Carteira da preservação

30 de junho de 2008

Criada em novembro de 2006 pelo Ibama, em parceria com o Ministério Público Federal e o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade, a Carteira Fauna Brasil tem o objetivo de levantar recursos e investí-los em projetos de conservação de animais silvestres e recursos pesqueiros. Até agora, 2,7 milhões de reais oriundos de um Termo de Compromisso assinado entre o Ibama e empresas responsáveis por estudos sísmicos para a prospecção de petróleo já foram injetados em sete iniciativas de proteção à fauna marinha. Elas estão em diferentes locais da costa brasileira.

http://www.rsi.com.br/clientes/dados/funbio.gif

O que é a História das Coisas?

13 de junho de 2008


O que é a História das Coisas? ... Desde a sua extração até à venda, uso e disposição, todas as coisas que compramos e usamos na nossa vida afetam as sociedade no nosso país e noutros países, mas a maioria disto é propositadamente escondido dos nossos olhos pelas empresas e políticos. A História das Coisas é um documentário de 20 minutos, rápido e repleto de fatos que olha para o interior dos padrões do nosso sistema de extração, produção, consumo e lixo. A História das Coisas expõe as conexões entre um enorme número de importantes questões ambientais e sociais, demonstrando que estamos a destruir o mundo e a auto-destruirmo-nos, e assim apela-nos a criar um mundo mais sustentável e justo para todos e para o planeta Terra. Este documentário vai-nos ensinar algo, fará ri, e acabará por mudar para sempre a maneira como olhamos para todas as coisas que existem na nossa vida. Um excelente documentário a não perder. ....................... http://www.storyofstuff.com



Essa é a realidade APARENTEMENTE inevitável


cómo quedará La Manga con la subida del nivel de mar

Em livro publicado pelo Greenpeace há fotomontagem que mostra a costa de Murcia, na Espanha, e a projeção de como ela ficará em três décadas se não houver ações contra o aquecimento global

Protesto contra descaso do governo da Bahia em Salvador

10 de junho de 2008

Organizações não-governamentais da Bahia entregam ao governo do estado Manifesto pela causa ambiental em ato que simboliza a morte dos biomas baianos.


Salvador, 06 de junho de 2008 —


Infelizmente a Bahia não tem muito do que se orgulhar no fechamento da semana em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente. Por esta razão, em repúdio a uma política ambiental inconsistente, diversas organizações socioambientais se reuniram nesta manhã num ato público em frente ao prédio da Governadoria, no Centro Administrativo da Bahia, para entregar a autoridades o Manifesto “Por uma Política Socioambiental no Estado da Bahia”. O documento demonstra o descontentamento do setor com os alarmantes números de degradação e os rumos da política ambiental no estado, propondo 14 pontos prioritários para a agenda ambiental do governo.


O ato público reuniu representantes de 25 organizações não governamentais e duas redes de instituições que atuam no estado, como o Grupo Ambientalista da Bahia (Gambá), Conservação Internacional, Flora Brasil, Centro de Estudos Socioambientais-Pangea, Fundação Onda Azul, Coletivo Jovem de Meio Ambiente de Salvador, Instituto Baleia Jubarte, Movimento Cultural Artemanha, Coalizão SOS Abrolhos e Rede MangueMar.


Os ativistas seguiram para frente do prédio da Governadoria, onde realizaram um enterro simbólico, com um caixão denunciando a morte anunciada dos principais ecossistemas da Bahia e cruzes representando cada um dos biomas do estado: Cerrado, Caatinga, Mata Atlântico e Marinho. Os manifestantes também levaram uma cesta de produtos simbolizando o desenvolvimento insustentável do estado, tais como carvão, águas poluídas dos rios, camarões criados em cativeiro e folhas secas representando a degradação florestal. Ao tentar dar prosseguimento ao ato através da leitura do Manifesto no hall de entrada da Governadoria, os manifestantes tiveram o acesso impedido pelos seguranças. Apesar disso, Érika de Almeida, coordenadora da Rede MangueMar, realizou a leitura do Manifesto e das propostas das entidades em frente ao prédio.


Em seguida, o grupo dirigiu-se à Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH), onde foi recebido pelo secretário de Meio Ambiente, Juliano Mattos, que ouviu atentamente a leitura do Manifesto. O Secretário reconheceu a necessidade de estreitar diálogo com os socioambientalistas baianos e demonstrou desconhecimento sobre diversos pontos expostos pelo setor, dentre eles a intenção de se instalar uma central nuclear no estado. “Eu não sabia. (...) Isso é complicado, inclusive porque contraria a constituição do Estado”, afirmou o Secretário. A diretora geral do Centro de Recursos Ambientais, Beth Wagner, chegou posteriormente e acompanhou a parte final do protesto.Outro exemplo de descaso do governo baiano com a área ambiental, apresentado no Manifesto, é o Projeto BahiaBio, que prevê o plantio de 870 mil hectares de cana e 868 mil hectares de oleaginosas, grande parte nas áreas de Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga.


A iniciativa ignora quaisquer cuidados ou medidas preventivas quanto aos impactos socioambientais das atividades previstas.Entre as principais exigências dos manifestantes estão a elaboração de um Plano Estadual de Meio Ambiente em parceria com a sociedade organizada e a definição emergencial de áreas prioritárias para conservação da biodiversidade e realização do Zoneamento Ecológico-Econômico, com transparência e controle social para inclusão no planejamento estratégico do Estado. O documento demanda também a revisão da Lei Estadual de Meio Ambiente e a promoção de debate público sobre grandes projetos de infra-estrutura e desenvolvimento no estado, especialmente o Porto Sul na região de Ilhéus/Itacaré e os incentivos a monoculturas (cacau, grãos, celulose e biocombustíveis). O Secretário de Meio Ambiente se comprometeu a receber os representantes das organizações que assinam o manifesto no dia 18 de junho, para tratar dos pleitos apresentados.Anúncio cancelado - O Dia Mundial do Meio Ambiente trouxe outro grande descontentamento para os socioambientalistas baianos e movimentos de pescadores e marisqueiras, que não comemoraram a criação da Reserva Extrativista (RESEX) de Cassurubá, como era esperado. Apesar de ter sido mencionada pelo Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, durante sua passagem pela Convenção sobre Diversidade Biológica na Alemanha no último mês de maio, como uma das unidades a serem criadas nessa data, a Reserva não foi contemplada na solenidade realizada ontem no Palácio do Planalto para a assinatura dos decretos de mais três unidades de conservação.


Há mais de dois anos extrativistas e ambientalistas pleiteiam a criação da RESEX. Em dezembro do ano passado, a criação da unidade chegou a ser anunciada pelo presidente Lula, mas o seu decreto não chegou a ser publicado. ”A política ambiental do governo Wagner ainda não está integrada com a política de desenvolvimento econômico, conforme anunciado nos discursos do governador. Nesse sentido, representa um grave retrocesso, até porque segue na contramão do destaque que o meio ambiente vem ganhando como área estratégica em todo o mundo”, declarou Renato Cunha, coordenador do Grupo Ambientalista da Bahia – Gambá.Segundo Guilherme Dutra, diretor do Programa Marinho da Conservação Internacional, “apesar de a Bahia abrigar ecossistemas considerados de essencial importância para a preservação da vida no planeta, como o Banco dos Abrolhos que conserva a maior biodiversidade marinha do Atlântico Sul, e os maiores remanescentes de Mata Atlântica do Nordeste do Brasil, a equipe de meio ambiente do governo da Bahia está entre as mais reduzidas do país. Isso sinaliza o descaso com que a questão vem sendo tratada nas políticas públicas estaduais”


Leia o Manifesto na Íntegra, com as Propostas das Organizações Sociambientalistas através do link:



Imagens do enterro simbólico dos ecossistemas, da leitura do Manifesto e do encontro com o Secretário, bem como arquivo-legenda, estão disponíveis no link:


O Manifesto “Por uma Política Socioambiental no Estado da Bahia” está aberto a adesões de outras organizações que queiram apoiá-lo.


Para maiores informações, envie um email para


Informações para a Imprensa
Anaéli Bastos
(71) 2201-0700

Produção coletiva substitui latifúndio estéril

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Por Humberto Márquez*

Uma pequena cooperativa leiteira obtém seus primeiros êxitos em meio à savana da Venezuela, país dependente dos alimentos importados.Barinas, Venezuela, 9 de junho (Terramérica) - “Em tudo isto que você vê não se produzia um único litro de leite, nem uma espiga de milho”, diz o venezuelano José Tapia Coirán, apontando com seus braços estendidos para o horizonte da savana salpicada de árvores. “Aqui obtemos 500 litros de leite por dia e colhemos mil toneladas de milho”, acrescenta. São as planícies de Barinas, sudoeste da Venezuela, onde trabalha a cooperativa Brisas del Masparro, em razão do nome dos rios que nascem nos Andes e levam suas águas ao Orenoco. Coirán, como é chamado por todos, ex-peão e tratorista em fazendas da região, é seu presidente.“Aqui, uma vez, existiu uma floresta, mas os latifundiários levaram toda a madeira. Deixaram umas poucas árvores e milhares de hectares de resíduos que pouco a pouco fomos limpando e semeando com pasto ou milho”, conta o dirigente. “Isto estava abandonado, sem produção, e por isso ocupamos a área”, acrescenta. Coirán e seus companheiros percorrem com o Terramérica quilômetros de terras, planas como mesa de bilhar, entre mato, algum pântano, pastagens ou terras sendo aradas para semear, a fim de ressaltar seus motivos ao ocupar o que foi terra improdutiva. Passam bandos de garças, corocoras vermelhas e alguns gaviões. “Queremos conservar tudo o que pudermos. Decidimos não cortar árvores, embora retiremos o mato e as pragas enquanto avançamos”, diz Miguel Méndez, outro integrante da cooperativa.

O presidente do país, Hugo Chávez, lançou uma “guerra ao latifúndio” com uma lei de terras, em 2001, que pautou o “resgate” estatal de fazendas cuja propriedade privada e condição produtiva não ficassem suficientemente demonstradas. No terreno houve, e continua havendo, os choques entre proprietários e camponeses. Os latifúndios ocupavam cerca de seis milhões de hectares em 1999. Dois milhões foram confiscados pelo governo, que entregou 60% dessa área a mais de cem mil famílias camponesas, segundo dados oficiais.Além disso, 98.500 unidades produtivas, que ocupam 4,3 milhões de hectares, regularizaram sua situação mediante a carta agrária, que concede a posse mas não a propriedade dessas terras, que continuam sendo estatais. A fazenda Santa Rita, às margens do Masparro, ocupava 31 mil hectares com não mais do que 1.800 cabeças de gado, segundo a cooperativa. Grupos camponeses a ocuparam em 2002 e 2003, e o Estado lhes destinou 16 mil hectares, deixando o restante com os antigos proprietários.Com seus 56 associados, a cooperativa que mais progrediu foi a Brisas del Masparro, com 803 hectares. Há cinco anos receberam um crédito de US$ 156 mil que investiram em bovinos, eqüinos, implementos e insumos, e, ainda, nas primeiras semeaduras. Já têm um rebanho de duplo propósito, carne e leite, à base de cruzamento entre animais aclimatados à planície tropical das raças zebu e holstein.Bens comunsUm casarão usado como abrigo de peões e depósito da antiga fazenda se converteu em sede comunitária.

A primeira impressão é de desordem. Restos de um trator no pátio vazio indicam o único ponto da área onde é possível captar sinal de telefone via satélite. Porcos e galinhas seguem atrás de um jovem que vai desfazendo algumas espigas de milho. Outro limpa um pouco o chão do corredor, cenário das assembléias. As paredes há tempos não recebem uma pintura. Ao fundo há uma cozinha e uma longa mesa de restaurante para os que trabalham nessa jornada e as famílias que se instalaram em casas improvisadas nos arredores. Em uma parede há cartazes descoloridos pelo tempo, de Chávez e do revolucionário salvadorenho Farabundo Martí (1893-1932).“Somos socialistas. Trabalhamos em comum, segundo a capacidade de cada um, e existe um rodízio para não fazermos sempre a mesma coisa e aprendermos de tudo. Não daremos conta se cada um for por seu lado, assim é muito difícil ir em frente e deixar de ser como éramos, peões, empregados, enriquecendo os outros’, diz o veterano Neptalí Quintana, durante muitos anos inseminador de vacas em fazendas da comarca. Fala recostado em uma varanda do curral, onde os mais jovens ordenham algumas vacas, pela segunda vez no dia. “Conseguimos cerca de cinco litros de leite diários por animal, acima da média” nesta região, que é inferior a quatro litros por animal, diz Quintana.Diariamente, a cooperativa doa 20 litros de leite para duas escolas da região, contam orgulhosos. “Colocamos o copo que cada criança precisa” explica Méndez. “Mas, se, além dos animais em comum, algum de nós tem uma vaca ou um cavalo ou consegue um leitão, pode criá-lo com os demais e ao vender o dinheiro é seu. Alguma coisa entregará à cooperativa, mas não nos opomos a essa propriedade. O que queremos é a terra e os demais projetos de vida”, diz Coirán. O dinheiro obtido “é usado para os gastos, que também são comuns, para produzir ou comer, e cada sócio recebe mensalmente 400 bolívares (US$ 180) como antecipação pelo que lhe caberia pela gestão anual da cooperativa”, explica Iraima Benaventa, jovem mãe de dois filhos e “responsável pela logística”.Aluna de um programa de estudos secundários à distância, Benaventa mostra as compras que trouxe da cidade com outro sócio – macarrão, arroz, vacinas para o gado – e supervisiona o trabalho de limpeza e de cozinha (nesse dia arroz e carne) que é feito pelos mais jovens. Brisas del Masparro começará a construir este ano 56 casas para igual número de famílias, com um plano de autoconstrução apoiado pelo governo. “As juntaremos em forma de povoado para facilitar e baratear os serviços, a água, a luz, o gás, uma quadra, uma casa comunitária, talvez até uma piscina”, explicam.Melhor comunidadeA este recanto do Masparro, chamado Las Piedras, se chega ao fim de uma hora de estrada partindo de Barinas, capital regional, passando junto a Sabaneta, o povoado natal de Chávez. Depois, viaja-se mais uma hora por um caminho de terra e cascalho que a cooperativa pede que seja asfaltado para benefício de toda a comunidade. “As fazendas desse setor estavam muito improdutivas há cinco anos. Mas com nossa luta chegaram programas do governo. Foi feita a estrada, começou um cadastro de terras, deram papéis de posse aos ocupantes particulares ou cooperativistas, se conseguiu créditos”, conta Coirán.Em Las Piedras “passamos de quase zero para 21 mil litros diários de leite (a produção nacional é de 1,3 a 1,7 milhão de litros por dia, segundo diferentes fontes).

Agora há gente criando mais gado, plantando milho, frutas e pastagens”, argumenta o dirigente. Caracciolo Ramírez, agricultor independente, tem sua parcela de aproximadamente 40 hectares dos terrenos da cooperativa. “O governo ajudou com cartas agrárias, com algum financiamento e a estrada. Melhorei minha casa, minha filha mais velha começou a universidade, vieram os resultados”, conta Ramírez, ao mesmo tempo que oferece um refresco de aveia com gelo a este repórter em uma área coberta ao lado de sua casa de tijolos.A cooperativa prepara uma área maior que a do ano passado para plantar milho, constrói um novo curral e reforma o velho para implantar a ordenha mecânica, e busca financiamento para instalar dois tanques de esfriamento, o que permitirá maior lucro em cada litro de leite. “Em todo o mundo, há crise de alimentos, querem usá-los para fazer combustível. Não concordamos e devolvemos o apoio do governo produzindo mais comida. Este país não pode continuar alimentando as pessoas às custas de importações, enquanto há tanta terra esperando para ser trabalhada”, diz Coirán.No período 2004-2007, a produção alimentar venezuelana cresceu 3,4%, passando de 18,9% para 19,6% ao ano, segundo o governo. Porém, o ex-ministro da Agricultura, Hiram Gaviria, aponta a insuficiência desse avanço: por habitante, a Venezuela produz hoje 88% dos alimentos que gerava em 1998, afirmou ao Terramérica. Longe de Barinas, em Roma, líderes mundiais discutiram, entre 3 e 5 de junho, mecanismos para superar a atual carestia dos alimentos, na cúpula da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).

Na antiga fazenda Santa Rita, milhares de hectares “recuperados” pelo Estado foram entregues a outras cooperativas ou associações camponesas, que não exibem êxitos como Brisas del Masparro. “Fazemos assembléias na região e lhes oferecemos apoio, inclusive mais longe. Ao Apure (extremo sudoeste do país) levamos nossa experiência e as novilhas que produzimos, que lhes vendemos a preços menores, mas o individualismo de muitos compatriotas os leva a buscar uma parcela”, contam Quintana e Coirán.De volta a Barinas, um dos parceiros, Alejandro, acompanha o Terramérica. “Queremos formar uma cooperativa para trabalhar, mas que cada um tenha sua parcela, que possamos vender. Com a carta agrária, a terra não pode ser vendida e sempre será do Estado”. Alejandro afirma que os vizinhos de Brisas del Masparro vêem com simpatia a experiência e querem tê-lo como testemunho do que pode o trabalho comum. “Eles têm suas razões, o apoio do governo revolucionário, tudo bem, mas o que acontecerá amanhã se o governo mudar? Alguém quer um pedaço de terra para trabalhar, mas também a quer para seus filhos”, acrescenta Alejandro quando o sol já alaranjado desaparece entre as pastagens do sudoeste venezuelano.


* O autor é correspondente da IPS.


LINKS:

FAO
Vozes da Terra
Alimentação: Produzir 50% mais, propõe Ban
Fonte: Envolverde/Terramérica

10 ações que podem salvar a Terra

3 de junho de 2008

Será possível inverter as tendências que poderão levar – num tempo cada vez mais curto – a uma catástrofe ecológica total? Esta é a questão que nos apresenta a resvita ISTO É desta semana. Nada mais apropriado do que esta manchete para marcar a aproximação do Dia Mundial do Meio Ambiente, em 5 de junho, e apresentar ATOS que podem, realizados na coletividade, modificar o futuro sombrio das gerações futuras.

Na inglaterra esta questão é uma das prioridades nacionais e segundo a ISTO É
a Environment Agency – o mais importante braço do governo britânico para as questões ambientais – convocou um grande painel de especialistas para discutir a questão e elaborar uma lista do que fazer para salvar a Terra. A lista – cujos itens mais essenciais comentamos a seguir – contém sugestões para governos, empresas, formadores de opinião, cientistas e outros. Inclui também ações que cada um de nós pode executar no dia-a-dia. O futuro do planeta – e o nosso próprio – depende de algumas mudanças em nossos hábitos de vida, em nossa maneira de pensar e no modo como nos relacionarmos com o mundo, com os outros e com nós mesmos.

Aqui estão as 10 ações prioritárias para que nosso planeta permaneça habitável. Quantas dessas AÇÕES vocês executam ou ainda acreditam que tudo não passa de paranóia de pesquisadores apocalípticos mundo a fora?


10 ações que podem salvar a Terra

1 ENERGIA: O GRANDE DESAFIO
A questão da energia encabeça todas as listas de ações prioritárias a serem desencadeadas para a salvaguarda do planeta. Nossa civilização se tornou uma insaciável vampira de energia (sobretudo a elétrica), e a consome muitas vezes de forma desnecessária e perdulária – os feéricos letreiros de Las Vegas que o digam. Enquanto isso, produzi-la implica, em muitos países, queimar petróleo ou carvão, combustíveis fósseis altamente poluidores. A maioria dos especialistas afirma que reduzir esse consumo é prioritário, urgente e perfeitamente possível. Podemos começar pelo nosso próprio lar.

Os eletrodomésticos têm ampliado enormemente nossas possibilidades de cultura e lazer, e a tendência é que os lares acumulem um número cada vez maior desses aparelhos. Para amenizar o impacto no consumo de energia, porém, é preciso investir em equipamentos elétricos com a maior eficiência energética possível. Um item relevante: a posição stand by – aquela em que o aparelho supostamente está desligado, mas continua a consumir energia – deve desaparecer. Se o número de aparelhos na casa em stand by for grande, a conta de luz pode aumentar até 25% num mês.

SHUTTERSTOCK
ECONOMIA Casas que geram sua própria energia (acima) devem se disseminar. Já a posição stand by (abaixo) tende a desaparecer

Cada vez mais, será preciso investir em energias renováveis. Dentre elas, a que tem mais futuro, dizem os especialistas, é a solar: a fonte se manterá por mais alguns bilhões de anos, está disponível em praticamente toda a Terra e, característica fundamental, não polui.

Mas as outras formas de energia renovável não devem ser desprezadas – a eólica, a de biomassa, a hidráulica, a energia das ondas marítimas, a energia geotérmica, etc. Basta aproveitá- las onde forem mais viáveis em termos econômicos e ambientais.

Quanto à energia nuclear, ela é, de fato, uma das menos poluentes, mas os riscos que seu uso implica são tão grandes que assustam – basta lembrar a tragédia de Chernobyl. Pelo sim, pelo não, a tendência é investir nessa alternativa só em última instância.

Um domicílio não poderia também gerar energia? Em certos países, a resposta a essa questão já é afirmativa – e ambientalmente aprovada. Para tanto, é preciso que a produção e a distribuição de energia não estejam nas mãos da mesma empresa. Com isso, os proprietários dos imóveis poderiam instalar instrumentos de geração de energia em pequena escala, com relação custo-benefício que torne o negócio viável. Na Grã-Bretanha e em vários outros países da Europa começa a se espalhar o conceito de casas em que parte do telhado é ocupada por painéis solares. Dependendo do local, outras formas de energia podem ser aproveitadas.

Para disseminar essa idéia, uma boa opção é a obrigatoriedade. Em Israel, a instalação de aquecedores solares é compulsória desde 1980. No início deste ano, a Prefeitura de São Paulo obrigou todas as novas edificações a instalar um sistema de aquecimento solar que deverá atender a pelo menos 40% da demanda anual de água aquecida consumida por usuário.


2 FORMAR UMA CONSCIÊNCIA AMBIENTAL
Formadores de opinião – professores, líderes religiosos, artistas, jornalistas e comunicadores em geral – estão sendo convocados a trabalhar na elaboração de uma consciência ambiental individual e coletiva. A razão disso é que uma ação ambiental só consegue ser implantada e perdurar se for atingido um “número crítico” de cidadãos conscientes de seus deveres e responsabilidades quanto à restauração e à manutenção do equilíbrio ecológico.

Um exemplo disso está no recente aprofundamento da calha do rio Tietê, em São Paulo. Durante a obra, retiraram- se do leito do rio milhares de toneladas de detritos atirados pela população. A limpeza trouxe conseqüências positivas, a começar pela redução das enchentes. Mas, como a formação de consciência ambiental dos cidadãos não foi concluída, muitos recomeçaram a fazer do Tietê sua lixeira particular.

Os professores, por seu lado, respondem pela educação ambiental dos alunos. Ela deverá estimular nos estudantes uma sensibilidade particular aos problemas ligados ao ambiente. A chave do processo é a criação de uma cultura que transforme a visão antropocêntrica da relação homem/ natureza em visão biocêntrica – que não mais considera o homem como o centro de tudo, mas, apenas, como um dos muitos componentes da biosfera.

Já os líderes religiosos deverão fazer das questões planetárias a prioridade número 1 de seu discurso e encorajar seus seguidores a se tornar exemplos para o resto da população. A crença de que é moralmente errado agredir a natureza, aliás, está na base ética de vários sistemas religiosos.

A responsabilidade pela formação de uma consciência ambiental transcende os limites dos formadores de opinião: na nova ética ecológica, é dever de todo cidadão bem informado tornar-se vetor de elucidação daqueles que ainda não desenvolveram essa consciência.


3 OBTER UM NOVO E MAIS PODEROSO PROTOCOLO DE KYOTO
O esforço de salvar a Terra envolve todos os países, já que os efeitos do desequilíbrio ambiental não respeitam cercas ou fronteiras. Nesse sentido, é urgente acertar um novo tratado na esteira do que foi assinado em Kyoto (Japão), em 1998, cuja proposta era obrigar os países desenvolvidos a, no período entre 2008 e 2012, reduzir a emissão de gases do efeito estufa em pelo menos 5,2%, ante os níveis de 1990. Desta vez, porém, é essencial que o novo acordo tenha maior poder coercitivo, enquadrando os principais poluidores – os Estados Unidos à frente – e definindo metas para todos, inclusive os países em desenvolvimento com ficha ambiental desabonadora e antes desobrigados de seguir objetivos, como China, Índia e Brasil.

CREATAS/KEYSTONE
CONTROLE A emissão de CO2 deve sofrer novos cortes num futuro acordo global

Os índices de redução da emissão de gases do efeito estufa também devem ser drasticamente revistos no novo tratado. Já se fala hoje em cortes de até 80% das emissões de CO2 até 2050. O compromisso deve ser assumido não só por governos, mas também por indivíduos, empresários, ONGs e outros setores. E todos os mecanismos disponíveis devem ser empregados para esse fim, incluindo-se aí novas leis ambientais, campanhas de esclarecimento, comércio de emissões de carbono e políticas fiscais.

Obter um tratado ambiental planetário eficiente parece ser o grande desafio da humanidade neste início de milênio. Se ele não for implementado e cumprido, a saúde do planeta estará correndo sério risco.


4 ESTIMULAR A VENDA DE PRODUTOS “VERDES”
Produzir mercadorias mais adequadas ambientalmente sai, em geral, mais caro do que as tradicionais, e essa diferença de preço é o maior empecilho para a expansão do mercado “verde”. Para os especialistas, uma política fiscal específica poderia mudar bastante esse quadro, tanto reduzindo impostos e taxas que incidem sobre os produtos ambientalmente adequados como aumentando os relativos às demais mercadorias – ou elaborando uma combinação das duas alternativas. Colocar produtos “verdes” e convencionais em condições semelhantes de disputa, dizem eles, deve levar o consumidor a refletir mais sobre o que está adquirindo


ADEQUAÇÃO Lâmpadas fluorescentes compactas (alto) e o etanol (abaixo): vantagens ambientais

Lâmpadas, aparelhos elétricos e veículos estariam entre os primeiros setores atingidos por essas medidas. As lâmpadas fluorescentes compactas, por exemplo (85% mais econômicas do que as incandescentes), poderiam ser barateadas com a eliminação de impostos. Já os pesados, beberrões e poluentes utilitários esportivos seriam sobretaxados.

Outras medidas incluem dar muita publicidade às vantagens ambientais que os produtos “verdes” representam e subsídio ou redução de encargos a empresas e produtores que investem nessas mercadorias.


5 REDUZIR O USO DE COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS, AUMENTAR O DE BIOCOMBUSTÍVEIS
Nas atuais proporções, os efeitos ambientais do consumo de combustíveis fósseis são catastróficos. É preciso não apenas reduzir o uso desses combustíveis, mas também substituí- los, tanto quanto possível, por outras alternativas. A primeira parte pode ser obtida, por exemplo, diminuindo o consumo da energia gerada por termoelétricas que recorrem a esses insumos (o apagão brasileiro mostrou que é possível conseguir redução geral de 20%). Por outro lado, a geração de eletricidade pode ser feita por fontes renováveis, inclusive em nível doméstico. E até o setor petroquímico pode ser revisto: é possível, por exemplo, obter plástico a partir de etanol.

Na confusão mundial envolvendo os biocombustíveis, a cana-de-açúcar é hoje uma exceção à regra. Enquanto os Estados Unidos, por exemplo, obtêm o etanol a partir do milho, o Brasil o obtém a partir da cana. No geral, no resto do mundo, as safras agrícolas usadas na produção de biocombustíveis têm apenas uma fração de seu valor energético aproveitado. Como os biocombustíveis continuam a ser vistos como ferramenta importante contra a emissão de gases do efeito estufa, os países que não podem plantar cana têm de aperfeiçoar as tecnologias destinadas a aproveitar a celulose das plantas – algo previsto para ocorrer em até dez anos.


6 COMPRAR MENOS E MELHOR
A mentalidade consumista está assentada na criação e manutenção do que os especialistas chamam de “febre aquisitiva” – a compulsão de comprar e consumir. É necessário comprar apenas o essencial. E comprar bem. Por exemplo, adquirir produtos que não recorrem a embalagens caras e são feitos em condições dignas de trabalho. Em todo o mundo se implanta o “comércio justo” (fair trade, em inglês), uma forma de atividade comercial na qual o objetivo primário não é a hipertrofia do lucro, mas a luta contra a exploração do trabalhador e a pobreza ligada a causas políticas, econômicas ou sociais. A isso se acrescenta a luta contra formas comerciais que prejudicam o meio ambiente. O comércio justo ganha força e logo se tornará regra básica das transações comerciais no mundo.

Os especialistas também recomendam que o consumidor veja com carinho os artigos de segunda mão. Sebos e brechós mostram que o objeto não precisa ser novo em folha para cumprir sua missão básica.


7 REVER O TRANSPORTE COLETIVO
Congestionamento no trânsito é sinônimo, entre outras coisas, de aumento de poluição (nessa condição, os veículos emitem mais poluentes do que o normal) e deterioração da saúde. Já existem diversas opções em uso ou análise para mudar isso.

MICHAEL SAWYER/AP/IMAGEPLUS
SEM POLUIR Garagens de bicicletas, como esta em Paris, incentivam o uso desse veículo

Em primeiro lugar, o transporte coletivo precisa ficar atraente – sobretudo, mais rápido e confortável – para o usuário do automóvel. No caso de cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, é fundamental expandir a rede de metrô e aprimorar as linhas de trens urbanos. Ônibus mais novos (mais confortáveis e menos poluentes) poderiam circular em corredores específicos, que aumentariam sua velocidade média. Alternativas menos poluentes ao diesel consumido por esses veículos devem ser implementadas. O uso de bicicletas pode ser ampliado, e planos que permitam a integração de diferentes formas de transporte devem ser incentivados.

Medidas restritivas devem ser aplicadas contra os que usam o carro sem necessidade. Cidades européias adotaram, por exemplo, o pedágio urbano em áreas mais congestionadas. Rodízios como o de São Paulo podem ser aprimorados a partir de uma vigilância maior sobre a circulação de veículos.

O excesso de vôos para destinos próximos contribui substancialmente para a aviação representar 2% das emissões de CO2 originárias de atividades humanas. Com estradas e ferrovias ruins, o Brasil praticamente força os viajantes a usar o avião, mas no futuro se poderá optar por algo diferente, como o trem-bala que até 2014 deverá ligar São Paulo e Rio de Janeiro em cerca de 90 minutos.


NA MEDIDA CERTA Consumir em quantidades que não favoreçam o surgimento de sobras é uma das formas de preservar o meio ambiente

8 ACABAR COM A CULTURA DO DESPERDÍCIO
Em vários países, muita coisa já melhorou em termos de reciclagem, mas ainda estamos longe dos altos níveis necessários. Os mercados de artigos reciclados devem ser encorajados. Gradualmente, produtores são estimulados a recolher seus produtos ao final da vida útil deles para reciclá-los. No futuro, a reciclagem passará a fazer parte do próprio design dos artigos. Uma poderosa cultura de trocas e doação de objetos deverá ser implantada. Um exemplo: alguém muda o telhado de sua casa e fica com uma quantidade de telhas velhas, porém intactas, que oferece de graça em um site especializado; quem se interessar vai buscá-las.


9 CONTROLAR O AUMENTO POPULACIONAL
A população global deve atingir 11 bilhões ao redor de 2050. Assim, a necessidade de uma política populacional nunca foi tão urgente, da mesma forma que uma mudança radical da mentalidade até agora vigente na maior parte dos países em relação aos altos índices de crescimento populacional. Muitos governos persistem no erro de considerar grandes populações como indicadoras de poderio econômico. Se isso não for corrigido em escala global, esses índices crescerão cada vez mais, estimulando a proliferação de catástrofes ambientais.

FOTOCOM.NET DIVULGACAO
SINAL DE ALERTA No atual ritmo, o aumento populacional levará a catástrofes

10 PRESERVAR AS FLORESTAS TROPICAIS E A BIODIVERSIDADE
As florestas tropicais desempenham um papel fundamental na absorção de gases do efeito estufa e nos regimes de chuvas que afetam extensas áreas continentais. As regiões que as abrigam, porém, estão em países emergentes cujo conceito de desenvolvimento pode divergir bastante da preservação do meio ambiente. As opções para controlar isso são reduzidas. Uma possibilidade seria adotar medidas rígidas de fiscalização contra a madeira extraída ilegalmente ou até banir por completo o consumo de produtos que envolvam o corte de árvores dessas florestas. Outra alternativa é o reconhecimento, por parte dos países ricos (muitos dos quais se desenvolveram devastando florestas à vontade), de que os pobres precisam de verbas polpudas para defender suas florestas, e um acordo subseqüente que defina metas e gastos. Ao Brasil e a outros detentores de áreas de reservas tropicais cabe implantar um modelo de desenvolvimento em harmonia com o meio ambiente.

Por seu lado, a fauna e a flora ajudam a manter o equilíbrio e a estabilidade dos ecossistemas e estão na base de diversas atividades econômicas. Por isso, conservar a biodiversidade é fundamental para a sobrevivência da nossa espécie, e a tarefa começa com uma intensa campanha de conscientização a respeito de sua importância.

REUTERS/JORGE SILVA
RIQUEZA OCULTA A biodiversidade pode abrigar a chave para a cura de doenças


Fonte: Revista Isto É
Por EDUARDO ARAIA e LUIS PELLEGRINI

Ciclone extratropical se forma no Sul do país

2 de junho de 2008

Fenômeno deve atingir litoral de SC entre segunda e terça-feira.
Oeste catarinense e região de Foz do Iguaçu podem ter temporais.

Um novo ciclone extratropical e uma frente fria estão se formando e devem atingir o litoral de Santa Catarina entre segunda e terça-feira, segundo previsão da Climatempo. As simulações da circulação de ventos na atmosfera, feitas pelos computadores, indicam que o ciclone extratropical deve estar completamente organizado na costa catarinense até a noite de terça-feira.

O sistema não deve ser forte como o que foi observado no início de maio, que provocou chuvas torrenciais e ventos de 100 km/h a 120 km/h entre o sul de Santa Catarina e a região de Porto Alegre, causando graves danos, com muitas árvores arrancadas e inundações. Desta vez, a chuva mais intensa deve acontecer sobre Santa Catarina.

Neste final de semana, uma onda de frio derrubou a temperatura na região. No sábado, os termômetros marcaram -4,6ºC em Caçador (SC), -4,2ºC em São Joaquim (SC) e -3,7ºC em Cambará do Sul (RS).

As nuvens pesadas devem começar a se formar na noite de segunda-feira na fronteira com o nordeste da Argentina e o Paraguai. O oeste catarinense e a região de Foz do Iguaçu, no sudoeste do Paraná, podem ter temporais. As áreas de chuva forte se espalham rápido e já na madrugada e na manhã de terça-feira são esperadas chuvas fortes por todo o Estado de Santa Catarina e também em algumas cidades do planalto, da serra e do litoral norte do Rio Grande do Sul.

O mar deve ficar agitado e as ondas crescem rapidamente, entre o litoral norte do Rio de Grande do Sul e a região de Florianópolis, com as ondas podendo chegar aos 3 metros. O ciclone extratropical deve avançar rapidamente e deve passar por São Paulo na quarta-feira e até a noite atinge a altura do Rio de Janeiro com o Espírito Santo, mas já enfraquecido.


ONU afirma que 200 milhões migrarão por mudanças climáticas até 2050

1 de junho de 2008

Especialistas de várias agências da ONU manifestaram nesta quinta-feira, em Atenas, sua preocupação de que as mudanças climáticas possam acelerar as migrações no mundo, afetando 200 milhões de pessoas até 2050.

"O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) estima que 24 milhões de pessoas no mundo já imigraram" estimuladas por "fatores ambientais", declarou a ministra grega das Relações Exteriores, Dora Bakoyannis, ao abrir a conferência sobre mudanças climáticas.

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