São Paulo terá primeira frota de ônibus movida a etanol

25 de novembro de 2010

São Paulo vai implementar a primeira frota do País com ônibus movidos a etanol aditivado na tentativa de reduzir as emissões de gases de efeito estufa e cumprir a meta de chegar a 2018 com toda a frota de transporte público movida a combustíveis renováveis. O protocolo de intenção assinado nesta quinta-feira prevê que o município terá 50 veículos adaptados para rodar com este combustível, a partir de maio de 2011.

Estocolmo (Suécia) - Estocolmo conta hoje com uma frota de 400 ônibus movidos a etanol. Foto: Ricardo

O convênio foi firmado entre a prefeitura, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), a fabricante de ônibus Scania, a fornecedora de etanol Cosan e a operadora Viação Metropolitana.

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, não informou o quanto será necessário investir para implementar o programa. Disse apenas que parte dos recursos para custear a adaptação dos ônibus virá das multas aplicadas aos veículos que foram reprovados na inspeção veicular. "O recurso virá de um programa ambiental para outro programa ambiental", afirmou, e acrescentou que a iniciativa corrige falha grave na cidade que, apesar da grande frota movida a etanol, ainda não usa o combustível no transporte público.

A prefeitura e as empresas também não se manifestaram sobre o custo de implantação do projeto. O presidente da Unica, Marcos Jank, apenas ponderou que o compromisso firmado com a prefeitura prevê que o preço do etanol usado nestas 50 unidades não deve superar o do diesel.

Levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP) indica que o preço médio do diesel no mês de novembro em São Paulo é de R$ 1,99 por litro.

A prefeitura espera que 100% da frota de transporte público utilize combustíveis renováveis até 2018, de acordo com meta prevista em lei. "Mas nossa expectativa é que a maior parte destes veículos seja movida a etanol", disse Jank, acrescentando que a frota municipal de transporte público tem 15 mil ônibus.

Segundo o presidente da Unica, a medida representa o pontapé inicial da lei municipal de mudança do clima, pois este combustível permite reduzir em até 70% as emissões de gases responsáveis pelo efeito estufa, em relação ao diesel. Ele explicou que se tratam de veículos com motores a diesel que são adaptados para rodar com a mistura de etanol e aditivo.

A Cosan, maior grupo de açúcar e etanol do Brasil, ficará responsável pelo fornecimento e distribuição do combustível. "Nosso objetivo é viabilizar o projeto da prefeitura", disse Mark Lyra, diretor de novos negócios da companhia, sem especificar o custo da operação. Ele estima que os 50 veículos consumirão mensalmente cerca de 300 mil litros do combustível, que será composto por 95% de etanol e 5% do aditivo promovedor de ignição, atualmente importado, mas que, segundo ele, no futuro será produzido no País.

A Scania vai fabricar os ônibus em São Bernardo do Campo, em São Paulo. A empresa já fornece veículos deste tipo para a Suécia, que conta com frota movida a etanol desde a década de 90. A capital sueca tem hoje mais de 700 ônibus que rodam com este combustível e é o maior importador europeu do biocombustível brasileiro, segundo dados da Unica.

Como gerar energia elétrica com sua bicicleta

14 de novembro de 2010

Bicicleta geradora de energia

Sistema simples, barato e fácil de fazer transforma energia mecânica em elétrica e muda a vida em propriedade rural de Minas Gerais

Texto Gustavo Laredo
Ilustração Filipe Borin



http://globorural.globo.com/edic/282/cfazer_01.jpg 


Há dois anos, quando José Lourenço Ribeiro comprou a Fazenda Antinha, em Capitólio, sul de Minas Gerais, a energia elétrica era uma realidade apenas na zona urbana. O tempo passou, os pés de eucalipto, as frutas e as hortaliças que começou a cultivar cresceram e nenhum sinal da eletricidade chegar à propriedade.

Ao fazer o cadastramento do sítio no programa do governo federal Luz para Todos, a técnica da Emater Patrícia Regina Domingos encontrou um objeto estranho na propriedade: uma antena. Como o produtor conseguia assistir à televisão sem ter energia elétrica? A resposta estava literalmente estacionada na varanda.

Dividido entre a produção e o trabalho de atendente em uma loja de materiais de construção no centro da cidade, e sem muita paciência para esperar o governo, Ribeiro inventou um meio barato e muito simples de prover energia elétrica à propriedade.

Ele observou que, se uma bateria consegue acender os faróis e as lanternas de um carro, por que não utilizá-la para fornecer energia a lâmpadas e até a um equipamento eletrônico? Com uma bicicleta, uma correia, um alternador de carro e uma bateria comum de 45 amperes e 12 volts, Ribeiro pedala trinta minutos para acender as luzes de casa e até para assistir aos telejornais e às novelas em uma pequena televisão. Até cerca elétrica o produtor instalou na propriedade.

A ideia lhe rendeu mais que energia elétrica. Impressionada com a invenção, Patrícia estimulou o produtor a participar do Prêmio Criatividade Rural, da Emater. Concorrendo com 116 projetos de todo o estado, a bicicleta chegou em quarto lugar com o nome "Pedalando e Iluminando".

Mais que fama, Ribeiro ganhou mesmo foi em economia. O projeto lhe custou 170 reais com a compra do alternador usado e da bateria, mas não há a conta de luz no final do mês. Basta pedalar para transformar esforço físico em energia. E isso não é problema, já que a atividade está lhe garantindo também um bom condicionamento físico.

Mais informações: Emater de Capitólio - Rua dos Franciscos, 114, Centro, Capitólio, MG. Tel. (37) 3373-1383, e-mail: capitolio@emater.mg.gov.br

MATERIAL
• 1 bicicleta
• 1 alternador de automóvel
• 1 bateria de 12 volts e 45 amperes (quanto maior a amperagem, maior o armazenamento de energia)
• 1 pedaço de correia
• 1 pedaço de madeira de 40 centímetros de comprimento por 25 centímetros de largura
• 1 pedaço de madeira de 50 centímetros de comprimento por 10 centímetros de largura
• Fio elétrico flexível (a quantidade depende da distância entre o local onde será instalada a bicicleta e a caixa de força da propriedade)
• Porcas e parafusos

PASSO A PASSO


Clima, Planejamento urbano e Saúde Pública

5 de novembro de 2010

Simpósio Internacional

18/11/2010, 9:00 – 17:00 h
19/11/2010, 9:00 – 17:00 h
Teatro do Goethe-Institut Salvador-Bahia/ICBA

Entrada franca!!!

71-3338-4700
progr@salvadorbahia.goethe.org


http://www.goethe.de/mmo/priv/6735907-STANDARD.JPG


As mudanças climáticas e um contínuo aumento da temperatura global são problemas urgentes no mundo contemporâneo. As suas conseqüências, especialmente para a saúde humana, são sérias, mas se dão lentamente, de modo quase imperceptível. Não obstante, são cumulativas e provavelmente irreversíveis.

O aumento geral de temperatura, especificamente nas cidades, é multiplicado por processos aparentemente inerentes à ação de urbanização. Entretanto, na realidade é provocado por um determinado modelo de planejamento urbano e arquitetônico que consiste em sua própria causa intrínseca. Este modelo, que é acompanhado por um aumento da motorização, implica a destruição de áreas verdes, impermeabilização da superfície do solo, verticalização e adensamento construtivo.

Em virtude disso, torna-se imperativo conscientizar a opinião pública sobre as consequências das transformações climáticas e a necessidade de medidas imediatas para combater os efeitos de um planejamento urbano equivocado. Caso contrário, o problema poderá provocar desde efeitos negativos diretos até a grave deterioração da saúde de largas faixas da população.


É com este intuito que se realizar o simpósio, que conta com a participação de especialistas internacionais (Michael Bruse, Universidade de Mainz/Alemanha, Stefan Willich, Hospital Charité, Berlim), nacionais (Eleonora Sad de Assis, UFMG), e pesquisadores locais do Laboratório de Conforto Ambiental (LACAM - UFBA), Instituto de Saúde Coletiva (UFBA), Curso de Urbanismo (UNEB), além de especialistas em planejamento da PMS e SEDUR e representantes de outras instituições co-organizadoras do evento, como a SECTI, GAMBA, ABEBA e Goethe-Institut/ICBA.

Pretende-se promover o diálogo entre a área científica e os diversos agentes promotores da urbanização sobre as conseqüências para o clima e a saúde pública da cidade de Salvador.


Programação

Quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Sensação Térmica no Espaço Urbano
Coordenação: Arno Brichta, ABEBA

9:00 Abertura

10:00 Causas e Efeitos do Superaquecimento Urbano, Wilhelm Kuttler, Universidade de Duisburg-Essen, Campus Essen/Alemanha

11:30 Debate com o público


Sensação Térmica no Espaço Urbano
Coordenação da mesa: Roberto Franke, ABEBA

14:00 Clima Urbano e Sensação Térmica na Cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais, Eleonora Sad de Assis, UFMG

15:00 Clima Urbano e Sensação Térmica na Cidade de Salvador, Bahia, Jussana Nery/Telma Andrade, SECTI

16:00 Ferramentas de Avaliação Humano-biometeorológicas para as Condições Térmicas no Espaço Urbano, Wilhelm Kuttler, Universidade de Duisburg-Essen, Campus Essen/Alemanha

17:30 Debate com o público



Sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Doenças Causadas pelo Aumento da Temperatura
Coordenação da mesa: Iguaracyra Barreto Araujo, Fac. de Medicina (UFBA)

9:00 Efeitos das Mudanças Climáticas na Saúde, Stefan Willich, Charité de Berlim/ Alemanha

10:30 Temperatura, Aquecimento e Mortalidade Urbana nos Países em Desenvolvimento, Mauricio Barreto, Instituto de Saúde Coletiva (UFBA)

11:30 Alterações Climáticas e Efeitos à Saúde: Algumas Evidências, Helena Ribeiro, Fac. de Saúde Pública (USP)

12:30 Debate com o público


Clima, Ambiente e Planejamento Urbanos
Coordenação da mesa: Sylvio Bandeira, UCSAL e UFBA

14:00 Diretrizes e Estratégias para uma Cidade Saudável, Virgínia Maria Dantes de Araujo, Professora Titular Pró-Reitora de Graduação em Arquitetura e Urbanismo da UFRN

15:00 Mesa Redonda – responsáveis/técnicos da área de planejamento urbano: Representante da Secretaria Municipal de Meio Ambiente Liana Viveiros, SEDUR Fábio Viveiros, Vice-Presidente do INSADES (Inst. Sócio-Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável) Carl von Hauenschild, arquiteto

17:00 Debate com o público

Curso de Agricultura Intuitiva

3 de novembro de 2010

"Você fortalece aquilo que focaliza" - Marsha           Hanzi

Análise do Ciclo de Vida dos produtos

2 de novembro de 2010

Análise do Ciclo de Vida de uma embalagem.
(Imagem: Embalagem Sustentável)

Com os problemas globais enfrentados atualmente, tornou-se necessário pensar em um novo modelo de produção, diferente do industrial, criado nos séculos passados, em que havia grande consumo de materiais e energia, além de alta geração de resíduos.

Esse novo tipo de mercado, chamado de sustentável, fez com que muitas empresas passassem a fazer produtos “ecológicos”. Porém, para avaliar se um produto é realmente sustentável, é necessário fazer a Análise do seu Ciclo de Vida (ACV).

A ACV é uma ferramenta de gestão ambiental que avalia o desempenho de produtos ao longo de todo o seu ciclo de vida. O diagnóstico percorre todo o processo, desde a extração dos recursos naturais, passando por todos os elos industriais de sua cadeia produtiva, pela sua distribuição e uso, até sua disposição final.

A metodologia da análise engloba o levantamento dos aspectos ambientais dos produtos, a avaliação dos impactos ambientais associados à extração de recursos naturais, manufatura, transporte, uso e disposição final.

O método pode ser utilizado na indústria para fazer comparação de produtos concorrentes e oportunidade de melhoria de desempenho ambiental dos produtos. Além disso, ele também é muito útil como apoio às tomada de decisões, atendimento às normas e legislações e, principalmente, na comunicação, podendo desenvolver o marketing “verde” de forma segura e embasada.

No governo, a ACV pode ser aplicada para estabelecer novas políticas de produtos (especificações) e compras, gerenciamento de resíduos e diretrizes para projetos sustentáveis e, também, na regulamentação de rotulagem ambiental e de produção limpa.

Para a sociedade os benefícios são a divulgação de informações ambientais, que ajudam na escolha do produto e fornecedor, decisões de compra e o estabelecimento de diretrizes para padrões de consumo sustentável.

No Brasil, a ACV é avaliada pela Associação Brasileira do Ciclo de Vida (ABCV). Porém, seu banco de dados atualmente utilizado ainda é americano e/ou europeu e possuem matrizes energéticas diferentes das brasileiras. Esse fator tem influência direta nos resultados. Por isso, a ABCV está em processo de estudos para a criação de um banco de dados brasileiros, com todos os requisitos seguindo os padrões nacionais.

Grande parte das normas da ISO 14000, que propõe um padrão global de certificação e identificação de produtos e serviços no segmento ambiental, tem sua base em fatores considerados pela ACV.

 

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