Gripe Suína (H1N1) e Meio Ambiente

14 de agosto de 2009

Por: Rui Iwersen, editor do Boletim virtual de GaiaFloripa – Núcleo Florianópolis de GAIA – Grupo de Ação e Informação Ambiental - Link aqui

Gripe Suína, Gripe Humana, Gripe Aviária, Influenza A (H1N1), Dengue, Febre Amarela, Doença de Chagas, AIDS e etc. A relação destas doenças e epidemias com a globalização social e com as alterações climáticas e ambientais globais são evidentes. A Dengue, por exemplo, já chegou na Argentina.

Os microorganismos, especialmente os vírus, são altamente mutantes e, portanto, adaptáveis a novos ecossistemas e a novas condições ambientais e climáticas. As alterações ambientais produzidas pelo Homem, destruindo ou transformando os habitats naturais de muitas espécies de microorganismos e de seus transmissores (como os mosquitos, barbeiros, ratos, aves e porcos, por exemplo), produziu, produz e produzirá novas espécies de vírus, bactérias e fungos, que podem ser patogênicas para aves, porcos, humanos e outras espécies animais ou vegetais.

Este fenômeno é compreensível. Afinal, “a humanidade está extinguindo uma espécie a cada 13 minutos”. No Antropoceno, era planetária dominada pelo Homem, o ser que sobrevive tenta viver. Para sobreviver ao Homem e com o Homem e seus animais e vegetais domesticados e confinados, os vírus sofrem mutações.

Atualmente, globalizada social, cultural e economicamente, a humanidade tem interesse em evitar toda e qualquer epidemia com possibilidade de globalização, o que caracterizaria uma pandemia. Hoje, vinte e nove países já têm cerca de 3.500 casos confirmados, inclusive o Brasil (6), e os EUA já têm mais casos confirmados (2254) que o México (1626). Felizmente, os EUA têm também menos mortes (2), o que parece indicar “casos mais leves”. Mas, o vírus Influenza A (H1N1) poderá sofrer novas mutações!

Na matéria Perigo! Gripe Suína, a revista Época de 4 de maio de 2009 faz um histórico da epidemia desde o século XX. Diz a revista em seu artigo: “Segundo a revista New Scientist, a pandemia era previsível. Desde 1998, quando uma gripe suína matou milhões de porcos nos Estados Unidos, o vírus H1N1 vem circulando pelo rebanho suíno americano. Um em cada 5 funcionários das fazendas de porcos no país apresenta reagentes para gripes suínas, diz a revista, sinal de que foi contaminado por uma forma branda de vírus. Da mesma forma, o vírus da gripe humana deve ter infectado porcos. E os corpos dos animais se tornaram um criadouro de novas versões do H1N1. Em 2004, o médico Richard Webby, do Hospital Infantil St. Jude, de Memphis, Tennessee, disse que ‘a rápida evolução do vírus suíno tem o potencial para a emergência de uma pandemia de gripe na América do Norte’. Foi o que aconteceu”. (Conteúdo extra em www.epoca.com.br)

No dia 25 de abril, em uma teleconferência, a chefe da Organização Mundial da Saúde, Margaret Chan, alertou os países membros que “os surtos de gripe suína no México e nos Estados Unidos têm o potencial para causar uma pandemia mundial, mas é cedo demais para afirmar se isso vai ocorrer. Ela tem potencial de pandemia porque está infectando pessoas”, disse ela. “A nova cepa de gripe – uma mistura de vírus das gripes suína, humana e aviária, que já matou pessoas, entre casos suspeitos no México, e infectou pessoas nos Estados Unidos – ainda é pouco compreendida e a situação está evoluindo rapidamente”. Na quarta-feira, dia 29, a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que a pandemia já chegou ao nível 5 de alerta em uma escala até 6 criada pela OMS em 2005, pois já haviam casos da doença confirmados em grande parte na América do Norte e Europa, além de mortes no México e nos EUA. O nível 4 de alerta é quando constata-se que “o microorganismo é transmissível entre humanos e que a doença pode se espalhar”; o nível 5 significa que “O contágio atinge pelo menos duas regiões diferentes. A epidemia se alastra”; e o nível 6 é quando “a epidemia torna-se global, com contágio generalizado”.

Segundo a Enciclopédia virtual Wikipédia ( www.wikipedia.org ), a contaminação se dá da mesma forma que a gripe comum, por via aérea, contato direto com o infectado, ou indireto (através das mãos) com objetos contaminados. Não há contaminação pelo consumo de carne ou produtos suínos. Cozinhar a carne de porco a 70 graus Celsius destrói quaisquer microorganismos patogênicos. Não foram identificados animais (porcos) doentes no local da epidemia (México). Trata-se, possivelmente, de um vírus mutante, com material genético das gripes humana, aviária e suína.

Hoje, conhecido o agente etiológico da “Nova Gripe” (virus com material genético das gripes humana, aviária e suína) e registrados pela OMS cerca de 3.500 casos da Influenza A (H1N1) em 29 países de 3 continentes, sendo 6 casos confirmados no Brasil, publicamos um resumo do material esclarecedor e tranquilisador – Para Entender a Influenza: Perguntas e Respostas – publicado em seis de maio de 2009 pela Assessoria de Imprensa do Ministério da Saúde em seu site – Portal da Saude (www.saude.gov.br).

Fonte: Gianet .

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