 2008

Quase 17 milhões de pessoas na região conhecida como o chifre da África precisam urgentemente de alimentos e outros tipos de ajuda – quase o dobro do que no início do ano, segundo dados das Nações Unidas.

Etiópia
Etiópia sofre coma seca prolongada

A ONU afirmou que são necessários US$ 700 milhões em ajuda urgente para evitar que a região entre em situação total de fome.

O principal responsável por assuntos humanitários na ONU, John Holmes, disse que os estoques de alimentos estão criticamente baixos em algumas regiões da Etiópia, Somália, Eritréia, norte do Quênia e Uganda.

A região sofre com secas, conflitos e o aumento do preço dos alimentos.

O número de pessoas em risco pode aumentar ainda mais “se a seca piorar e a temporada de fome continuar”, disse Holmes.

“O que precisamos, essencialmente, são mais fundos, e mais fundos agora, caso contrário a situação vai se tornar ainda mais catastrófica do que já é.”

Estima-se que o total de fundos necessários para ajudar as populações em risco até o fim deste ano seja de US$ 1,4 bilhão. Quase metade desta quantia já foi levantada, disse Holmes, mas ainda faltam US$ 716 milhões.

Mas ele afirmou que este não é o fim, e que poderão ser necessários novos fundos num futuro próximo.

A Organização para Alimentos e Agricultura da ONU afirma que a alta mundial do preço dos alimentos contribuiu para o aumento da fome no mundo, aumentando em 75 milhões o número de pessoas com fome no ano passado, que chegou a 925 milhões.

O Ártico derrete

15 de setembro de 2008

E países abrem guerra para ficar com a maior reserva natural de petróleo que está debaixo dessas águas

COMPUTAÇÃO GRÁFICA SOBRE FOTO DE BELTRA/REUTERSSOBREVIVÊNCIA Ursos estão com a vida ameaçada pelo degelo e pela cobiça de cinco países

Por que o Ártico, região de mar e gelo, tornou-se fruto de cobiça de cinco países? Explica-se: sob os seus gigantescos icebergs há a maior reserva de petróleo e gás natural do mundo. O tesouro estava muito bem protegido pelo gélido clima que impedia a navegação e a exploração. Ocorre, porém, que esses obstáculos naturais estão derretendo e assim a área revelou- se fonte de enorme potencial de recursos naturais e caminho importante e estratégico de navegação. No final de maio, a Dinamarca foi a idealizadora de uma reunião, realizada na Groenlândia, na qual se encontraram representantes dos países que reclamam para si o Ártico (todos banhados por suas águas). “Que nenhuma nação ouse prejudicar a outra. A ONU decidirá quem tem direito a qual área do Pólo Norte”, declarou o ministro das Relações Exteriores da Dinamarca, Per Sitg Moeller, tentando apaziguar os ânimos. E não é sem motivo que o tom da discussão, vez ou outra, se exalte. Ali estão dez bilhões de toneladas de petróleo e gás, ou seja, um quarto das reservas de todo o planeta. São 400 bilhões de barris – para efeito de comparação, as reservas da Arábia Saudita, atualmente o maior produtor mundial, são de 262 bilhões e as do Brasil, de 12 bilhões.

Mesmo com altíssimo custo de extração, as reservas do Ártico enchem os olhos da Dinamarca, dos EUA, da Noruega, da Rússia e do Canadá. Hoje, a exploração de petróleo e gás natural é considerada inviável justamente porque é cara demais. O custo de extração beira os US$ 60 por barril, enquanto nas reservas brasileiras, por exemplo, o preço é US$ 20. Com o degelo, a maior barreira de acesso às riquezas não existirá mais, viabilizando a navegação e barateando a extração.

A região mais disputada é a Cordilheira de Lomonossov, área submersa que vai da Groenlândia à Sibéria Oriental. A Rússia diz que essa porção é ligada a seu território por uma placa continental submersa e, por isso, tem direitos sobre ela. Para comprovar sua argumentação, enviou em agosto de 2007 dois minissubmarinos nucleares a 4,3 quilômetros de profundidade para reconhecer o solo. Viktor Posselov, subdiretor do Instituto de Pesquisa Científica de Oceanologia da Rússia, declarou: “Obtivemos material suficiente para demonstrar que a cordilheira submarina de Lomonossov está conectada à plataforma e é uma continuação da periferia continental da Rússia.” Coroando a missão, os russos fincaram uma bandeira de titânio no fundo do mar.

O Ártico é russo? A questão não é tão simples. Segundo a Convenção da ONU sobre o Direito do Mar, assinada em 1982, os países da região podem estender seu território para até 370 quilômetros. Ocorre, no entanto, que essas fronteiras são delimitadas pelas placas continentais – ou seja, a corrida é para comprovar até onde vão as tais placas. A Rússia tomou a frente e depois da expedição já pode alegar que a cordilheira começa na sua placa continental. Mas Canadá e Dinamarca também reivindicam o território. O Canadá disputa com os EUA a estratégica Passagem Noroeste, uma rota marítima que liga a Europa à Ásia em um caminho aberto com o degelo e mais curto que a rota tradicional. Economicamente, as perspectivas são interessantes: o Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica dos EUA estima que em 2040 já não haverá mais gelo no verão Ártico. É bem possível, porém, que não seja preciso esperar tanto. O oceanógrafo espanhol Carlos Duarte afirma que em 2015 as muralhas de água congelada não mais existirão e, segundo ele, no verão de 2007 houve um degelo mais abrupto do que o que estava sendo observado: “Derreteram-se aproximadamente 20 quilômetros de gelo, e isso diariamente.” Alarmante? Para os cinco países banhados pelas águas do Ártico, acelerados na corrida pelo petróleo, não; para os ambientalistas, sim.

Fonte: Istoé Independente

Derretimento no Ártico atingiu nível crítico, dizem cientistas


geleira no Ártico
Verões sem gelo afetariam animais e habitantes do Ártico


Cientistas americanos advertiram que a área coberta de gelo no Ártico se reduziu a seu segundo menor nível desde o início dos registros por satélite, há 30 anos - o pode indicar que o derretimento chegou a um nível em que seus efeitos começam a se tornar irreversíveis.

O derretimento este ano foi medido mais cedo que o normal. Por isso, os cientistas acreditam que a área pode diminuir ainda mais, para uma superfície menor que a registrada em setembro do ano passado, a menor já registrada.

"Podemos muito bem estar em uma rápida trajetória rumo a superar um ponto sem volta", disse o cientista sênior do Centro Nacional de Monitoramento de Neve e Gelo (NSIDC, sigla em inglês), no Colorado, Mark Serreze. "Estamos passando agora por esse ponto."

Em 26 de agosto, a área coberta de gelo do Ártico media 5,26 milhões de quilômetros quadrados.

Em 2005, foi registrada uma área coberta semelhante, de 5,32 milhões de quilômetros quadrados - mas a medição desse ano foi feita em setembro, um mês antes da medição deste ano.

No recorde de derretimento, registrado em setembro de 2007, o gelo cobria apenas 4,13 milhões de quilômetros de quadrados. A título de comparação, a extensão de 1980 era de 7,8 milhões de quilômetros quadrados.

A maior parte da cobertura atual consiste em uma camada relativamente fina de gelo, formada durante um só inverno e que derrete mais facilmente que o gelo formado ao longo de muitos anos.

Verões sem gelo

Independentemente de o recorde de 2007 se manter ou ser quebrado nas próximas semanas, a tendência no longo prazo é evidente, dizem os cientistas: o gelo está declinando de forma mais acentuada que há uma década, o que transformará progressivamente o Ártico em uma região de mar aberto durante o verão.

Uma previsão feita há alguns anos estimava que até 2080 o verão ártico se caracterizará por ser uma estação sem gelo.

Posteriormente, modelos de computador começaram a antecipar as datas para algo entre 2030 e 2050; hoje, alguns cientistas crêem que isto pode ocorrer dentro de cinco anos.

Um fenômeno que trará novas oportunidades, incluindo a chance de explorar petróleo e gás na região. A queima deste combustível elevaria o nível das emissões de gases que causam o efeito estufa na atmosfera.

A ausência de verões gelados no Ártico teria impactos locais e globais. A imagem do urso polar em busca de gelo já é familiar; mas outras espécies, como focas, também sofreriam mudanças em seu hábitat, assim como muitos habitantes do Ártico.

Globalmente, o derretimento do gelo ártico reforçaria o fenômeno do aquecimento, já que águas abertas absorvem mais energia do sol que o gelo.

'Comam menos carne', diz principal cientista da ONU

7 de setembro de 2008

Carne
ONU diz que produção de carne lança mais gases que transporte
As pessoas deveriam considerar comer menos carne como uma forma de combater o aquecimento global, segundo o principal cientista climático da Organização das Nações Unidas (ONU).

Rajendra Pachauri, que preside o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), fará a sugestão em um discurso em Londres na noite desta segunda-feira.

Números da ONU sugerem que a produção de carne lança mais gases do efeito estufa na atmosfera do que o setor do transporte.

Mas um porta-voz da União Nacional dos Fazendeiros da Grã-Bretanha disse que as emissões de metano de fazendas estão caindo.

Pachauri acaba de ser apontado para um segundo termo de seis anos como presidente do IPCC, o órgão que reúne e avalia os dados sobre clima dos governos mundiais, e que já conquistou um prêmio Nobel.

“A Organização da ONU para Agricultura e Alimentos (FAO) estima que as emissões diretas da produção de carne correspondem a 18% do total mundial de emissões de gases do efeito estufa”, disse à BBC.

“Então eu quero destacar o fato de que entre as opções para reduzir as mudanças climáticas, mudar a dieta é algo que deveria ser considerado.”

Clima de persuasão

O número da FAO de 18% inclui gases do efeito estufa liberados em todas as etapas do ciclo de produção da carne – abertura de pastos em florestas, fabricação e transporte de fertilizantes, queima de combustíveis fósseis em veículos de fazendas e as emissões físicas de gado e rebanho.

As contribuições dos principais gases do efeito estufa – dióxido de carbono, metano e óxido nítrico – são praticamente equivalentes, segundo a FAO.

O transporte, em contraste, responde por apenas 13% da pegada de gases da humanidade, segundo o IPCC.

Pechauri irá falar em um encontro organizado pela organização Compassion in World Farming, CIWF (Compaixão nas Fazendas Mundiais, em tradução-livre), cuja principal razão para sugerir que as pessoas reduzam seu consumo de carne é para reduzir o número de animais em indústrias pecuárias.

A embaixadora da CIWF, Joyce D’Silva, disse que pensar nas mudanças climáticas poderia motivar as pessoas a mudarem seus hábitos.

“O ângulo das mudanças climáticas pode ser bastante persuasivo”, disse.

“Pesquisas mostram que as pessoas estão ansiosas sobre suas pegadas de carbono e reduzindo as jornadas de carro, por exemplo; mas elas talvez não percebam que mudar o que está em seu prato pode ter um efeito ainda maior.”

Benefícios

Há várias possibilidades de redução dos gases de efeito estufa associados aos animais em fazendas.

Elas vão de ângulos científicos, como as variedades de gado geneticamente criadas para produzir menos metano em flatulências, até reduzir a quantidade de transporte envolvido, comendo animais criados localmente.

“A União Nacional dos Fazendeiros da Grã-Bretanha está comprometida em assegurar que a agropecuária seja parte da solução às mudanças climáticas, e não parte do problema”, disse à BBC uma porta-voz do órgão.

“Nós apoiamos fortemente as pesquisas com o objetivo de reduzir as emissões de metano dos animais de fazendas, por exemplo, mudando suas dietas e usando a digestão anaeróbica.”

As emissões de metano de fazendas britânicas caíram 13% desde 1990.

Mas a maior fonte mundial de dióxido de carbono vindo da produção de carne é o desmatamento, principalmente de florestas tropicais, que deve continuar enquanto a demanda por carne crescer.

D’Silva acredita que os governos negociando um sucessor ao Protocolo de Kyoto deveriam levar esses fatores em conta.

“Eu gostaria de ver governos colocarem metas para a redução de produção e consumo de carne”, disse.

“Isso é algo que deveria provavelmente acontecer em nível global como parte de um tratado negociado para mudanças climáticas, e seria feito de forma justa, para que as pessoas que têm pouca carne no momento, como na África sub-saariana, possam comer mais, e nós no oeste comeríamos menos.”

Pachauri, no entanto, vê a questão mais como uma escolha pessoal.

“Eu não sou a favor de ordenar coisas como essa, mas se houver um preço (global) sobre o carbono, talvez o preço da carne suba e as pessoas comam menos”, disse.

“Mas, se formos sinceros, menos carne também é bom para a saúde, e ao mesmo tempo reduziria as emissões de gases do efeito estufa.”

Fonte:

Benefícios ambientais do biodiesel são questionados por cientista brasileiro

28 de agosto de 2008

Por Luiza Caires

Ainda é precipitado afirmar que o biodiesel é um combustível mais limpo que o petrodiesel (diesel combustível). "Nas condições brasileiras, o biodiesel é considerado menos poluente em alguns aspectos, e em outros mais. O metanol utilizado como reagente para sua produção pode ser um problema, pois utiliza o gás natural como matéria-prima, que é um combustível não-renovável", revela o engenheiro químico André Moreira de Camargo. Na Escola Politécnica da USP, o engenheiro fez um inventário do ciclo de vida do metanol, álcool usado como reagente no processo de produção do biodiesel.

Avaliação do ciclo de vida do biodiesel

A Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) é uma ferramenta de gestão ambiental utilizada para determinar o impacto de determinado produto ou processo. A metodologia permite mapear o produto "do berço até o túmulo", calculando todo gasto de energia e poluição gerada desde a extração e processamento, passando pelo seu transporte, uso e destino final.

O estudo de Camargo é o primeiro a fazer esta análise sobre o ciclo de vida do metanol considerando as condições brasileiras. "Para realizar a ACV é necessário se ater às condições específicas do local onde o produto é feito, transportado e utilizado. No Brasil, por exemplo, a malha de transporte é basicamente rodoviária, então isto tem de ser levado em consideração nos cálculos de energia gasta e na poluição gerada quando utilizamos este meio de transporte", esclarece o pesquisador.

Metanol versus etanol

O inventário feito pelo pesquisador representa um primeiro passo para esclarecer esses pontos, mas ele ressalta que ainda é preciso fazer uma comparação do metanol com o mesmo tipo de estudo sobre o ciclo de vida do etanol nas condições apresentadas no Brasil, já que estudos feitos em outros países não traduzem corretamente a carga ambiental do combustível: matriz energética, condições de extração e transporte e a própria matéria-prima do etanol podem variar.

Aprimoramento dos estudos

Além disso, mesmo o ACV do metanol pode ser aperfeiçoado, modificando-se e ampliando-se o escopo contemplado nos cálculos. "O escopo corresponde aos fatores levados em consideração nos cálculos. Ele varia conforme o objetivo do estudo e as hipóteses consideradas pelo pesquisador, que deve utilizar seu bom senso. Devo avaliar se é importante incluir o impacto ambiental da produção do parafuso usado no equipamento de extração do gás, por exemplo, sempre lembrando que quanto mais extenso for este escopo, mais complexa ficará a ACV, e mais tempo levará para ser feita", explica.

Gestão ambiental

Avaliação do Ciclo de Vida é regulamentada por uma norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABTN) com o número NBR14040, derivada do ISO 1400, que especifica normas e metodologias de gestão ambiental. Apesar de a base de dados de ACV no Brasil ainda ser pequena, a tendência é que iniciativa privada e governo adotem cada vez mais esta metodologia, como têm feito algumas empresas. No âmbito da universidade, equipes como o Grupo de Prevenção da Poluição (GP2) da Poli estão se propondo a expandir esta base.

"A ACV é uma ferramenta que permite comparar produtos e serviços do ponto de vista ambiental, e estes estudos sempre podem ser ampliados e aperfeiçoados. Além disso, ela permite que se identifiquem os chamados 'gargalos de processos', indicando o que é preciso mudar para diminuir o impacto ambiental, seja com investimento em novas tecnologias ou mudanças na fonte energética usada", destaca o engenheiro.

Carlos Minc defende desconstituição da Floresta Nacional de Roraima

21 de agosto de 2008

Por LORENNA RODRIGUES
da Folha Online, em Brasília

O ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) anunciou nesta quarta-feira que vai encaminhar à Presidência da República para ser levado ao Congresso um projeto de lei de desconstituição da Floresta Nacional de Roraima.

A reivindicação foi feita por parlamentares do Estado, que alegam que na área da floresta já existe atividade agrícola e reservas indígenas.

"Os argumentos têm consistência e a floresta será desconstituída. Não será criada mais nenhuma unidade de conservação antes de conversar com o governo e parlamentares de cada Estado", afirmou ele durante audiência pública na Comissão de Agricultura da Câmara.

Minc disse ainda que a prioridade de sua gestão será cuidar das unidades de conservação já existentes e não criar novos parques.

O ministro anunciou que no dia 26 de setembro será divulgado o primeiro plano brasileiro de mudanças climáticas. Ele adiantou também que, no mês de julho, o desmatamento na Amazônia diminuiu em mais de 50%.

"Sou rigoroso e o desmatamento está caindo em cima do [combate ao] crime ambiental e vai continuar", afirmou.

Nos próximos dias, Minc e os agricultores irão discutir a alteração de prazos previstos no decreto que regulamenta a Lei de Crimes Ambientais.

O ministro adiantou que, caso o setor considere os prazos estabelecidos no decreto inexeqüíveis, eles poderão ser ampliados.

Segundo Minc, o decreto tem 160 artigos, 10% deles referentes à Agricultura, e prevê que os agricultores se adaptem às novas regras, como a preservação de matas ciliares e a criação de reservas legais.

Agricultura brasileira pode perder R$ 7,4 bi com aquecimento em 2020, diz estudo

11 de agosto de 2008

Por
O Brasil poderá ter prejuízos de até R$ 7,4 bilhões no seu PIB agrícola em 2020 e ter sua geografia de produção desfigurada se não agir para mitigar os efeitos do aquecimento global, prevê um estudo realizado pela Embrapa e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

“As mudanças do clima devem ser tão intensas a ponto de mudar a geografia da produção nacional. Municípios que hoje são grandes produtores poderiam não ser mais em 2020”, diz o estudo, que será divulgado nesta segunda-feira durante o Congresso Brasileiro de Agribusiness, em São Paulo.

Com base no relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), da ONU, os cientistas projetaram os impactos das mudanças climáticas em nove dos principais produtos agrícolas do país e concluíram que, à exceção da cana-de-açúcar e da mandioca, todas perderiam área de cultivo.

Foram simulados dois cenários para os anos de 2020, 2050 e 2070: o A2, mais pessimista em que pouco é feito para reduzir as emissões de CO2 e com aumento da temperatura entre 2°C e 5,4ºC até 2100, e o B2, um pouco mais otimista, que prevê aumento de temperatura entre 1,4°C e 3,8ºC.

No melhor cenário, os prejuízos calculados variam de R$ 6,7 bilhões, em 2020, a R$ 12,1 bilhões em 2070; no mais pessimista, o impacto negativo anual seria de R$ 7,4 bilhões no ano de 2020 e R$ 14 bilhões em 2070.

“Se nada for feito para mitigar os efeitos das mudanças climáticas ou adaptar as culturas para a nova situação, deve ocorrer uma migração de plantas para regiões que hoje não são de sua ocorrência em busca de condições climáticas melhores”, afirmam os autores do trabalho, Eduardo Assad, da Embrapa, e Hilton Silveira Pinto, da Unicamp.

Amazônia

No processo descrito pelos cientistas, o aumento da temperatura deve promover um crescimento do que chamam de evapotranspiração (perda de água por evaporação do solo e transpiração das plantas) e, conseqüentemente, um aumento na deficiência hídrica. “As regiões mais secas ficam mais secas ainda”, explica Assad.

Na análise das regiões, a Nordeste é a que mais perde com a transformação do semi-árido em árido e do Agreste em Semi-Árido.

“A gente mostrou que, conforme foi dito no IPCC, as regiões mais pobres, principalmente o Nordeste, vão ser as mais atingidas”, disse Assad.

O estudo não inclui a Amazônia porque a região não está contemplada no Zoneamento de Riscos Climáticos, instrumento com base no qual foram feitas as projeções, mas os cientistas destacam a importância da redução do desmatamento para conter as emissões dos gases que provocam a elevação das temperaturas.

Soja

Principal produto agrícola exportado pelo país, a soja seria a mais prejudicada, podendo concentrar metade de todas as perdas em 2070.

“No pior cenário, as perdas podem chegar a 40% em 2070, em decorrência do aumento da deficiência hídrica e do possível impacto dos veranicos mais intensos”, diz o estudo.

Com base nesses dados, os pesquisadores afirmam que as estimativas do Ministério da Agricultura - de que o Brasil passará a responder por 33% da produção mundial de soja em 2017/2018, ultrapassando os EUA - “podem estar otimistas demais” e que a falta de ação frente às mudanças climáticas poderia “afetar a capacidade competitiva do país”.

A migração de culturas para o sul, onde o custo de produção é mais alto, elevaria os preços dos produtos brasileiros. Uma elevação de até 20% seria necessária para manter o crescimento da pecuária.

Por outro lado, a cana seria a principal favorecida, podendo ampliar sua área potencial atual de 6 milhões de hectares para quase 17 milhões de hectares em 2020 no cenário mais otimista, com aumento da sua presença na região Sul, onde hoje enfrenta restrições.

O estudo cobra do agronegócio “soluções a médio e longo prazo para minimizar o problema”, sugerindo como principal a adoção de práticas que impeçam o avanço do desmatamento para a abertura de novas áreas para o plantio.

“Os cerca de 100 milhões de hectares de pastos degradados existentes hoje no país, se bem trabalhados, podem abrigar a expansão agrícola sem que seja preciso derrubar mais árvores. Em paralelo, é possível adotar sistemas que sejam capazes de seqüestrar carbono da atmosfera.”

Filme - Flor do Mangue (Parte 2)

6 de agosto de 2008

Os impactos antrópicos relacionados principalmente ao desmatamento dos altos e médios cursos das bacias dos Rios Macaé, Macabu e Ururaí/Imbé, aos acidentes industriais de grandes proporções que impactaram a bacia do Rio Paraíba do Sul, à falta de saneamento básico na região, à ocupação desordenada e à poluição dos manguezais e dos estuários situados na sua zona costeira, vêm sendo objeto de estudo de diversos núcleos de pesquisa do CEFET Campos, mas parecem muitas vezes de transposição de linguagem para adequada divulgação nas comunidades atingidas. Nesse contexto se inserem os vídeos produzidos pela equipe do Núcleo de Pesquisa em Petróleo, Energia e Recursos Naturais (NUPERN) desde antes da sua institucionalização.
Vídeo "A Flor do Mangue":

® Duração: 11 min;
® Temática: Gestão Ambiental
® Direção Geral: Maria Inês P. Ferreira (Coordenadora do Mestrado Profissional em Engenharia Ambiental do CEFET Campos);
® Roteiro: Suzanna Gatay e Henrique Lugério (alunos do Ensino Médio da UNED Macaé do CEFET Campos);
® Adaptação, Produção e Pesquisa: alunos do Ensino Médio da UNED Macaé do CEFET Campos e pesquisadores do NUPERN

Premiado pela Fundação Oswaldo Cruz.

O Biodiesel da sua panela

20 de julho de 2008

Os moradores e empresas de São Paulo e Salvador podem doar o óleo usado a Comanche Clean Energies. A dica é da Lucia Freitas, do blog LadyBug.

“A Comanche, que produz etanol e biodiesel com capital norte-americano e expertise brasileira, se propõe a ir até a porta da sua casa ou estabelecimento para buscar o óleo de cozinha. Ganham eles, com matéria prima para o seu biodiesel, ganha o ambiente - porque a gente já sabe que 1 litro de óleo polui milhões de litros de água.

Para doar, é fácil, simples e indolor. Você peneira o óleo USADO e guarda (sem resíduos sólidos, por favor) numa garrafa PET. Tampa e convoca o batalhão verde da empresa (telefone: 0800-723-1180 ou pelo e-mail doeoleo@comanche.com.br).

Para hotéis, bares e restaurantes, é preciso usar os galões que a própria empresa fornece (os volumes são maiores). Mas o canal de contato é o mesmo”.
Fonte: Alexandre Mansur - Blog do Planeta

Filme - Flor do Mangue (Parte 1)

19 de julho de 2008

Produção de Vídeos de Educação Ambiental como Ferramenta da Gestão Participativa de Áreas Protegidas

Os impactos antrópicos relacionados principalmente ao desmatamento dos altos e médios cursos das bacias dos Rios Macaé, Macabu e Ururaí/Imbé, aos acidentes industriais de grandes proporções que impactaram a bacia do Rio Paraíba do Sul, à falta de saneamento básico na região, à ocupação desordenada e à poluição dos manguezais e dos estuários situados na sua zona costeira, vêm sendo objeto de estudo de diversos núcleos de pesquisa do CEFET Campos, mas carecem muitas vezes de transposição de linguagem para adequada divulgação nas comunidades atingidas.

Nesse contexto se inserem os vídeos produzidos pela equipe do Núcleo de Pesquisa em Petróleo, Energia e Recursos Naturais (NUPERN) desde antes da sua institucionalização. Totalmente construídos por equipes de alunos e professores da Unidade Macaé do CEFET Campos, os dois primeiros vídeos ("Lendas das Águas" e "BemVindo à Tapera. Volte Sempre" têm sido apresentados em eventos populares e acadêmicos, alcançando boa aceitação em sua proposta pioneira: mesclar roteirização ficcional de histórias e lendas regionais, com depoimentos de especialistas e membros das comunidades, resgatando aspectos culturais relativos à ocupação da região e relacionando tais aspectos à atual situação ambiental regional.

Dessa forma, este trabalho de produção de vídeos, inserido metodologicamente no campo da etnoecologia, vem transformando e levando à reflexão não só os participantes e integrantes da equipe de produção, mas também o público-alvo do produto: as comunidades da MRA-5. Num processo dialógico no qual o produto - os vídeos - é importante, mas não é fim em si mesmo, a necessidade de institucionalização das atividades executadas no único projeto interdisciplinar envolvendo alunos e professores do Ensino Médio da Unidade Macaé, levou a equipe do NUPERN à produção de seu novo vídeo, "A Flor do Mangue", curta-metragem temático que visa estimular a reflexão acerca do processo de ocupação dos manguezais no Norte Fluminense e de suas relações com as populações pesqueiras da região.

Os trabalhos a serem desenvolvidos na presente proposta vem ao encontro da necessidade de mobilização social para reversão do quadro de degradação ambiental de áreas protegidas, definidas como áreas de preservação permanentes (APPs) pela legislação ambiental brasileira, situadas na ecorregião aquática fluminense, que encontra-se classificada como em estado preocupante relativamente à disponibilidade de recursos hídricos (vazão demandada sobre vazão acumulada), conforme evidenciado no documento recém lançado pela Secretaria de Recursos Hídricos do MMA e considerada prioritária para pesquisas relativas à conservação ambiental e ao uso sustentável pelo CNPq.
Vídeo "A Flor do Mangue":

® Duração: 11 min
® Temática: Gestão Ambiental
® Direção Geral: Maria Inês P. Ferreira (Coordenadora do Mestrado Profissional em Engenharia Ambiental do CEFET Campos)
® Roteiro: Suzanna Gatay e Henrique Lugério (alunos do Ensino Médio da UNED Macaé do CEFET Campos)
® Adaptação, Produção e Pesquisa: alunos do Ensino Médio da UNED Macaé do CEFET Campos e pesquisadores do NUPERN




Link: Youtube

Geleiras do Peru podem sumir em 25 anos

17 de julho de 2008


Geleira no Peru
Cientistas dizem que as geleiras andinas estão derretendo em um ritmo tão acelerado que correm o risco de desaparecer completamente em 25 anos.

Especialistas em glaciologia se reuniram no Peru nesta semana para discutir formas de frear o derretimento das geleiras, que são uma importante fonte de água e hidroenergia para milhões de pessoas.

Um relatório recente da Universidade do Pacífico do Peru prevê que, em 2025, 70% da população andina vai ter grandes dificuldades de acesso a fontes de água limpa por causa do derretimento das geleiras.

Seu navegador parece ser incapaz de executar vídeo ou áudio.<br /><a href="+url.clipurl+">>Usar o Windows Media Player </a>

Veja Assista ao vídeo original

O fenômeno também pode levar a perdas de até US$ 30 bilhões por ano. "Se quisermos salvar as geleiras, não podemos ficar sem fazer nada", diz Wilson Suarez, professor da Universidade de Montpellier, na França.

"É um processo global, a tempertaura vai aumentar", acrescenta Suarez. "Estudos têm de ser feitos e temos de nos adaptar com base nos resultados destes estudos."

Ser ou Não Ser...

16 de julho de 2008

Reflexão: Nós somos macacos? Assista o vídeo e o responda...

Investimentos em tecnologia limpa batem recorde

11 de julho de 2008

Os investimentos em tecnologias limpas atingiram um recorde global no último trimestre, com US$ 2 bilhões investidos em empresas do tipo.

O grupo Cleantech, que promove investimentos em negócios ecológicos, disse que a indústria está desafiando tendências de quedas no setor de venture capital - empresas que realizam investimentos de alto risco.

"A indústria de tecnologias limpas está apenas começando e empresas de venture capital vêem um potencial real de retorno", diz o diretor de pesquisas do Cleantech, Brian Fan.

Um relatório do Cleantech identificou 96 investimentos globalmente.

Com a escalada nos preços dos combustíveis, as empresas mais beneficiadas pela nova onda de investimento têm sido as de energia solar e de bicombustíveis de segunda geração.

"Os dados mostram um apetite cada vez maior por tecnologias limpas que podem substituir o carvão na geração de eletricidade e o petróleo como forma de combustível com o objetivo de resolver problemas globais", afirma Fan.

Grande fluxo

A empresa Foundation Capital, com sede no Vale do Silício, ficou em segundo lugar na lista de empresas de venture capital que mais investem em tecnologia limpa.

"Nos últimos 12, 18 meses, tem havido um grande fluxo de investimento. O setor promete ser um grande mercado com investimentos com chances de crescer para um montante entre US$ 6 trilhões e US$ 20 trilhões nos próximos 20 anos", afirma Steve Vassallo, principal investidor do grupo.

Mas ele afirma que com a pressa em investir vêm também os riscos.

"Há muito dinheiro entrando em setores como biocombustíveis e energia solar e, na verdade, há poucas empresas confiáveis."

Por isso, Vassallo disse à BBC que a empresa prefere investir em empresas que usam tecnologia para fazer com que os recursos atuais funcionem de maneira mais eficiente.

Bay Area

Segundo o documento preparado pela Cleantech, quase três quartos dos investimentos feitos no último trimestre foram realizados nos Estados Unidos, com a região californiana de Bay Area atraindo 40% desse montante.

"Na região de Bay Area, há veteranos que sabem como criar empresas e trazer ao mercado, com sucesso, novas tecnologias", disse Fan.

Empresas européias, especialmente na Grã-Bretanha, receberam 13% dos investimentos, seguidas das chinesas, com 12%.

Humanidade tem 7 anos para estabilizar emissões, diz IPCC

6 de julho de 2008

O presidente do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês) da Organização das Nações Unidas, Rajendra Pachauri, afirmou que a humanidade tem apenas sete anos para estabilizar as emissões de gases que causam o efeito estufa.

O presidente do IPCC, Rajendra Pachauri
UE precisa liderar negociação
sobre mudança climática, diz Pachauri

"Temos uma janela de oportunidade de apenas sete anos, pois as emissões terão que chegar ao máximo até 2015 e diminuir depois disso. Não podemos permitir um atraso maior", afirmou.

Pachauri disse a ministros da União Européia, que participam de uma reunião de dois dias em Paris, que as tentativas de enfrentar o problema vão fracassar se o bloco não assumir a liderança nas negociações mundiais.

"Se a União Européia não liderar, temo que qualquer tentativa de fazer mudanças e de gerenciar o problema da mudança climática vai desmoronar", disse. "Vocês não conseguirão trazer os Estados Unidos, a América do Norte (para as negociações). Vocês não conseguirão trazer outros países do mundo também."

Limite

A União Européia quer limitar o aquecimento total desde a época pré-industrial a dois graus, objetivo também estabelecido por muitos cientistas.

Pachauri também alertou para esta meta, pois, segundo ele, estão surgindo provas de que a mudança climática está se acelerando mais do que o previsto. Ondas de calor e enchentes estão aumentando e as temperaturas subindo, o que causa o derretimento das geleiras.

Atualmente estão ocorrendo negociações para um novo acordo global que possa substituir o Protocolo de Kyoto, quando seu prazo de vigência for encerrado em 2012.

Em 2007 o IPCC e o ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore dividiram o prêmio Nobel da Paz, pelo trabalho de pesquisa e alerta a respeito do aquecimento global.


O Dono da Água

3 de julho de 2008



O Pirata do Ouro Azul


Um homem na faixa dos 30, bem vestido, de boa aparência, entrou no escritório da Manchete em NY, se apresentou como engenheiro, abriu uma pasta e me disse: inventei o motor a água.

Como eu sei que jamais serei o jornalista que vai receber um furo destes de mão beijada, estas revelações não me animam. O primeiro pensamento é: "como tiro este maluco daqui".

-E como funciona seu motor?

-Isto eu não posso contar, porque se contar as multinacionais vão roubar.

-O sr. pode me mostrar o motor funcionando?

-Também não, porque ainda não está pronto.

Depois de mais de uma hora, finalmente, se mancou. Disse a ele: “quando ficar pronto não deixe de me procurar”. Isto foi há uns 30 anos. Vai ver que ele vendeu a invenção para o Clarity da Honda, movido a hidrogênio.

Há menos tempo um empresário rico e visionário me telefonou do Brasil. Precisava de tudo que a ONU tinha sobre água - tratados, pesquisas, vídeos. Urgente, para ontem.

Até minha amiga Sônia Nolasco, que trabalhava ONU, entrou na corrida da água. O material foi enviado via Fedex e até hoje nem um vapor de agradecimento. Sorry, Sônia.

Na beira de um precioso, transparente e histórico riacho - o Beaverkill River - a duas horas de Manhattan, eu e o cinegrafista Paulo Zero estávamos tentando pescar uma das enormes trutas perfeitamente visíveis a menos de dois metros de profundidade. Elas chegavam, davam voltas nas minhocas e nem beliscavam. Gordas e preguiçosas.

Apareceram quatro homens, nos deram boa tarde e um deles perguntou como ia a pescaria.

-Péssima.

-Ainda bem porque se vocês tivessem tirado uma truta iriam para a prisão. No mínimo pagariam uma multa. Este rio é meu e dos meus três sócios.

-Mesmo se vocês tivessem comprado licença de pescar, aqui é proibido. Não é público. Nós compramos não só o rio como colocamos as trutas.

-Somos hóspedes do dono da terra.

-A terra é dele, o rio é meu.

-E porque as trutas não comem as minhocas?

-Porque a época das minhocas já passou. Agora, só mordem isca artificial.

-Desculpem. No Brasil é diferente - e, sem argumentos, recolhemos a tralha.

Tanta história para dizer que água é o novo petróleo, o ouro azul, e T. Boone Pickens é o Rockefeller moderno. Ficou bilionário com petróleo, gás e comprando empresas que não estavam à venda. Mereceu capa do Time em 85 como mestre no jogo da pirataria empresarial, aquisições agressivas.

Em 71, Pickens tinha comprado um pedaço de terra no Texas para caçar codornas. Depois comprou tudo que estava em volta, comprou mais e mais e também o que estava embaixo da terra, sempre em busca de água numa região árida. Acumulou 275 mil quilômetros quadrados.

Hoje é o maior proprietário de água dos Estados Unidos, tem 280 bilhões de litros por ano para vender e negocia com Dallas, carente de água. Para Pickens, a era da energia fóssil chegou ao fim.

Um litro de água de torneira custa hoje 0.1 centavo de dólar no mercado, nas cidades onde é subsidiada pelas prefeituras, mas esta mamata vai acabar. Em Nova York já acabou.

A conta de água do meu prédio, uma cooperativa , era menos de 200 dólares por ano. A nova é de 1.600 e ainda está barata comparada com histórias da vizinhança. Os fiscais batem na porta, deixam avisos e ameaçam com multas. Vão instalar novos medidores.

T. Boone Pickens tem 80 anos, não tem pressa e nada a perder. O barril dele está cheio e vale ouro.

Fonte:

Aumento da temperatura leva plantas a buscarem lugares mais altos

2 de julho de 2008

http://www.coljxxiii.com.br/webquest/aquecimento_global1.jpg

O aquecimento global faz com que muitas espécies de plantas busquem terrenos mais altos e, portanto, mais frios para sobreviver, diz um estudo de um grupo internacional de botânicos divulgado pela revista americana "Science".

Segundo cientistas franceses, americanos e chilenos, essa procura por temperaturas mais baixas levou certas espécies a ir atrás de habitats em média 29 metros mais elevados. "Habitualmente é difícil estabelecer o impacto da mudança climática sobre as espécies porque há muitos fatores que influem", disse em uma teleconferência Pablo Marquet, da Universidade Católica do Chile.

Os pesquisadores da Universidade Louis Pasteur (França), do Instituto Santa Fé (Estados Unidos) e da Universidade Católica chegaram a essa conclusão ao comparar a distribuição de 171 espécies florestais em seis cadeias montanhosas européias. As medições foram realizadas entre 1905 e 1985 e entre 1986 e 2005.

Horizontal e vertical - De acordo com os cientistas, as mudanças no clima afetam tanto a distribuição horizontal das plantas quanto a em alturas. Por outro lado, eles afirmam que as espécies botânicas de montanha são as que mostram maior tendência a emigrar para lugares mais altos.

Segundo os cientistas, isso confirma a teoria de que as espécies vegetais são mais sensíveis às mudanças do clima em zonas altas. Para o grupo de botânicos, o resultado de sua pesquisa ajuda a entender melhor o impacto atual e potencial da mudança climática sobre os ecossistemas florestais. Porém, os especialistas ressaltaram que estes resultados são preliminares e que é necessário realizar mais estudos.

Fonte: Portal REMADE / G1.

Comida vegetariana reduz aquecimento global, diz McCartney

Para Paul McCartney, existe uma maneira simples de contribuir na luta contra as emissões de CO2 que causam as mudanças climáticas: comer pratos vegetarianos todas as segundas-feiras.

Segundo o ex-Beatle, entrevistado pela revista britânica especializada em alimentos The Grocer, evitar a carne um dia por semana é um hábito já muito difundido na Austrália, onde os consumidores estão conscientes do impacto ambiental dos grandes rebanhos de gado. "Muita gente vai às segundas-feiras na academia", explica o músico, que há muitos anos é um vegetariano militante, "a segunda-feira sem carne é um pouco como esse hábito de ir à academia, e além do mais você ajuda o planeta".

Para Paul, se você não pode renunciar completamente à carne, eliminar por um dia já é um passo a frente. "Uma das conclusões mais significativas do último relatório da ONU sobre mudanças climáticas é que teremos que comer menos carne. Não é a Sociedade Vegetariana que afirma isso, é a ONU", lembra Paul. (Fonte: Estadão Online)

http://turma.sapo.pt/gfx/267336.gif


Carteira da preservação

30 de junho de 2008

Criada em novembro de 2006 pelo Ibama, em parceria com o Ministério Público Federal e o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade, a Carteira Fauna Brasil tem o objetivo de levantar recursos e investí-los em projetos de conservação de animais silvestres e recursos pesqueiros. Até agora, 2,7 milhões de reais oriundos de um Termo de Compromisso assinado entre o Ibama e empresas responsáveis por estudos sísmicos para a prospecção de petróleo já foram injetados em sete iniciativas de proteção à fauna marinha. Elas estão em diferentes locais da costa brasileira.

http://www.rsi.com.br/clientes/dados/funbio.gif

O que é a História das Coisas?

13 de junho de 2008


O que é a História das Coisas? ... Desde a sua extração até à venda, uso e disposição, todas as coisas que compramos e usamos na nossa vida afetam as sociedade no nosso país e noutros países, mas a maioria disto é propositadamente escondido dos nossos olhos pelas empresas e políticos. A História das Coisas é um documentário de 20 minutos, rápido e repleto de fatos que olha para o interior dos padrões do nosso sistema de extração, produção, consumo e lixo. A História das Coisas expõe as conexões entre um enorme número de importantes questões ambientais e sociais, demonstrando que estamos a destruir o mundo e a auto-destruirmo-nos, e assim apela-nos a criar um mundo mais sustentável e justo para todos e para o planeta Terra. Este documentário vai-nos ensinar algo, fará ri, e acabará por mudar para sempre a maneira como olhamos para todas as coisas que existem na nossa vida. Um excelente documentário a não perder. ....................... http://www.storyofstuff.com



Essa é a realidade APARENTEMENTE inevitável


cómo quedará La Manga con la subida del nivel de mar

Em livro publicado pelo Greenpeace há fotomontagem que mostra a costa de Murcia, na Espanha, e a projeção de como ela ficará em três décadas se não houver ações contra o aquecimento global

Protesto contra descaso do governo da Bahia em Salvador

10 de junho de 2008

Organizações não-governamentais da Bahia entregam ao governo do estado Manifesto pela causa ambiental em ato que simboliza a morte dos biomas baianos.


Salvador, 06 de junho de 2008 —


Infelizmente a Bahia não tem muito do que se orgulhar no fechamento da semana em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente. Por esta razão, em repúdio a uma política ambiental inconsistente, diversas organizações socioambientais se reuniram nesta manhã num ato público em frente ao prédio da Governadoria, no Centro Administrativo da Bahia, para entregar a autoridades o Manifesto “Por uma Política Socioambiental no Estado da Bahia”. O documento demonstra o descontentamento do setor com os alarmantes números de degradação e os rumos da política ambiental no estado, propondo 14 pontos prioritários para a agenda ambiental do governo.


O ato público reuniu representantes de 25 organizações não governamentais e duas redes de instituições que atuam no estado, como o Grupo Ambientalista da Bahia (Gambá), Conservação Internacional, Flora Brasil, Centro de Estudos Socioambientais-Pangea, Fundação Onda Azul, Coletivo Jovem de Meio Ambiente de Salvador, Instituto Baleia Jubarte, Movimento Cultural Artemanha, Coalizão SOS Abrolhos e Rede MangueMar.


Os ativistas seguiram para frente do prédio da Governadoria, onde realizaram um enterro simbólico, com um caixão denunciando a morte anunciada dos principais ecossistemas da Bahia e cruzes representando cada um dos biomas do estado: Cerrado, Caatinga, Mata Atlântico e Marinho. Os manifestantes também levaram uma cesta de produtos simbolizando o desenvolvimento insustentável do estado, tais como carvão, águas poluídas dos rios, camarões criados em cativeiro e folhas secas representando a degradação florestal. Ao tentar dar prosseguimento ao ato através da leitura do Manifesto no hall de entrada da Governadoria, os manifestantes tiveram o acesso impedido pelos seguranças. Apesar disso, Érika de Almeida, coordenadora da Rede MangueMar, realizou a leitura do Manifesto e das propostas das entidades em frente ao prédio.


Em seguida, o grupo dirigiu-se à Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH), onde foi recebido pelo secretário de Meio Ambiente, Juliano Mattos, que ouviu atentamente a leitura do Manifesto. O Secretário reconheceu a necessidade de estreitar diálogo com os socioambientalistas baianos e demonstrou desconhecimento sobre diversos pontos expostos pelo setor, dentre eles a intenção de se instalar uma central nuclear no estado. “Eu não sabia. (...) Isso é complicado, inclusive porque contraria a constituição do Estado”, afirmou o Secretário. A diretora geral do Centro de Recursos Ambientais, Beth Wagner, chegou posteriormente e acompanhou a parte final do protesto.Outro exemplo de descaso do governo baiano com a área ambiental, apresentado no Manifesto, é o Projeto BahiaBio, que prevê o plantio de 870 mil hectares de cana e 868 mil hectares de oleaginosas, grande parte nas áreas de Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga.


A iniciativa ignora quaisquer cuidados ou medidas preventivas quanto aos impactos socioambientais das atividades previstas.Entre as principais exigências dos manifestantes estão a elaboração de um Plano Estadual de Meio Ambiente em parceria com a sociedade organizada e a definição emergencial de áreas prioritárias para conservação da biodiversidade e realização do Zoneamento Ecológico-Econômico, com transparência e controle social para inclusão no planejamento estratégico do Estado. O documento demanda também a revisão da Lei Estadual de Meio Ambiente e a promoção de debate público sobre grandes projetos de infra-estrutura e desenvolvimento no estado, especialmente o Porto Sul na região de Ilhéus/Itacaré e os incentivos a monoculturas (cacau, grãos, celulose e biocombustíveis). O Secretário de Meio Ambiente se comprometeu a receber os representantes das organizações que assinam o manifesto no dia 18 de junho, para tratar dos pleitos apresentados.Anúncio cancelado - O Dia Mundial do Meio Ambiente trouxe outro grande descontentamento para os socioambientalistas baianos e movimentos de pescadores e marisqueiras, que não comemoraram a criação da Reserva Extrativista (RESEX) de Cassurubá, como era esperado. Apesar de ter sido mencionada pelo Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, durante sua passagem pela Convenção sobre Diversidade Biológica na Alemanha no último mês de maio, como uma das unidades a serem criadas nessa data, a Reserva não foi contemplada na solenidade realizada ontem no Palácio do Planalto para a assinatura dos decretos de mais três unidades de conservação.


Há mais de dois anos extrativistas e ambientalistas pleiteiam a criação da RESEX. Em dezembro do ano passado, a criação da unidade chegou a ser anunciada pelo presidente Lula, mas o seu decreto não chegou a ser publicado. ”A política ambiental do governo Wagner ainda não está integrada com a política de desenvolvimento econômico, conforme anunciado nos discursos do governador. Nesse sentido, representa um grave retrocesso, até porque segue na contramão do destaque que o meio ambiente vem ganhando como área estratégica em todo o mundo”, declarou Renato Cunha, coordenador do Grupo Ambientalista da Bahia – Gambá.Segundo Guilherme Dutra, diretor do Programa Marinho da Conservação Internacional, “apesar de a Bahia abrigar ecossistemas considerados de essencial importância para a preservação da vida no planeta, como o Banco dos Abrolhos que conserva a maior biodiversidade marinha do Atlântico Sul, e os maiores remanescentes de Mata Atlântica do Nordeste do Brasil, a equipe de meio ambiente do governo da Bahia está entre as mais reduzidas do país. Isso sinaliza o descaso com que a questão vem sendo tratada nas políticas públicas estaduais”


Leia o Manifesto na Íntegra, com as Propostas das Organizações Sociambientalistas através do link:



Imagens do enterro simbólico dos ecossistemas, da leitura do Manifesto e do encontro com o Secretário, bem como arquivo-legenda, estão disponíveis no link:


O Manifesto “Por uma Política Socioambiental no Estado da Bahia” está aberto a adesões de outras organizações que queiram apoiá-lo.


Para maiores informações, envie um email para


Informações para a Imprensa
Anaéli Bastos
(71) 2201-0700

Produção coletiva substitui latifúndio estéril

http://www.arcaverde.org/xps/uploads/img46919d56976a7.jpg

Por Humberto Márquez*

Uma pequena cooperativa leiteira obtém seus primeiros êxitos em meio à savana da Venezuela, país dependente dos alimentos importados.Barinas, Venezuela, 9 de junho (Terramérica) - “Em tudo isto que você vê não se produzia um único litro de leite, nem uma espiga de milho”, diz o venezuelano José Tapia Coirán, apontando com seus braços estendidos para o horizonte da savana salpicada de árvores. “Aqui obtemos 500 litros de leite por dia e colhemos mil toneladas de milho”, acrescenta. São as planícies de Barinas, sudoeste da Venezuela, onde trabalha a cooperativa Brisas del Masparro, em razão do nome dos rios que nascem nos Andes e levam suas águas ao Orenoco. Coirán, como é chamado por todos, ex-peão e tratorista em fazendas da região, é seu presidente.“Aqui, uma vez, existiu uma floresta, mas os latifundiários levaram toda a madeira. Deixaram umas poucas árvores e milhares de hectares de resíduos que pouco a pouco fomos limpando e semeando com pasto ou milho”, conta o dirigente. “Isto estava abandonado, sem produção, e por isso ocupamos a área”, acrescenta. Coirán e seus companheiros percorrem com o Terramérica quilômetros de terras, planas como mesa de bilhar, entre mato, algum pântano, pastagens ou terras sendo aradas para semear, a fim de ressaltar seus motivos ao ocupar o que foi terra improdutiva. Passam bandos de garças, corocoras vermelhas e alguns gaviões. “Queremos conservar tudo o que pudermos. Decidimos não cortar árvores, embora retiremos o mato e as pragas enquanto avançamos”, diz Miguel Méndez, outro integrante da cooperativa.

O presidente do país, Hugo Chávez, lançou uma “guerra ao latifúndio” com uma lei de terras, em 2001, que pautou o “resgate” estatal de fazendas cuja propriedade privada e condição produtiva não ficassem suficientemente demonstradas. No terreno houve, e continua havendo, os choques entre proprietários e camponeses. Os latifúndios ocupavam cerca de seis milhões de hectares em 1999. Dois milhões foram confiscados pelo governo, que entregou 60% dessa área a mais de cem mil famílias camponesas, segundo dados oficiais.Além disso, 98.500 unidades produtivas, que ocupam 4,3 milhões de hectares, regularizaram sua situação mediante a carta agrária, que concede a posse mas não a propriedade dessas terras, que continuam sendo estatais. A fazenda Santa Rita, às margens do Masparro, ocupava 31 mil hectares com não mais do que 1.800 cabeças de gado, segundo a cooperativa. Grupos camponeses a ocuparam em 2002 e 2003, e o Estado lhes destinou 16 mil hectares, deixando o restante com os antigos proprietários.Com seus 56 associados, a cooperativa que mais progrediu foi a Brisas del Masparro, com 803 hectares. Há cinco anos receberam um crédito de US$ 156 mil que investiram em bovinos, eqüinos, implementos e insumos, e, ainda, nas primeiras semeaduras. Já têm um rebanho de duplo propósito, carne e leite, à base de cruzamento entre animais aclimatados à planície tropical das raças zebu e holstein.Bens comunsUm casarão usado como abrigo de peões e depósito da antiga fazenda se converteu em sede comunitária.

A primeira impressão é de desordem. Restos de um trator no pátio vazio indicam o único ponto da área onde é possível captar sinal de telefone via satélite. Porcos e galinhas seguem atrás de um jovem que vai desfazendo algumas espigas de milho. Outro limpa um pouco o chão do corredor, cenário das assembléias. As paredes há tempos não recebem uma pintura. Ao fundo há uma cozinha e uma longa mesa de restaurante para os que trabalham nessa jornada e as famílias que se instalaram em casas improvisadas nos arredores. Em uma parede há cartazes descoloridos pelo tempo, de Chávez e do revolucionário salvadorenho Farabundo Martí (1893-1932).“Somos socialistas. Trabalhamos em comum, segundo a capacidade de cada um, e existe um rodízio para não fazermos sempre a mesma coisa e aprendermos de tudo. Não daremos conta se cada um for por seu lado, assim é muito difícil ir em frente e deixar de ser como éramos, peões, empregados, enriquecendo os outros’, diz o veterano Neptalí Quintana, durante muitos anos inseminador de vacas em fazendas da comarca. Fala recostado em uma varanda do curral, onde os mais jovens ordenham algumas vacas, pela segunda vez no dia. “Conseguimos cerca de cinco litros de leite diários por animal, acima da média” nesta região, que é inferior a quatro litros por animal, diz Quintana.Diariamente, a cooperativa doa 20 litros de leite para duas escolas da região, contam orgulhosos. “Colocamos o copo que cada criança precisa” explica Méndez. “Mas, se, além dos animais em comum, algum de nós tem uma vaca ou um cavalo ou consegue um leitão, pode criá-lo com os demais e ao vender o dinheiro é seu. Alguma coisa entregará à cooperativa, mas não nos opomos a essa propriedade. O que queremos é a terra e os demais projetos de vida”, diz Coirán. O dinheiro obtido “é usado para os gastos, que também são comuns, para produzir ou comer, e cada sócio recebe mensalmente 400 bolívares (US$ 180) como antecipação pelo que lhe caberia pela gestão anual da cooperativa”, explica Iraima Benaventa, jovem mãe de dois filhos e “responsável pela logística”.Aluna de um programa de estudos secundários à distância, Benaventa mostra as compras que trouxe da cidade com outro sócio – macarrão, arroz, vacinas para o gado – e supervisiona o trabalho de limpeza e de cozinha (nesse dia arroz e carne) que é feito pelos mais jovens. Brisas del Masparro começará a construir este ano 56 casas para igual número de famílias, com um plano de autoconstrução apoiado pelo governo. “As juntaremos em forma de povoado para facilitar e baratear os serviços, a água, a luz, o gás, uma quadra, uma casa comunitária, talvez até uma piscina”, explicam.Melhor comunidadeA este recanto do Masparro, chamado Las Piedras, se chega ao fim de uma hora de estrada partindo de Barinas, capital regional, passando junto a Sabaneta, o povoado natal de Chávez. Depois, viaja-se mais uma hora por um caminho de terra e cascalho que a cooperativa pede que seja asfaltado para benefício de toda a comunidade. “As fazendas desse setor estavam muito improdutivas há cinco anos. Mas com nossa luta chegaram programas do governo. Foi feita a estrada, começou um cadastro de terras, deram papéis de posse aos ocupantes particulares ou cooperativistas, se conseguiu créditos”, conta Coirán.Em Las Piedras “passamos de quase zero para 21 mil litros diários de leite (a produção nacional é de 1,3 a 1,7 milhão de litros por dia, segundo diferentes fontes).

Agora há gente criando mais gado, plantando milho, frutas e pastagens”, argumenta o dirigente. Caracciolo Ramírez, agricultor independente, tem sua parcela de aproximadamente 40 hectares dos terrenos da cooperativa. “O governo ajudou com cartas agrárias, com algum financiamento e a estrada. Melhorei minha casa, minha filha mais velha começou a universidade, vieram os resultados”, conta Ramírez, ao mesmo tempo que oferece um refresco de aveia com gelo a este repórter em uma área coberta ao lado de sua casa de tijolos.A cooperativa prepara uma área maior que a do ano passado para plantar milho, constrói um novo curral e reforma o velho para implantar a ordenha mecânica, e busca financiamento para instalar dois tanques de esfriamento, o que permitirá maior lucro em cada litro de leite. “Em todo o mundo, há crise de alimentos, querem usá-los para fazer combustível. Não concordamos e devolvemos o apoio do governo produzindo mais comida. Este país não pode continuar alimentando as pessoas às custas de importações, enquanto há tanta terra esperando para ser trabalhada”, diz Coirán.No período 2004-2007, a produção alimentar venezuelana cresceu 3,4%, passando de 18,9% para 19,6% ao ano, segundo o governo. Porém, o ex-ministro da Agricultura, Hiram Gaviria, aponta a insuficiência desse avanço: por habitante, a Venezuela produz hoje 88% dos alimentos que gerava em 1998, afirmou ao Terramérica. Longe de Barinas, em Roma, líderes mundiais discutiram, entre 3 e 5 de junho, mecanismos para superar a atual carestia dos alimentos, na cúpula da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).

Na antiga fazenda Santa Rita, milhares de hectares “recuperados” pelo Estado foram entregues a outras cooperativas ou associações camponesas, que não exibem êxitos como Brisas del Masparro. “Fazemos assembléias na região e lhes oferecemos apoio, inclusive mais longe. Ao Apure (extremo sudoeste do país) levamos nossa experiência e as novilhas que produzimos, que lhes vendemos a preços menores, mas o individualismo de muitos compatriotas os leva a buscar uma parcela”, contam Quintana e Coirán.De volta a Barinas, um dos parceiros, Alejandro, acompanha o Terramérica. “Queremos formar uma cooperativa para trabalhar, mas que cada um tenha sua parcela, que possamos vender. Com a carta agrária, a terra não pode ser vendida e sempre será do Estado”. Alejandro afirma que os vizinhos de Brisas del Masparro vêem com simpatia a experiência e querem tê-lo como testemunho do que pode o trabalho comum. “Eles têm suas razões, o apoio do governo revolucionário, tudo bem, mas o que acontecerá amanhã se o governo mudar? Alguém quer um pedaço de terra para trabalhar, mas também a quer para seus filhos”, acrescenta Alejandro quando o sol já alaranjado desaparece entre as pastagens do sudoeste venezuelano.


* O autor é correspondente da IPS.


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Alimentação: Produzir 50% mais, propõe Ban
Fonte: Envolverde/Terramérica
 

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