As principais medidas adotadas em Cancún

11 de dezembro de 2010

O acordo firmado neste sábado em Cancún pela conferência da ONU sobre mudanças climáticas prevê uma série de mecanismos para combater o aquecimento global e permitir que os países mais pobres e vulneráveis se adaptem as suas dramáticas consequências.
Estes são seus pontos principais: 

FUTURO DO PROTOCOLO DE KYOTO
 
- Convoca os países desenvolvidos a discutir uma nova fase de compromissos de redução de emissões sob o Protocolo de Kyoto, cuja primeira fase expira no final de 2012, "para garantir que não ocorra um hiato" entre os dois períodos. 

Não requer, por enquanto, que as nações assinem compromissos para o período posterior a 2012. Japão liderou a oposição à prolongação do Protocolo, alegando que é injusto porque não inclui os dois maiores emissores: Estados Unidos (porque não o ratificou) e China (por ser um país em desenvolvimento). 

AJUDA PARA OS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO
 
- Cria uma nova instituição, o Fundo Verde, para administrar a ajuda financeira dos países ricos aos mais pobres. 

Até agora, União Europeia, Japão e Estados Unidos prometeram contribuições que devem chegar a US$ 100 bilhões anuais em 2020, além de uma ajuda imediata de US$ 30 bilhões. 

- Convida o Banco Mundial a servir como tesoureiro interino do Fundo Verde Climático por três anos.
- Estabelece um conselho de 24 membros para dirigir o Fundo, com igualdade de representação de países desenvolvidos e em desenvolvimento, junto com representantes dos pequenos Estados insulares, mais ameaçados pelo aquecimento. 

- Cria um centro de tecnologia climática e uma rede para ajudar a distribuir o conhecimento tecnológico aos países em desenvolvimento, com o objetivo de limitar as emissões e se adaptar aos impactos das alterações climáticas. 

MEDIDAS PARA FREAR O AQUECIMENTO
 
- Salienta a necessidade urgente de realizar "fortes reduções" nas emissões de carbono para evitar que a temperatura média do planeta aumente mais de 2ºC em comparação com os níveis da era pré-industrial. 

- Convoca os países industrializados a reduzir suas emissões entre 25% e 40% em 2020 em relação ao nível de 1990. Esta parte encontra-se incluída no Protocolo de Kyoto, e por isso não inclui os Estados Unidos, que nunca o ratificaram. 

- Concorda em estudar novos mecanismos de mercado para ajudar os países em desenvolvimento a limitar suas emissões e discutir essas propostas na próxima conferência, no final de 2011, em Durban (África do Sul). 

FISCALIZAÇÃO DAS AÇÕES DOS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO PARA REDUZIR AS EMISSÕES
 
Esses países, especialmente os grandes emergentes, como China, Brasil e Índia, "em função de suas suas capacidades", divulgarão a cada dois anos relatórios que mostrem seus inventários de gases de efeito estufa, e informações sobre suas ações para reduzi-los. 

Esses relatórios serão submetidos a consultas e análises internacionais, "não intrusivas", "não punitivas" e "respeitando a soberania nacional". 

REDUZIR O DESMATAMENTO
 
- Traz o objetivo de "reduzir, parar e reverter a perda de extensão florestal" nas florestas tropicais. O desmatamento responde por 20% das emissões de gases de efeito estufa globais. Pede aos países em desenvolvimento que tracem seus planos para combater o desmatamento, mas não inclui o uso de mercados de carbono para seu financiamento. 

- Exorta todos os países a respeitar os direitos dos povos indígenas.

São Paulo terá primeira frota de ônibus movida a etanol

25 de novembro de 2010

São Paulo vai implementar a primeira frota do País com ônibus movidos a etanol aditivado na tentativa de reduzir as emissões de gases de efeito estufa e cumprir a meta de chegar a 2018 com toda a frota de transporte público movida a combustíveis renováveis. O protocolo de intenção assinado nesta quinta-feira prevê que o município terá 50 veículos adaptados para rodar com este combustível, a partir de maio de 2011.

Estocolmo (Suécia) - Estocolmo conta hoje com uma frota de 400 ônibus movidos a etanol. Foto: Ricardo

O convênio foi firmado entre a prefeitura, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), a fabricante de ônibus Scania, a fornecedora de etanol Cosan e a operadora Viação Metropolitana.

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, não informou o quanto será necessário investir para implementar o programa. Disse apenas que parte dos recursos para custear a adaptação dos ônibus virá das multas aplicadas aos veículos que foram reprovados na inspeção veicular. "O recurso virá de um programa ambiental para outro programa ambiental", afirmou, e acrescentou que a iniciativa corrige falha grave na cidade que, apesar da grande frota movida a etanol, ainda não usa o combustível no transporte público.

A prefeitura e as empresas também não se manifestaram sobre o custo de implantação do projeto. O presidente da Unica, Marcos Jank, apenas ponderou que o compromisso firmado com a prefeitura prevê que o preço do etanol usado nestas 50 unidades não deve superar o do diesel.

Levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP) indica que o preço médio do diesel no mês de novembro em São Paulo é de R$ 1,99 por litro.

A prefeitura espera que 100% da frota de transporte público utilize combustíveis renováveis até 2018, de acordo com meta prevista em lei. "Mas nossa expectativa é que a maior parte destes veículos seja movida a etanol", disse Jank, acrescentando que a frota municipal de transporte público tem 15 mil ônibus.

Segundo o presidente da Unica, a medida representa o pontapé inicial da lei municipal de mudança do clima, pois este combustível permite reduzir em até 70% as emissões de gases responsáveis pelo efeito estufa, em relação ao diesel. Ele explicou que se tratam de veículos com motores a diesel que são adaptados para rodar com a mistura de etanol e aditivo.

A Cosan, maior grupo de açúcar e etanol do Brasil, ficará responsável pelo fornecimento e distribuição do combustível. "Nosso objetivo é viabilizar o projeto da prefeitura", disse Mark Lyra, diretor de novos negócios da companhia, sem especificar o custo da operação. Ele estima que os 50 veículos consumirão mensalmente cerca de 300 mil litros do combustível, que será composto por 95% de etanol e 5% do aditivo promovedor de ignição, atualmente importado, mas que, segundo ele, no futuro será produzido no País.

A Scania vai fabricar os ônibus em São Bernardo do Campo, em São Paulo. A empresa já fornece veículos deste tipo para a Suécia, que conta com frota movida a etanol desde a década de 90. A capital sueca tem hoje mais de 700 ônibus que rodam com este combustível e é o maior importador europeu do biocombustível brasileiro, segundo dados da Unica.

Como gerar energia elétrica com sua bicicleta

14 de novembro de 2010

Bicicleta geradora de energia

Sistema simples, barato e fácil de fazer transforma energia mecânica em elétrica e muda a vida em propriedade rural de Minas Gerais

Texto Gustavo Laredo
Ilustração Filipe Borin



http://globorural.globo.com/edic/282/cfazer_01.jpg 


Há dois anos, quando José Lourenço Ribeiro comprou a Fazenda Antinha, em Capitólio, sul de Minas Gerais, a energia elétrica era uma realidade apenas na zona urbana. O tempo passou, os pés de eucalipto, as frutas e as hortaliças que começou a cultivar cresceram e nenhum sinal da eletricidade chegar à propriedade.

Ao fazer o cadastramento do sítio no programa do governo federal Luz para Todos, a técnica da Emater Patrícia Regina Domingos encontrou um objeto estranho na propriedade: uma antena. Como o produtor conseguia assistir à televisão sem ter energia elétrica? A resposta estava literalmente estacionada na varanda.

Dividido entre a produção e o trabalho de atendente em uma loja de materiais de construção no centro da cidade, e sem muita paciência para esperar o governo, Ribeiro inventou um meio barato e muito simples de prover energia elétrica à propriedade.

Ele observou que, se uma bateria consegue acender os faróis e as lanternas de um carro, por que não utilizá-la para fornecer energia a lâmpadas e até a um equipamento eletrônico? Com uma bicicleta, uma correia, um alternador de carro e uma bateria comum de 45 amperes e 12 volts, Ribeiro pedala trinta minutos para acender as luzes de casa e até para assistir aos telejornais e às novelas em uma pequena televisão. Até cerca elétrica o produtor instalou na propriedade.

A ideia lhe rendeu mais que energia elétrica. Impressionada com a invenção, Patrícia estimulou o produtor a participar do Prêmio Criatividade Rural, da Emater. Concorrendo com 116 projetos de todo o estado, a bicicleta chegou em quarto lugar com o nome "Pedalando e Iluminando".

Mais que fama, Ribeiro ganhou mesmo foi em economia. O projeto lhe custou 170 reais com a compra do alternador usado e da bateria, mas não há a conta de luz no final do mês. Basta pedalar para transformar esforço físico em energia. E isso não é problema, já que a atividade está lhe garantindo também um bom condicionamento físico.

Mais informações: Emater de Capitólio - Rua dos Franciscos, 114, Centro, Capitólio, MG. Tel. (37) 3373-1383, e-mail: capitolio@emater.mg.gov.br

MATERIAL
• 1 bicicleta
• 1 alternador de automóvel
• 1 bateria de 12 volts e 45 amperes (quanto maior a amperagem, maior o armazenamento de energia)
• 1 pedaço de correia
• 1 pedaço de madeira de 40 centímetros de comprimento por 25 centímetros de largura
• 1 pedaço de madeira de 50 centímetros de comprimento por 10 centímetros de largura
• Fio elétrico flexível (a quantidade depende da distância entre o local onde será instalada a bicicleta e a caixa de força da propriedade)
• Porcas e parafusos

PASSO A PASSO


Clima, Planejamento urbano e Saúde Pública

5 de novembro de 2010

Simpósio Internacional

18/11/2010, 9:00 – 17:00 h
19/11/2010, 9:00 – 17:00 h
Teatro do Goethe-Institut Salvador-Bahia/ICBA

Entrada franca!!!

71-3338-4700
progr@salvadorbahia.goethe.org


http://www.goethe.de/mmo/priv/6735907-STANDARD.JPG


As mudanças climáticas e um contínuo aumento da temperatura global são problemas urgentes no mundo contemporâneo. As suas conseqüências, especialmente para a saúde humana, são sérias, mas se dão lentamente, de modo quase imperceptível. Não obstante, são cumulativas e provavelmente irreversíveis.

O aumento geral de temperatura, especificamente nas cidades, é multiplicado por processos aparentemente inerentes à ação de urbanização. Entretanto, na realidade é provocado por um determinado modelo de planejamento urbano e arquitetônico que consiste em sua própria causa intrínseca. Este modelo, que é acompanhado por um aumento da motorização, implica a destruição de áreas verdes, impermeabilização da superfície do solo, verticalização e adensamento construtivo.

Em virtude disso, torna-se imperativo conscientizar a opinião pública sobre as consequências das transformações climáticas e a necessidade de medidas imediatas para combater os efeitos de um planejamento urbano equivocado. Caso contrário, o problema poderá provocar desde efeitos negativos diretos até a grave deterioração da saúde de largas faixas da população.


É com este intuito que se realizar o simpósio, que conta com a participação de especialistas internacionais (Michael Bruse, Universidade de Mainz/Alemanha, Stefan Willich, Hospital Charité, Berlim), nacionais (Eleonora Sad de Assis, UFMG), e pesquisadores locais do Laboratório de Conforto Ambiental (LACAM - UFBA), Instituto de Saúde Coletiva (UFBA), Curso de Urbanismo (UNEB), além de especialistas em planejamento da PMS e SEDUR e representantes de outras instituições co-organizadoras do evento, como a SECTI, GAMBA, ABEBA e Goethe-Institut/ICBA.

Pretende-se promover o diálogo entre a área científica e os diversos agentes promotores da urbanização sobre as conseqüências para o clima e a saúde pública da cidade de Salvador.


Programação

Quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Sensação Térmica no Espaço Urbano
Coordenação: Arno Brichta, ABEBA

9:00 Abertura

10:00 Causas e Efeitos do Superaquecimento Urbano, Wilhelm Kuttler, Universidade de Duisburg-Essen, Campus Essen/Alemanha

11:30 Debate com o público


Sensação Térmica no Espaço Urbano
Coordenação da mesa: Roberto Franke, ABEBA

14:00 Clima Urbano e Sensação Térmica na Cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais, Eleonora Sad de Assis, UFMG

15:00 Clima Urbano e Sensação Térmica na Cidade de Salvador, Bahia, Jussana Nery/Telma Andrade, SECTI

16:00 Ferramentas de Avaliação Humano-biometeorológicas para as Condições Térmicas no Espaço Urbano, Wilhelm Kuttler, Universidade de Duisburg-Essen, Campus Essen/Alemanha

17:30 Debate com o público



Sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Doenças Causadas pelo Aumento da Temperatura
Coordenação da mesa: Iguaracyra Barreto Araujo, Fac. de Medicina (UFBA)

9:00 Efeitos das Mudanças Climáticas na Saúde, Stefan Willich, Charité de Berlim/ Alemanha

10:30 Temperatura, Aquecimento e Mortalidade Urbana nos Países em Desenvolvimento, Mauricio Barreto, Instituto de Saúde Coletiva (UFBA)

11:30 Alterações Climáticas e Efeitos à Saúde: Algumas Evidências, Helena Ribeiro, Fac. de Saúde Pública (USP)

12:30 Debate com o público


Clima, Ambiente e Planejamento Urbanos
Coordenação da mesa: Sylvio Bandeira, UCSAL e UFBA

14:00 Diretrizes e Estratégias para uma Cidade Saudável, Virgínia Maria Dantes de Araujo, Professora Titular Pró-Reitora de Graduação em Arquitetura e Urbanismo da UFRN

15:00 Mesa Redonda – responsáveis/técnicos da área de planejamento urbano: Representante da Secretaria Municipal de Meio Ambiente Liana Viveiros, SEDUR Fábio Viveiros, Vice-Presidente do INSADES (Inst. Sócio-Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável) Carl von Hauenschild, arquiteto

17:00 Debate com o público

Curso de Agricultura Intuitiva

3 de novembro de 2010

"Você fortalece aquilo que focaliza" - Marsha           Hanzi

Análise do Ciclo de Vida dos produtos

2 de novembro de 2010

Análise do Ciclo de Vida de uma embalagem.
(Imagem: Embalagem Sustentável)

Com os problemas globais enfrentados atualmente, tornou-se necessário pensar em um novo modelo de produção, diferente do industrial, criado nos séculos passados, em que havia grande consumo de materiais e energia, além de alta geração de resíduos.

Esse novo tipo de mercado, chamado de sustentável, fez com que muitas empresas passassem a fazer produtos “ecológicos”. Porém, para avaliar se um produto é realmente sustentável, é necessário fazer a Análise do seu Ciclo de Vida (ACV).

A ACV é uma ferramenta de gestão ambiental que avalia o desempenho de produtos ao longo de todo o seu ciclo de vida. O diagnóstico percorre todo o processo, desde a extração dos recursos naturais, passando por todos os elos industriais de sua cadeia produtiva, pela sua distribuição e uso, até sua disposição final.

A metodologia da análise engloba o levantamento dos aspectos ambientais dos produtos, a avaliação dos impactos ambientais associados à extração de recursos naturais, manufatura, transporte, uso e disposição final.

O método pode ser utilizado na indústria para fazer comparação de produtos concorrentes e oportunidade de melhoria de desempenho ambiental dos produtos. Além disso, ele também é muito útil como apoio às tomada de decisões, atendimento às normas e legislações e, principalmente, na comunicação, podendo desenvolver o marketing “verde” de forma segura e embasada.

No governo, a ACV pode ser aplicada para estabelecer novas políticas de produtos (especificações) e compras, gerenciamento de resíduos e diretrizes para projetos sustentáveis e, também, na regulamentação de rotulagem ambiental e de produção limpa.

Para a sociedade os benefícios são a divulgação de informações ambientais, que ajudam na escolha do produto e fornecedor, decisões de compra e o estabelecimento de diretrizes para padrões de consumo sustentável.

No Brasil, a ACV é avaliada pela Associação Brasileira do Ciclo de Vida (ABCV). Porém, seu banco de dados atualmente utilizado ainda é americano e/ou europeu e possuem matrizes energéticas diferentes das brasileiras. Esse fator tem influência direta nos resultados. Por isso, a ABCV está em processo de estudos para a criação de um banco de dados brasileiros, com todos os requisitos seguindo os padrões nacionais.

Grande parte das normas da ISO 14000, que propõe um padrão global de certificação e identificação de produtos e serviços no segmento ambiental, tem sua base em fatores considerados pela ACV.

Grécia desenvolve bolsa portátil solar para ser usada como bateria

9 de outubro de 2010

Pesquisadores da Grécia estão desenvolvendo novas formas de aproveitar a farta energia solar disponível no país.

Atualmente, tentam incrementar uma bolsa equipada com um painel solar que já está à venda nos Estados Unidos de forma a transformá-la em uma pequena usina e antena de transmissão.

Cientistas gregos agora trabalham em uma fina película que pode gerar e conduzir eletricidade e ser aplicada sobre capas plásticas comuns. Eles esperam que o produto revolucione redes sem fio portáteis.

Uma simples bolsa poderia ser transformada em bateria e antena para um sistema sem fio. Mas entre as dificuldades que a pesquisa enfrenta está a crise econômica na Grécia, que tem levado muitos pesquisadores a deixar o país.

Artistas de várias vertentes retratam mudanças climáticas em concurso

DA BBC BRASIL

O fotógrafo grego Christos Lamprianis concorreu com mais de mil artistas e venceu o CoolClimate Art, concurso internacional de obras sobre o impacto das mudanças climáticas.

Lamprianis enviou uma imagem de uma menina sentada perto de uma usina termoelétrica na Grécia, que passa a ilusão de estar tapando a chaminé com a palma de sua mão.

Pintura da artista Emma Varney retrata impacto provocado pela exploração de petróleo nos oceanos

Pintura da artista Emma Varney retrata
impacto provocado pela exploração de petróleo nos oceanos

Os participantes, de vários países do mundo todos, concorreram com esculturas, fotografias, pinturas e design gráfico que retratam problemas como o aquecimento global e a poluição, mas também apontam para soluções, como o uso de fontes renováveis de energia.

Os vinte semifinalistas passaram por uma pré-seleção de um júri formado por artistas e ativistas, como o ecologista Philippe Cousteau, neto de Jacques Cousteau.

Os trabalhos foram divulgados no site The Huffington Post em uma galeria aberta e submetidos à votação popular, que escolheu os cinco primeiros colocados.

Os vencedores foram homenageados no Center for American Progress, em Washington DC. Seus trabalhos serão usados em diversas campanhas em defesa do meio ambiente.

Bom para o bolso e o planeta

Um guia Bom para o bolso e o planeta

Quem paga as contas da casa (ou seja, os pais do adolescente que passa duas horas no banho e da moça que usa o secador duas vezes por dia) dá um duro danado para reduzir os gastos com água e luz. Substitui lâmpadas incandescentes por LED ou fluorescentes (cujo efeito pode ser aquela iluminação horrível de padaria), acumula a maior quantidade possível de roupas sujas, para só então lavar e passar, e, inutilmente, tenta controlar os jovens incontroláveis. Mas é possível ir além dessas medidas, inclusive da gritaria com os gastadores cheios de espinhas


Anna Paula Buchalla*
Revista Veja – 06/10/2010


Graças a certos aparelhinhos que funcionam como acessórios inteligentes, pode-se economizar nas contas sem que isso resulte em mudanças drásticas nos hábitos da família. Eles cumprem a função de diminuir os gastos desnecessários. Com a ajuda de especialistas, VEJA selecionou seis produtos eficientes para seu bolso a longo prazo, para a conservação do planeta e, não menos relevante, para a manutenção das suas cordas vocais.

Graças a certos aparelhinhos que funcionam como acessórios inteligentes, pode-se economizar nas contas sem que isso resulte em mudanças drásticas nos hábitos da família. Eles cumprem a função de diminuir os gastos desnecessários. Com a ajuda de especialistas, VEJA selecionou seis produtos eficientes para seu bolso a longo prazo, para a conservação do planeta e, não menos relevante, para a manutenção das suas cordas vocais.

INTERRUPTORES QUE REGULAM INTENSIDADE DE LUZ
O que fazem: também chamados de dimmers, esses interruptores permitem ao morador controlar a intensidade de luminosidade da lâmpada. A diminuição em 20% da intensidade de luz é quase imperceptível ao olho humano e já resulta em economia.

Economia: "Manter a lâmpada acesa com 80% de sua capacidade reduz em 30% os gastos com iluminação e pode dobrar o tempo de vida útil da lâmpada", diz o engenheiro elétrico Pedro Braida Neto Redução na conta mensal com seis lâmpadas reguladas por dimmer: 9 reais .

Preço: a partir de 30 reais .

FILTRO DE LINHA ELÉTRICA
O que faz: ao ser conectado via USB ao computador, o filtro corta o fornecimento de energia aos equipamentos eletrônicos periféricos, como impressora, caixas de som e monitor, assim que o computador é desligado .

Economia: o aparelho evita que os acessórios consumam 9,2 kWh por mês quando ligados ininterruptamente em modo stand by .

Redução na conta mensal: 4 reais, considerando o uso de duas horas por dia do computador e demais acessórios .

Preço: 29,10 dólares (na Amazon) .

REGULADOR DE VAZÃO DO CHUVEIRO
O que faz: o registro permite que a pessoa controle a intensidade do jato da ducha (não tem a ver com a regulagem obtida com as torneiras) .

Economia: um chuveiro convencional gasta, em média, 20 litros por minuto. Com o regulador, esse volume pode ser ajustado para um fluxo de 8, 14 e 16 litros, sem que seu banho se torne menos agradável .

Redução na conta mensal: de 27 a 34 reais .

Preço: de 75 a 90 reais .

AREJADOR DE TORNEIRAS
O que faz: mistura ar à água, causando a sensação de maior volume. Com o arejador, o jato de água sai da torneira em forma de "chuveirinho".

Economia: entre 57% e 76%. Enquanto uma torneira convencional usa de 14 a 25 litros de água por minuto, com o arejador o consumo cai para 6 litros .

Redução na conta mensal: de 22 a 30 reais .

Preço: de 28 a 35 reais .

VÁLVULA DE DESCARGA COM ACIONAMENTO DUPLO
O que faz: as válvulas mais modernas têm duas teclas de acionamento. A destinada à remoção de resíduos sólidos usa 6 litros de água por descarga; a de resíduos líquidos, apenas 3 .

Economia: como um equipamento convencional usa de 10 a 12 litros de água por descarga, a substituição causa uma economia de 40% a 50% no fim do mês .

Redução na conta mensal: de 9 a 11 reais .

Preço: de 85 a 171 reais (válvula); de 250 a 2 600 reais (bacia com caixa acoplada) .

FILTRO DE LINHA ELÉTRICA COM SENSOR DE PRESENÇA
O que faz: um sensor eletrônico bloqueia a energia de até seis aparelhos em stand by ao detectar a ausência de movimento no ambiente. O período para que os equipamentos sejam automaticamente desligados pode ser regulado entre trinta segundos e trinta minutos .

Economia: o filtro pode representar um corte de 5% na conta de luz, considerando o consumo médio de 157 kWh por mês das residências brasileiras, segundo o Ministério de Minas e Energia .

Redução na conta mensal: 4 reais, prevendo-se o uso de duas horas por dia do computador, som, TV e demais acessórios .

Preço: 91,25 dólares (no site energyfederation.org) .

VEJA TAMBÉM:
Ecológico e econômico: O modelo W+W integra cuba de pia e vaso sanitário em uma única peça. A criação dos designers italianos Gabriele e Oscar Buratti reduz o desperdício de água - porque a água usada para lavar as mãos é aproveitada para dar descarga .

Como funciona: toda a água utilizada no lavatório escorre para a caixa de descarga. A válvula tem duas teclas de acionamento: uma para 3 (resíduos líquidos) e outra para 6 litros (resíduos sólidos).

Preço: 14 000 reais .

*Outras fontes consultadas: os engenheiros Paulo Costa, diretor comercial da consultoria H2C, e Paulo Milano, diretor da Siclo Consultoria; o administrador Ronaldo Gonçalves, da Sabesp; Eletropaulo; Eletrobras; Agência Nacional de Energia Elétrica; a loja de materiais de construção C&C; e as empresas Schneider Electric, Legrand, Deca, Docol, Draco, Roca e Z Wave.

.png

Festas de Trabalho pelo Clima

7 de outubro de 2010

Caros amigos,

Neste domingo, 10/10/10, nós iremos quebrar um record mundial: cidadãos de 187 nações irão organizar mais de 6300 "festas de trabalho pelo clima" desde Brasil até o Palau. A mensagem: pessoas ao redor do mundo estão agindo pelo clima -- e chegou a hora dos governantes se juntarem a nós.

Vamos mostrar que o movimento climático global está em todos lugares, energizado e gigante -- clique para encontrar um evento:
Neste domingo, em mais de 6.300 eventos em 187 países, cidadãos ao redor do mundo irão desmascarar um boato perigoso: que o movimento climático global desapareceu.

Vamos mostrar aos líderes mundiais e à imprensa que nós estamos mais diversificadas, maiores e mais criativos do que nunca - e que nós simplesmente não vamos desistir até que o nosso planeta, e todos os que vivem nele, estejam a salvo.

No domingo, 10 de outubro - que é 10/10/10, uma data para se lembrar – nós vamos nos reunir em "festas de trabalho" para o clima ao redor do mundo, demonstrando a nossa determinação e soando um apelo aos nossos governantes: "Nós estamos colocando a mão na massa ... e você? "

Quanto mais pessoas participarem, mais direta será a nossa mensagem de determinação para derrotar as mudanças climáticas. Estas festas não serão somente incrivelmente úteis, como divertidas também. Clique abaixo para encontrar um evento perto de você e confirmar a presença (ou inscrever o seu próprio evento) - é hora de arregaçar as mangas e agir:

http://www.avaaz.org/po/global_work_party/?vl

O momento é crítico: nas próximas semanas e meses, nossos governantes irão tomar decisões importantes sobre o esforço para conseguir um novo tratado climático global. O ano todo eles ficaram se lamentando sobre a Conferência de Copenhague que aconteceu em dezembro, onde países não conseguiram chegar a um acordo vinculante – e nem mesmo a um compromisso de elaborar um. Se os políticos pensarem que as mobilizações populares por ações climáticas acabaram, eles irão ceder ao lobby do combustível fóssil - e simplesmente desistir de chegar a um acordo real.

Mas mesmo com os governos se esquivando, a crise climática está acelerando. 2010 é o ano mais quente já registrado. Desastres naturais ligados ao clima, como as inundações no Paquistão, custaram milhares de vidas. E os cientistas dizem que a situação está piorando. Nosso movimento tem que estar à frente da crise climática e precisamos puxar os políticos conosco.

Ao demonstrar a nossa determinação, a Festa de Trabalho Global irá lançar um desafio aos nossos governantes. Eventos locais incluem o plantio de árvores no interior da Tanzânia, a instalação de painéis solares na China, e um passeio de bicicleta internacional da Jordânia para Israel - junto com eventos muito mais simples organizados por pequenos grupos de amigos. Onde quer que estejamos e qualquer que seja a nossa ação, nós estamos passando uma mensagem: nós estamos gerando soluções para as mudanças climáticas em nossas proprias comunidades, os nossos governantes não têm desculpa para não começar a trabalhar a nível nacional e mundial.

Quanto mais pessoas participarem, mais poderosa será a nossa mensagem. 10/10/10 é daqui a poucos dias, e é fácil participar - clique para se inscrever:

http://www.avaaz.org/po/global_work_party/?vl

Embora haja pouco tempo para enfrentar as mudanças climáticas, o movimento climático em si, é relativamente jovem. A abolição do comércio transatlântico de escravos e o fim do Apartheid levou décadas. Porém, as mudanças climáticas, por causa de sua ameaça a todos em todos os lugares, tem um poder especial de unir as pessoas além das fronteiras.

No ano passado, uma onda extraordinária de atividade, com sucessivos dias de ação global (21 de setembro, 24 de outubro e 12 de dezembro) levaram os Chefes de Estado do mundo todo a estarem presentes na Conferência de Copenhague. Foi de tirar o fôlego, mas não foi o suficiente. Este fim de semana, vamos renovar nosso compromisso de lutar pelas seis bilhões de vidas - e mostrar que não estamos indo a lugar algum, enquanto nós temos um planeta para salvar.

Com esperança e determinação,

Ben, Iain, Ben M, Maria Paz, Ricken, David, Graziela e toda a equipe Avaaz

PS: Estes eventos estão sendo organizados por uma vasta gama de grupos e indivíduos, com o apoio dos amigos da Avaaz, a 350.org - utilizando ferramentas da web que facilitam a localização de um evento ou o cadastro de um novo evento. Inscreva-se para um evento com estas ferramentas, e a 350 irá enviar algumas mensagens úteis nas vésperas do dia de ação. Aqui está o link novamente:

http://www.avaaz.org/po/global_work_party/?vl



.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.

EVENTOS EM SALVADOR

Salvador
Brasil




A Avaaz é uma rede de campanhas globais de 5,6 milhões de pessoas que se mobiliza para garantir que os valores e visões da sociedade civil global influenciem questões políticas internacionais. ("Avaaz" significa "voz" e "canção" em várias línguas). Membros da Avaaz vivem em todos os países do planeta e a nossa equipe está espalhada em 13 países de 4 continentes, operando em 14 línguas. Saiba mais sobre as nossas campanhas aqui, nos siga no Facebook ou Twitter.

Esta mensagem foi enviada para lucianasarno@gmail.com. Para entrar em contato com a Avaaz não responda este email, escreva para nós no link www.avaaz.org/po/contact.


Plantando ideias inteligentes

3 de outubro de 2010



A prefeitura de Londres faz os preparativos para os jogos olímpicos de 2012 prometendo que estas serão as Olimpíadas e Paraolimpíadas mais sustentáveis da história. Os organizadores dizem que conseguirão isto com o estímulo à mudança de comportamento durante os jogos.

Entre outras medidas para atingir tal objetivo está uma ideia, no mínimo, inovadora e, por isso mesmo, simples. Como nunca ninguém havia pensado nisso? A prefeitura da cidade está incentivando a população a ocupar os terrenos disponíveis com hortas para produzir frutas, verduras e legumes locais, sazonais e orgânicos.

Para cultivá-los vale qualquer espaço: áreas de lazer de condomínios, terrenos baldios, pátios ferroviários e até os telhados planos de casas e prédios.

Com isso, além de resolver parte do problema com o abastecimento de alimentos durante as Olimpíadas, os ingleses esperam também absorver emissões de CO2 dos transportes e oferecer uma cidade mais amigável ao público que vai assistir aos jogos. Imagine como Londres - uma metrópole moderníssima - ficará bacana com ares de interior.

Aproveito a ideia para lançar outra: já pensou em ter sua própria horta dentro de casa? Você terá sempre à mão temperos, verduras, legumes, até frutas direto do quintal, da área de serviço, até mesmo da varanda do apartamento.

Qualquer cantinho serve, até mesmo em vasos de garrafas PET que podem ser pendurados na parede, como sugere a foto que ilustra este post. A iniciativa fará bem à saúde do seu corpo e da sua mente. Se uma megacidade inteira pode fazer, porque não você?

Veja como se tornar um "agricultor caseiro" nos links abaixo.

E divirta-se!

Horta em casa

Comidinhas direto da horta caseira

Livro ensina a cultivar hortas e jardins dentro de casa

Como ter uma horta dentro de casa

Foto - Dulla

O abandono das Praças de Salvador

Por Hieros Vasconcelos, do A TARDE

Praça: qualquer espaço público urbano, livre de edificações e que propicie convivência e recreação para seus usuários. Em Salvador, no entanto, o item recreação está distante da realidade. São 570 praças que pouco têm a oferecer para a população: escuras e sem policiamento, tornaram-se alvos fáceis para a depredação e servem de dormitório e sanitário para moradores de rua, além de ponto para usuários de drogas.

Praça da Piedade: ocupada por moradores de rua e abandonada pelo poder público

Praça da Piedade: ocupada por moradores de rua e abandonada pelo poder públicoResponsável pela manutenção e conserto dos espaços, a Companhia de Desenvolvimento Urbano (Desal) – autarquia da Secretaria Municipal de Transporte e Infraestrutura (Setin) – reconhece a degradação e informa que são gastos com a manutenção pelo menos R$ 3,5 mil por dia, o que soma cerca de R$ 900 mil, até agora, em 2010. Este ano, 70 monumentos foram arrancados ou destruídos. “Com o total gasto, dava para construir uma praça por mês”, diz o titular da Setin, Euvaldo Jorge.

A justificativa para o triste cenário, diz Euvaldo Jorge, está na ação de vândalos, que roubam equipamentos para vender e comprar drogas, e no grande número de moradores de rua em Salvador. “Arrumamos uma praça hoje e amanhã faltam equipamentos, como cabos de iluminação, refletores e pedaços de estátuas”, relata ele. Segundo dados da Desal, 70% dos espaços sofrem depredação após a inauguração. De acordo com o órgão, Salvador é a cidade que mais tem praças no Brasil.

A equipe de A TARDE percorreu nove espaços públicos conhecidos: Largo da Madragoa, Largo de Roma, Largo do Papagaio, Praça Dois de Julho, Praça da Piedade, Praça Olga Mettig, Passeio Público, Largo do Campo Grande e a Carlos Batalha (Rio Vermelho).

Em todos os espaços visitados, verificaram-se lâmpadas de postes apagadas, grama e árvores sem cuidado, parques para crianças quebrados, ausência de policiamento, de guarda municipal e de fiscalização. A Secretaria Municipal de Serviços Públicos (Sesp) não se pronunciou sobre o tema, apesar dos pedidos de A TARDE, até o fechamento da edição deste domingo, 3.


Leia reportagem completa na edição impressa do Jornal A Tarde deste domingo, 3, ou, se você é assinante, acesse aqui a
versão digital.

Estrada atropela maior lago subterrâneo do Brasil, na Bahia

19 de setembro de 2010

Por CLAUDIO ANGELO
DE BRASÍLIA

A pavimentação de uma estrada no sudoeste da Bahia atropelou, literalmente, a caverna que abriga o maior lago subterrâneo do Brasil.

O estrago foi verificado por um espeleólogo e motivou a visita de uma equipe do Instituto Chico Mendes ao local na última sexta-feira.

O órgão, agora, quer descobrir se o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) errou na concessão da licença de um trecho da obra da rodovia BR-135 ou se o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) faz o trabalho num trecho não licenciado.

Grupo Bambuí/Divulgação
Vista do sistema de cavernas que abriga o lago subterrâneo no sudoeste baiano; espeleólogos relatam queda de pedras.

Vista do sistema de cavernas que abriga o lago subterrâneo no sudoeste baiano; espeleólogos relatam queda de pedras.

A vítima principal é o Buraco do Inferno da Lagoa do Cemitério, caverna que abriga o lago de 13.860 m2.

A gruta integra o sistema de cavernas João Rodrigues, no carste (formação de rocha calcária caracterizada por cavernas, que lembra um queijo suíço) de São Desidério, município baiano na fronteira da expansão da soja.

Segundo Alexandre Lobo, do Grupo Bambuí de Pesquisas Espeleológicas, há mais de uma centena de cavernas na região. Três dezenas delas são consideradas "expressivas" e deveriam estar protegidas. O Instituto Chico Mendes tem planos de criar uma unidade de conservação ali.

ALTERNATIVA

Em 2008, Lobo integrou uma equipe que mapeou as grutas na região de influência da BR-135. O objetivo era sugerir um traçado alternativo para a obra de pavimentação da estrada, justamente para desviá-la do carste.

No mês passado, o espeleólogo foi a São Desidério fazer fotos do lago subterrâneo. "Deparei com desmatamento e terraplenagem e as obras em curso", conta.

"No ponto onde o conduto [teto da caverna] é mais alto, sobre o lago, vi que havia blocos de rocha caídos recentemente", continua Lobo. "Há dolinas [buracos naturais na rocha calcária] entupidas, tudo isso resultado das máquinas que trabalham no local."

A estrada, é verdade, já passava por cima da caverna. Como era uma estrada de terra, porém, o trânsito local era pequeno. Quando o Dnit pediu a licença para pavimentar a estrada, que será usada para escoar a produção agrícola da região, o Ibama aproveitou para corrigir o traçado do trecho problemático.

Segundo o Dnit, 19 km dos 60 km da obra não receberam licença por decisão do Ibama. A obra continuou no restante. Em maio deste ano, o órgão autorizou que o asfaltamento prosseguisse por mais 14 km de estrada.

O Dnit afirmou à Folha, por meio de sua assessoria de imprensa, que a obra em curso se limita ao trecho autorizado. Os outros 5 km embargados, que segundo o departamento corresponderiam "à caverna", continuariam parados, à espera da conclusão do estudo sobre o desvio.

Lobo contesta o Dnit. Ele diz que há obras ocorrendo exatamente sobre a caverna. "Inspecionamos a obra. Ela está ocorrendo", diz o gerente do Ibama em Barreiras, Zenildo Soares. "Falta definir as coordenadas do local onde ela foi impedida."

O espeleólogo Jussykledson de Souza, que mora em São Desidério, acompanhou na sexta a equipe do Instituto Chico Mendes que foi vistoriar o local. "O teto da caverna está caindo. Vimos blocos caírem", afirmou.

"Ter ou não ter licença só agrava a situação. O que nos preocupa é a integridade do sistema", disse Jocy Cruz, chefe do Cecav (Centro Nacional de Estudo, Proteção e Manejo de Cavernas), do Instituto Chico Mendes.

Aquecimento de 1,3°C é inevitável, diz pesquisa

11 de setembro de 2010

Por GIULIANA MIRANDA
DE SÃO PAULO


O que aconteceria se a Terra parasse seu rimo de expansão e nenhuma nova usina ou veículo capaz de emitir carbono fossem construídos? Ainda assim, a temperatura do planeta aumentaria 1,3°C, até 2060, em relação ao período pré-industrial.

A conclusão é de pesquisadores dos EUA, que fizeram um dos mais detalhados levantamentos sobre emissões de carbono ligadas à geração de energia e à estrutura de transportes. O material foi publicado na revista "Science" de ontem. 

O planeta vai esquentar, mas para os os cientistas ele ainda não chegou ao patamar de aquecimento e emissões em que as consequências se tornam irreversíveis. 


Editoria de Arte/Folhapress

O aumento de 1,3°C em relação ao período anterior à revolução industrial --cerca de 0,5°C a mais que hoje-- foi considerado até modesto pelos pesquisadores, que esperavam crescimento de pelo menos 2°C. 

A concentração de carbono na atmosfera, no mesmo período, deve ficar em 430 ppm (partes por milhão), valor também abaixo do que era esperado inicialmente pelos pesquisadores. 

"Esse resultado nos surpreendeu", afirmou Steven Davis, da Instituição Carnegie para a Ciência, que chefiou o trabalho. 

PIOR NO FUTURO
 
Segundo ele, porém, não há motivos para comemorar. Os resultados indicam que as principais ameaças ao planeta ainda estão por vir, devido ao sistema de geração de energia e transportes que são muito dependentes de combustíveis fósseis. 

"É importante que nós façamos a coisa certa agora. Ou seja, construir tecnologias que gerem energia com baixa emissão de carbono", disse Ken Caldeira, também do Carnegie e autor do trabalho. 

Para chegar ao resultado, os cientistas fizeram um levantamento sobre todas as usinas geradoras de energia em operação no mundo. Eles também estimaram as emissões do sistema global de transportes, que tem dois terços das operações com combustíveis fósseis. 

Modelos computadorizados, que simulavam os cenários de emissão previstos pelo IPCC (painel de mudanças climáticas da ONU), chegaram às conclusões.

Por conta da forte presença de termoelétricas, a maior parte das emissões se concentra nos EUA, Europa Ocidental e China. 

A vida útil média das unidades movidas a carvão é de 40 anos. As usinas chinesas, por serem mais novas, têm potencial para poluírem por mais tempo.

Usina solar

23 de agosto de 2010

Getty Images

Com capacidade de gerar 1 mw (suficiente para abastecer cerca de 500 casas), a primeira usina solar brasileira será interligada ao sistema elétrico da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf)

Em breve, a paisagem de Tauá, CE, ficará parecida com a da foto acima, clicada em Sevilha, na Espanha. A novidade, ainda isolada, pode multiplicar-se em breve. “Com o aumento dos custos de produção de energia elétrica e a redução das despesas de fabricação das placas fotovoltaicas, prevejo uma paridade tarifária que tornaria a segunda opçãomais viável”, diz Ricardo Rüther, especialista no tema e professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Construir pequenas usinas como a de Tauá, de abrangência local, ou instalar painéis fotovoltaicospróximos aos pontos de consumo (como em coberturas deprédios) pode ser um caminho interessante. “Assim, gasta-se menoscom redes de transmissão e distribuição”, afirma Ricardo. Sem falar nosganhos quantitativos: segundo ele, se a área inundada de Itaipu fosse coberta por placas fotovoltaicas, a produção de energia dobraria.

EM BREVE NA SUA CASA
O Brasil ainda não fabrica placas fotovoltaicas (importa de marcas como Kyocera, Sharp, Sanyo e SS Solar),mas há grande expectativa quanto à participação do país na geração de energia solar. “Temos boa insolação e a maior reserva de quartzo do mundo, de onde se extrai o silício, usado nas células solares. Desenvolver o setor é questão de dez anos”, afirma Ricardo Ruther.

Além disso, a pressão mundial pelo uso de fontes renováveis favorece a queda dos preços das placas, o que disseminará o uso. “Por enquanto, os consumidores são pessoas de classe alta, dispostas a pagar mais pela energia limpa, ou populações muito carentes, que obtêm ajuda do governo para a compra dos painéis”, diz Airton Dudzevich, da loja paulista Supergreen, especializada em produtos e sistemas sustentáveis.

Usina Nuclear e o Brasil

Divulgação



Uma guerra nuclear no Brasil

Por Maurício Moraes
Revista Info Exame – 07/2010

Retomada das obras de Angra 3 e construção de novas usinas no Nordeste e no Sudeste até 2030 esquentam o debate sobre o uso da energia atômica no país. O governo diz que a iniciativa pode evitar apagões. Mas ONGs como o Greenpeace veem perigo na tecnologia

----------------------------------------------

O Brasil precisa investir em energia atômica? O governo federal acha que sim e retomou o programa nuclear do país, que se arrastava desde o acidente com a usina de Chernobyl, em 1986, na extinta União Soviética. Os planos incluem terminar as obras de Angra 3, paralisadas há 24 anos, e, depois, construir pelo menos mais quatro centrais termonucleares até 2030. Duas delas vão ficar no Nordeste, e, as outras duas, no Sudeste. A polêmica decisão tem recebido duras críticas de entidades ligadas à defesa do meio ambiente, e o debate vai se transformar em uma guerra nos próximos anos.

Entre os principais opositores da ideia estão ambientalistas e ONGs, que acham essa tecnologia perigosa e cara. Para o Greenpeace, faz mais sentido gastar com parques eólicos, vistos pelos ativistas como mais competitivos, ambientalmente corretos e seguros. Já os defensores da opção nuclear incluem o Palácio do Planalto, os Ministérios de Minas e Energia e da Ciência e Tecnologia e organizações e empresas diretamente ligadas ao setor. O grupo afirma que os riscos são mínimos e que as usinas são necessárias para dar conta do crescimento da demanda por energia nos próximos 20 anos.

A disputa começou com uma vitória do governo. No dia 31 de maio, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) concedeu a licença definitiva para a construção de Angra 3. Com isso, a Eletronuclear, responsável pela operação das usinas nucleares no país, pôde retomar as obras. Serão necessários pelo menos mais 8,5 bilhões de reais para terminar o projeto. De acordo com dados fornecidos pela estatal, o custo da paralisação foi de 1,6 bilhão de reais, dos quais cerca de 650 milhões de reais se destinaram à manutenção dos equipamentos, adquiridos no início da década de 80. A conclusão das edificações está prevista para 2015. Depois disso serão feitas as quatro novas unidades.

PRESSÃO DO FUTURO
Por trás dos planos de construção de novos reatores está um estudo, o Plano Nacional de Energia 2030. A análise, feita em 2007 pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao Ministério de Minas e Energia, indica que a demanda por eletricidade no Brasil vai crescer entre 90% e 175% até 2030, em relação a 2010. Para lidar com a expansão do consumo nas próximas duas décadas e evitar apagões, a EPE indicou como deveria ser o aumento na produção de energia. Está prevista, por exemplo, a expansão de hidrelétricas e de parques eólicos. Mas a pesquisa também recomendou a geração de um mínimo de 4 gigawatts adicionais por meio de centrais termonucleares.

As discussões sobre os locais onde ficarão instaladas as novas usinas no Nordeste já começaram no Congresso Nacional. Quatro estados estão entre os possíveis escolhidos: Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas. Como precisam de um volume considerável de água - que, com o calor gerado a partir da fissão (separação) dos átomos de urânio no reator, é aquecida, vira vapor e movimenta turbinas, gerando energia -, as unidades terão de ficar na orla marítima ou ao lado de grandes rios, como o São Francisco e o Jequitinhonha. Pouco se falou sobre as futuras usinas do Sudeste, mas elas deverão ocupar algum ponto do litoral do Rio de Janeiro, de São Paulo ou do Espírito Santo, ou, ainda, a bacia do Rio Paraná.
Definidos os lugares, as novas termonucleares dependem da aprovação de uma lei federal para sair do papel. No momento em que deputados federais e senadores começarem a analisar o texto do projeto - o que ainda levará alguns anos -, o debate entre defensores e opositores vai se intensificar... 
 


Leia mais aqui

Designer projeta computador feito com papel reciclado

8 de maio de 2010

computador-01.jpg

Com a evolução tecnológica, os objetos se tornam obsoletos da noite para o dia e toneladas de equipamentos acabam no lixo poucos meses após sua fabricação.

Câmeras fotográficas, celulares e até computadores são substituídos sem que seus materiais eletrônicos, geralmente carregados de substâncias tóxicas, sejam descartados corretamente. Todos esses equipamentos acabam no lixo comum e causam graves danos ao meio ambiente.

Pensando nisso, o designer Je Sung Park projetou um notebook feito com papel reciclado que pode ter sua estrutura substituída sem comprometer o resto do equipamento e reduz as agressões ambientais comuns nesse tipo de descarte.

computador-02.jpg

Muitas camadas de papel reciclado são prensadas até formar uma estrutura rígida e resistente. Com o monobloco pronto, as peças e dispositivos eletrônicos são inseridos na estrutura, formando um computador tão eficiente quanto um fabricado com materiais mais agressivos, como o plástico e os metais.

Assim, quando o usuário precisar substituir alguma peça, ele poderá trocar a estrutura por uma nova e montar novamente a parte eletrônica. O case poderá ser reciclado e virar um novo produto.

Futuro de produtos inteligentes e sustentáveis

computador-03.jpg

O projeto, claro, ainda não está pronto e precisa ser desenvolvido um pouco mais para se tornar viável. Mas o dono da ideia tem planos de colocá-lo em prática nos próximos dez anos e dar início a uma era de computadores menos agressivos ao meio ambiente e mais práticos e acessíveis para os usuários.

“Até agora, os computadores têm sido um símbolo de tecnologia. Mas nós precisamos de computadores mais avançados, que sejam mais fáceis de usar a qualquer hora e em qualquer lugar e que tragam soluções ambientais”, diz.

"Temos o que aprender com o Brasil"

20 de março de 2010

Afirma enviado dos EUA para Mudanças Climáticas

19/03 - 22:21 - Natasha Madov, iG São Paulo

Os Estados Unidos pretendem aprender com o Brasil como usar melhor fontes renováveis de energia e biocombustíveis, acreditam que a China representa um grande desafio diplomático na questão do aquecimento global e encaram o Acordo de Copenhagen como um relativo sucesso.

É o que afirma o principal negociador para mudanças climáticas do país, Todd Stern, que está em passagem pelo Brasil para ratificar o acordo de cooperação bilateral assinado pela secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, no mês passado.

Todd Stern

Todd Stern: a responsabilidade pelo aquecimento global precisa ser dividida

Em entrevista ao iG, ele avaliou o atual estado das negociações climáticas com os países em desenvolvimento, o trabalho do IPCC (sigla em inglês de Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas) e os esforços do presidente Barack Obama, bem como o ceticismo em torno do tema.

iG: Como o senhor avalia o resultado do encontro em Copenhagen, em dezembro passado?

Todd Stern: Foi uma reunião muito difícil, em vários aspectos, mas o resultado final foi bastante importante. Não foi o que todos queriam, mas, no nosso ponto de vista, teve resultados positivos. O acordo de Copenhagen foi negociado por um grupo extraordinário de chefes de Estado, e incluiu um número importante de metas. Foi a primeira vez que esses países tinham um objetivo claro, que era tentar segurar o aumento de temperatura em 2 graus centígrados, e todos estavam cientes da importância da tecnologia, das florestas e da transparência nas ações. É um acordo curto, incompleto, mas é um importante passo à frente.


iG: A ONU (Organização das Nações Unidas) pediu recentemente que o trabalho do IPCC fosse revisado, após a descoberta de alguns erros. O que o senhor acha disso?

Todd Stern: Foi uma atitude inteligente da ONU, que ajuda a solidificar a confiança do público. Sim, existem erros, mas o fundamental não mudou. Existe uma quantidade gigante de provas que o planeta está ficando mais quente. São literalmente milhares de estudos, tanto do IPCC quanto de outras fontes, que apontam nesta direção. Só o trabalho do IPCC é imenso, vários volumes com milhares de páginas. A revisão vai ajudar com que se evite esses erros no futuro, mas no fundo nada mudou.

iG: Os últimos acontecimentos têm ajudado os "céticos do clima", que acham que o aquecimento global não existe?

Todd Stern: Sabe, acredito que deve ter havido um pequeno aumento no número deles, mas não acho que seja significativo a longo prazo. Existem pessoas interessadas em se opor ao aquecimento global, mas os eventos são de tal ordem que as provas vão continuar aparecendo. Gostaria que não fosse assim, mas é o que acontece; todo mês, toda semana, todo dia surge algo novo que comprova os fatos, como o derretimento das geleiras.

iG: O que a administração Barack Obama está fazendo para combater as mudanças climáticas?

Todd Stern: O presidente está extremamente focado nisso, estava ainda antes da sua posse. O pacote de estímulo à economia que ele aprovou no início do seu mandato previa um investimento de 80 bilhões de dólares em energias limpas. Em um ano normal, um investimento desse tipo seria da ordem de três ou quatro bilhões (de dólares).

No ano passado a EPA (sigla em inglês de Agência de Proteção Ambiental dos EUA) estabeleceu padrões de economia de combustível para os veículos. Estamos nos esforçando para mudar a legislação, e nossa proposta está aguardando no Senado. Agora a EPA está estudando regulamentações para o setor elétrico. Isso no âmbito doméstico.

Internacionalmente, houve um compromisso imenso. O governo anterior não estava envolvido neste tema, e quando o presidente Obama assumiu foi estabelecido, praticamente desde o primeiro dia, o cargo de Enviado Especial, que nos colocou de volta ao plano das discussões multilaterais. Estamos procurando acordos bilaterais com vários países, inclusive o Brasil, com quem acabamos de fechar no mês passado um acordo de cooperação.


iG: Como é este acordo?

Todd Stern: Ele contempla muitas frentes. Uma é diplomática: aproximar o diálogo, discutir cooperativamente e trabalhar em conjunto em relação à direção das negociações sobre mudanças climáticas. Uma boa parte do foco vai ser em uso da terra, cuidados florestais, energia, biocombustíveis, eficiência energética, pesquisa científica. O acordo é bem vasto. Assinamos também acordos com a China e a Índia, e estruturamos o Fórum das Maiores Economias, que o presidente Bush iniciou, e colocamos um foco em emissões de carbono. O primeiro grande encontro foi ano passado, na Itália, mas as reuniões continuam.

iG: Os EUA pretendem cooperar com o Brasil na pesquisa de biocombustíveis e energia renovável?

Todd Stern: O Brasil tem um trabalho impressionante nessa área, é o líder mundial e sim, esse é um dos campos em que gostaríamos de trabalhar em cooperação. Temos algumas coisas a aprender com o Brasil.

iG: Como lidar com a questão das emissões da China?

Todd Stern: A China é um grande desafio. É um país que mostra para onde a diplomacia das mudanças climáticas tem que ir. Tradicionalmente, em acordos como o de Kyoto, os países desenvolvidos devem agir, e os em desenvolvimento não precisam se comprometer. Essa divisão não pode continuar se quisermos realmente resolver o problema, e a China é o melhor exemplo do porquê disso. É o maior emissor de gases-estufa do mundo, e está crescendo. E ela não está sozinha. Economias emergentes como o Brasil também desempenham um grande papel. Os países desenvolvidos têm sua responsabilidade histórica, mas todos têm que agir, e por isso encaro o acordo de Copenhagen como um avanço, pois todos concordaram em submeter suas propostas para reduzir as emissões e todos fizeram isso, até 31 de janeiro deste ano. Isso nunca tinha acontecido antes.

iG: O senhor foi o negociador do Protocolo de Kyoto durante o governo Clinton, e está agora de volta como Enviado Especial de Mudanças Climáticas do governo Obama. O que mudou de lá para cá e por que os Estados Unidos não ratificaram ainda o Protocolo de Kyoto?

Todd Stern: Desde 1997, algumas coisas continuam as mesmas, mas muito mudou. A maior diferença é que agora os países em desenvolvimento são os maiores emissores de carbono. Nós sabemos que historicamente esse papel cabia ao Primeiro Mundo e temos que agir de acordo com isso. Mas nós vivemos pensando no futuro, e não no passado. O paradigma básico de Kyoto, que os países em desenvolvimento não tinham responsabilidade nas emissões, simplesmente não funciona mais, e muitos enxergam isso.

Alguns países se agarram a Kyoto, mas cada vez mais os governos reconhecem essa mudança e que o mundo tem que descobrir um meio de mudar essa situação pela via diplomática.

A respeito dos Estados Unidos, nunca houve um apoio político real a um acordo cujas obrigações fossem todas aos países mais ricos. Havia muita oposição. E o tema não era ainda tão premente - havia oposição das indústrias, que não queriam aumentar seus custos, e de grupos conservadores. A opinião pública também não sentia a necessidade de ações urgentes. Estes problemas ainda não acabaram, mas a situação melhorou muito agora.

 

Copyright © 2010 365 Atos | Blogger Templates by Splashy Templates