O convênio foi firmado entre a prefeitura, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), a fabricante de ônibus Scania, a fornecedora de etanol Cosan e a operadora Viação Metropolitana.
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, não informou o quanto será necessário investir para implementar o programa. Disse apenas que parte dos recursos para custear a adaptação dos ônibus virá das multas aplicadas aos veículos que foram reprovados na inspeção veicular. "O recurso virá de um programa ambiental para outro programa ambiental", afirmou, e acrescentou que a iniciativa corrige falha grave na cidade que, apesar da grande frota movida a etanol, ainda não usa o combustível no transporte público.
A prefeitura e as empresas também não se manifestaram sobre o custo de implantação do projeto. O presidente da Unica, Marcos Jank, apenas ponderou que o compromisso firmado com a prefeitura prevê que o preço do etanol usado nestas 50 unidades não deve superar o do diesel.
Levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP) indica que o preço médio do diesel no mês de novembro em São Paulo é de R$ 1,99 por litro.
A prefeitura espera que 100% da frota de transporte público utilize combustíveis renováveis até 2018, de acordo com meta prevista em lei. "Mas nossa expectativa é que a maior parte destes veículos seja movida a etanol", disse Jank, acrescentando que a frota municipal de transporte público tem 15 mil ônibus.
Segundo o presidente da Unica, a medida representa o pontapé inicial da lei municipal de mudança do clima, pois este combustível permite reduzir em até 70% as emissões de gases responsáveis pelo efeito estufa, em relação ao diesel. Ele explicou que se tratam de veículos com motores a diesel que são adaptados para rodar com a mistura de etanol e aditivo.
A Cosan, maior grupo de açúcar e etanol do Brasil, ficará responsável pelo fornecimento e distribuição do combustível. "Nosso objetivo é viabilizar o projeto da prefeitura", disse Mark Lyra, diretor de novos negócios da companhia, sem especificar o custo da operação. Ele estima que os 50 veículos consumirão mensalmente cerca de 300 mil litros do combustível, que será composto por 95% de etanol e 5% do aditivo promovedor de ignição, atualmente importado, mas que, segundo ele, no futuro será produzido no País.
A Scania vai fabricar os ônibus em São Bernardo do Campo, em São Paulo. A empresa já fornece veículos deste tipo para a Suécia, que conta com frota movida a etanol desde a década de 90. A capital sueca tem hoje mais de 700 ônibus que rodam com este combustível e é o maior importador europeu do biocombustível brasileiro, segundo dados da Unica.