Desmatamento responde por 20% das emissões em todo o planet |
Para Doug Boucher, da Union of Concerned Scientists (União dos Cientistas Preocupados), uma ONG americana que defende soluções científicas para questões globais, os países em desenvolvimento tomaram a dianteira com iniciativas recentes de fixar metas como a África do Sul – muito dependente de usinas de carvão para gerar energia – e a Coréia do Sul.
Com o anúncio brasileiro, a tendência ganha ainda mais força, segundo Boucher, que dirige a Iniciativa para Clima e Florestas Tropicais da ONG.
"Isso representa o quarto maior emissor do planeta (dois terços das emissões brasileiras são produzidas por desmatamento) assumindo o compromisso de uma redução substantiva nos próximos dez anos."
Boucher disse ainda que uma "liderança compartilhada" parece estar se desenhando em Poznan.
"(A iniciativa) é bem-vinda, apesar dos revezes recentes em 2008. O Brasil, nos últimos anos, vem demonstrando uma determinação real em combater as causas do desmatamento", afirmou Stewart Maginnis, diretor do Programa de Conservação de Florestas da IUCN.
O especialista, ex-diretor de florestas do WWF, disse ainda que o anúncio pode facilitar um acordo para redução de emissões após 2012.
"Ao assumir uma meta antes do acordo final, que deve acontecer no ano que vem em Copenhague, o Brasil dá um sinal animador de que metas de desmatamento como parte de uma solução global para o clima são possíveis não apenas teoricamente, mas na prática", afirmou Maginnis.
No entanto, Maginnis ressalva que seria "ingênuo supor que não existirão decepções e revezes no caminho, como já aconteceu neste ano".
Nesta semana, desembarcam em Poznan ministros do meio ambiente de quase 200 países, além da aguardada equipe de congressistas que vai relatar o progresso das negociações ao futuro presidente americano, Barack Obama.
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