Imazon detecta aceleração da devastação nas margens da Cuiabá-Santarém

31 de julho de 2009

Local é o “epicentro do desmatamento”, diz pesquisador. Em junho, ONG mediu 150 km² de florestas derrubadas na Amazônia.

Por Iberê Thenório

Do Globo Amazônia, em São Paulo

Em poucos meses, uma área de floresta equivalente a 60 vezes o Parque do Ibirapuera, em São Paulo, foi destruída nas margens da rodovia BR-163, que liga Cuiabá (MT) a Santarém (PA). Segundo relatório divulgado nesta sexta-feira (30) pelo Imazon (Instituto do Homem e meio Ambiente da Amazônia), apenas três municípios paraenses, próximos a essa estrada, concentraram 95,1 km² de florestas derrubadas.

Aprenda a vigiar o desmatamento usando o mapa do Globo Amazônia .

Os números fazem parte do estudo mensal sobre desmatamento publicado pela ONG. Segundo o Imazon, em junho a floresta amazônica perdeu 150 km². O número representa queda de 75% em relação a junho de 2008, quando o desmatamento somou 612 quilômetros quadrados. Quando comparado com os últimos 11 meses, o número apresenta queda de 74%. De agosto de 2008 a junho de 2009, o desmatamento acumulado foi de 1.234 km², contra 4.755 km² no período anterior.

Foto: Imazon/Divulgação

Pontos vermelhos mostram o desmatamento detectado no mês de junho. Em azul estão os focos de degradação florestal – quando a mata sofreu danos, mas não foi completamente derrubada. A região da BR-163 está no centro do mapa, no sul do Pará. (Foto: Imazon/Divulgação)

Na medição de junho, o estado que apresentou maior devastação foi o Pará (121 km²), seguido de Mato Grosso (11 km²), Rondônia (11 km²), Amazonas (5 km²), Tocantins (2 km²) e Acre (0,3 km²). No Amapá não foi detectado desmatamento, enquanto a porção maranhense pertencente à Amazônia Legal não foi analisada pela ONG. A cobertura de nuvens prejudicou a visibilidade dos satélites, pois cobriu 58% de toda a região.

Estrada da destruição

Os municípios de Novo Progresso, Altamira e Itaituba, no Sul do Pará, ficaram no topo da lista de devastação. O desmatamento nesses locais seguiu a rota de BR-163, e invadiu a Floresta Nacional de Jamanxim, que perdeu 18,8 km² de matas na medição realizada em junho.

Para o pesquisador Adalberto Veríssimo, um dos responsáveis pelo levantamento, esse local é hoje o epicentro do desmatamento da Amazônia. “Há uma corrida muito forte de especulação de terras naquela região, e a maneira de legitimar posses é desmatando”, afirma.

Segundo o cientista do Imazon, os desmatadores da Floresta de Jamanxim têm esperanças de que o governo cancele parte da reserva, assim como foi feito em Rondônia, onde parte da Floresta Nacional do Bom Futuro foi trocada por uma reserva estadual, beneficiando invasores.

Queda do desmatamento

Veríssimo endossa as declarações do Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, de que o desmatamento entre agosto de 2008 e julho de 2009 será o menor já identificado nos últimos 20 anos, pois as últimas medições do Imazon indicam uma queda muito forte no ritmo de destruição.

O pesquisador alerta, contudo, que no final deste ano o desmatamento pode subir novamente. O crescimento da economia, somado a um verão seco, podem estimular o corte das árvores. Além disso, Veríssimo aponta a proximidade das eleições como um dos fatores que aumentam a devastação “Infelizmente, a floresta é barganhada”, afirma.

Se você vive ou viajou para a Amazônia e tem denúncias ou ideias para melhorar a proteção da floresta, entre em contato com o Globo Amazônia pelo e-mail globoamazonia@globo.com . Não se esqueça de colocar seu nome, e-mail, telefone e, se possível fotos ou vídeos.


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Geladeira em blocos ajuda a economizar energia

26 de julho de 2009

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Repare nesta cena. A pessoa chega na cozinha, abre a porta da geladeira, fica parada durante minutos tentando decidir se quer ou não algo de lá de dentro. Lembrou de alguém? Pois é. Acontece que geladeira não é vitrine. Enquanto você pensa na vida, o ar frio ar frio escapa e a máquina tem de trabalhar muito mais para compensar o que foi perdido – sinônimo de gasto de energia.

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Uma invenção de Stefan Buchberger, estudante de Artes Aplicadas da Universidade de Viena, tenta pôr fim a essa questão. Trata-se do Flatshare Fridges, uma geladeira dividida em compartimentos isolados e independentes (o eletrodoméstico parece ser feito de lego) que pode ser uma mão na roda para economizar energia.

geladeira3.jpgComo a geladeira é fragmentada, o usuário pode escolher o que guardar em cada compartimento e abrir apenas o que precisar – evitando a saída do ar gelado. Além disso, como cada alimento precisa de uma temperatura diferente, você pode regular cada bloco de acordo com o que pretende guardar ali. É o fim do consumo desnecessário.

Outra vantagem é para aqueles que dividem apartamento e que sabem a dor de cabeça que é dividir a geladeira com alguém. Com a invenção, cada um pode ser dono de um “andar”, evitando trocas e outros problemas freqüentes nesse tipo de situação.

A geladeira é formada por uma base e pode ter até quatro blocos montados como um quebra-cabeça. Cada um pode ser customizado de forma independente, com compartimentos e regulagens de temperatura individuais.

O Flatshare Fridges ainda é apenas um conceito e não está sendo fabricado. Mas não deixa de ser uma boa ideia que pode virar realidade em pouco tempo.

Via EcoDesenvolvimento.

Empresas europeias planejam megacentral solar no Sahara

19 de julho de 2009

solarpanel1.jpgUm consórcio de empresas de multinacionais – que reúne gigantes como Siemens, RWE, E.On e Deutsche Bank, entre outros – assinou nesta terça-feira uma carta de intenções para criar o maior projeto de energia solar do planeta: a Iniciativa Industrial Desertec.

O projeto prevê a construção de uma rede de usinas de produção de energia totalmente limpa no Deserto do Saara, no norte da África, e de redes transmissão de energia, capaz de fornecer pelo menos 15% da eletricidade consumida na Europa, além de dois terços da necessidade do norte africano e do Oriente Médio.

O Desertec foi orçado em US$ 577 bilhões e prevê a instalação de uma tecnologia solar de última geração, que utiliza espelhos para concentrar a luz do sol sobre torres de energia que produzem vapor, que por sua vez movimentam turbinas que produzem eletricidade.

O calor excedente produzido durante o dia pode ser armazenado em tanques especiais para manter a usina em funcionamento durante a noite ou em dias nublados.

A ideia de se aproveitar o sol do Saara vinha amadurecendo há décadas, mas só agora o avanço das tecnologias, tanto solar quanto de transmissão de eletricidade, teria viabilizado o investimento.

Mediterrâneo

A água necessária para criar o vapor que movimenta as turbinas sairia do Mar Mediterrâneo, que dessalinizada – com sal derretido sendo usado nas baterias para estocar calor –, poderia ainda ser reaproveitada em regiões desérticas.

Especialistas sugerem ainda que a sombra dos espelhos poderia ser usada para plantação de espécies que normalmente não sobreviveriam ao intenso calor do deserto.

Essa tecnologia, chamada Concentrando Energia Solar (CSP, na sigla em inglês) já é usada em usinas solares nos Estados Unidos e na Espanha.

A ideia, que surgiu na Alemanha, vem sendo defendida com vigor pelo próprio governo alemão e pela Comissão Europeia, embora ainda existam dúvidas sobre como os problemas políticos de um projeto verdadeiramente internacional como este seriam equacionados.

"O conceito de energia renovável está associado também ao de independência energética. Então, me pergunto por que deveríamos depender novamente de outros para o nosso fornecimento", disse à BBC o especialista alemão Wolfgang Palz, presidente europeu do Conselho Mundial de Energias Renováveis.

Outros acusam a iniciativa europeia de representar um suposto "colonialismo energético" – crítica prontamente rebatida por um dos diretores da Desertec, Michael Straub.

"Da nossa rede de 60 cientistas e especialistas em energias renováveis, a metade é da África e do Oriente Médio. A outra metade é de europeus", afirmou Straub, acrescentando que representantes dos países envolvidos participaram do projeto desde o início.

Fonte: BBC Brasil

Fatos interessantes do mundo de GEO

18 de julho de 2009

Homem e macaco: uma relação explosiva

Há séculos correm certos rumores sobre o gorila, de que ele seria mau e que desaparece com as pessoas. Depois, colecionadores de troféus europeus começaram a caçar o animal na África Central, e os zoológicos o comercializaram como curiosidade. Apenas a partir de meados do século 20 se impôs a imagem de um primata com características bem humanas. Pesquisadores, como a bióloga Doreen Schwochow, do Zoo de Leipzig (Alemanha), conseguem refinar ainda mais essa imagem do macaco-homem. E a sociedade se abre a uma mudança de consciência, talvez tarde demais: três das quatro subespécies de gorilas encontram-se atualmente na lista vermelha, classificadas como "ameaçadas de extinção". As Nações Unidas, por essa razão, declararam 2009 como o "ano do gorila".

O primeiro olhar

Mais de 380 mil bebês nascem todos os dias. Descontando a mortalidade, a população humana cresce diariamente em cerca de 224 mil pessoas. O fotógrafo francês Thierry Bouet retratou recém- nascidos na primeira hora após o parto. Com o seu projeto First Hour, Thierry quer mostrar o que os neonatos sentem. Esses pequeninos seres humanos só enxergam, literalmente, um palmo diante do nariz, sem nitidez e difusamente, razão pela qual parecem desamparados. Mas já conseguem usar o olfato, o paladar e a audição. Os restos brancos em alguns rostos é o "vernix caseoso". Essa secreção gordurosa protege o recém-nascido da perda de calor. Seu aspecto, às vezes um pouco estranho, é talvez a causa de se imaginar que os neonatos, em quase todas as culturas, vêm de um mundo intermediário. As cerimônias de recepção, assim como era o batismo antigamente, servem como reação a esse sentimento.


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Geoscópio

Brasileiras lideram ranking de sustentabilidade das 50 maiores empresas latino-americanas

11 de julho de 2009

A Management & Excellence (M&E), empresa de consultoria estratégica que atua há mais de oito anos no Brasil, anuncia, em parceria com a revista Latin Finance, o resultado do “Corporate Study: a Sustentabilidade nas Maiores Empresas da América Latina”, que avalia a melhor performance em sustentabilidade, responsabilidade social e governança corporativa das 50 maiores empresas latino-americanas. As companhias brasileiras lideram o ranking, com a CPFL na primeira posição, seguida respectivamente pela Petrobrás, Embraer e TAM. Usiminas e Eletropaulo dividem a quarta posição com Cemex, do México, e Perdigão e Vivo estão na quinta colocação ao lado do Wal Mart do México.

A pesquisa realizada pela M&E, que se tornou uma referência na América Latina, contou com empresas do Brasil, México, Argentina, Chile, Peru e Venezuela. Foram avaliados 140 critérios nas três áreas (governança, sustentabilidade e responsabilidade social), cruzando indicadores financeiros, análise de riscos e processos, regras de governança e de gerenciamento, auditorias, ações na área social e ambiental, entre outros pontos. No quesito sustentabilidade, além de ações de longo prazo e compliance, o estudo da M&E engloba transparência, responsabilidade ambiental e ética – principalmente após os prejuízos causados pela crise econômica mundial.

Segundo William Cox, CEO da Management & Excellence, o ranking é resultado do equilíbrio entre análise financeira, social e ambiental, avaliando a empresa em seu conjunto. “A pesquisa revela o que é realmente importante, por exemplo, o balanço de riscos e processos – e não apenas os indicadores financeiros”, explica Cox. As empresas devem passar por auditorias externas e não sofrer influências familiares, contando com indicadores reconhecidos internacionalmente como o Bovespa, ILO, OECD, Global Compact, Millenium Goals, NYSE, Global Reporting Initiative (GRI), entre outros.

Essa é a terceira vez consecutiva que o Brasil tem um maior número de empresas brasileiras avaliadas no ranking, sendo que, desta vez, 23 delas se destacaram, em comparação a 25 em 2008. Com 16 empresas no ranking, o México foi o segundo país com mais companhias listadas, seguido pela Argentina, com três.

A CPFL conquistou destaque especial porque, além de liderar o ranking geral e manter o resultado de 2008, posicionou-se em primeiro lugar nos três quesitos analisados. Por sua vez, Petrobrás, Embraer, Eletropaulo, Usiminas, Vivo, Telemar, Eletrobras e TIM galgaram muitas posições em relação ao estudo de 2008, apresentando grande evolução dos indicadores (veja o ranking completo abaixo).

Realizada pela terceira vez na América Latina, a pesquisa da M&E forma um verdadeiro benchmarket de vários setores como alimentos e bebidas; comércio; energia; petróleo e gás; mineração; químico; siderurgia e metalurgia; transporte, telecomunicação e varejo. Entre os 10 setores os que mais se destacaram estão: varejo, telecomunicações, alimentos e bebidas.

Utilizando o método de considerar “somente os fatos” (Facts Only) e com uma abordagem conservadora, a Management & Excellence atinge um alto grau de precisão, reduzindo ao mínimo a subjetividade e analisando a fundo a atuação das empresas. Tanto é que alguns resultados surpreendem. “Por meio do critério de Responsabilidade Social Corporativa, concluímos que, das 42 organizações que realizam projetos sociais nas comunidades, apenas 7 conseguem ligar essas ações diretamente ao negócio”, conta Cox. “E de todas as empresas, somente 6 estão comprometidas com a Declaração Universal dos Direitos Humanos.”

“Além de abordar a comunicação, essa versão da pesquisa amplia a análise ao incluir critérios que tratam da transparência das empresas. Tal adaptação se deve à crise internacional iniciada no ano passado, quando pudemos perceber que, mesmo empresas com alto grau de compliance com normas legais, poderiam ser de alto risco. Assim, aumentamos o número de critérios que valorizam a transparência de informações importantes sobre o negócio e a empresa, que também podem servir de ferramenta para analistas e investidores”, conta Angélica Blanco, diretora da M&E no Brasil.

Muitas organizações ainda revelam suas informações financeiras por conta de razões legais ou para atrair investidores, em detrimento de dados econômicos relevantes. Em relação à governança corporativa, inúmeras companhias ainda têm foco numa política básica, enquanto há a necessidade de um comprometimento profundo dos executivos para que haja uma disseminação no dia a dia dos negócios da organização, conclui a M&E no estudo.


Fonte: Época NEGÓCIOS


 

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