Brasil tem 34,5 milhões de pessoas sem esgoto em áreas urbanas

30 de maio de 2008

Percentual de negros sem acesso a saneamento é quase o dobro do de brancos. Outras 13,2 milhões de pessoas vivem em cortiços nas cidades, mostra Ipea.

Cruzamento de dados feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) com informações do IBGE revela que 34,5 milhões de brasileiros moradores de áreas urbanas não têm acesso a coleta de esgoto e que 8,5% da população das cidades vivem em cortiços, com mais de três habitantes por cômodo.

Os negros e pardos são as maiores vítimas da falta de saneamento. O percentual de negros e pardos que moram em cidades e que não contam com rede de saneamento básico é quase o dobro do de brancos na mesma situação (35,9% contra 18,7%.).

(Clique aqui para ler a continuação da reportagem)

Fonte:
Fausto Carneiro
Do G1, em Brasília

Como Combater Formigas

Quando a população de formigas no jardim ou horta aumenta muito, chegando a prejudicar as plantas, é hora de agir. Das 12 espécies de formigas, conhecidas como cortadeiras, que habitam os jardins, 2 são encontradas com mais facilidade. A saúva e a quenquém. Para pequenas áreas, o melhor remédio é fazer o controle preventivo, com meios mecânicos, impedindo que as formigas cheguem até as folhas das plantas. Assim, elas procuram outras fontes de alimentos, o que não é difícil, já que de acordo com os agrônomos cerca de 77% dos vegetais são considerados adequados à dieta das cortadeiras.

Veja a seguir alguns métodos de controle de formigas:

O plantio de plantas repelentes: em hortas, principalmente, o plantio de cebolinha verde em todo o contorno, costuma ser bem eficaz. Outras opções interessantes também para os jardins são o plantio de menta, lavanda, manjerona, alho, coentro e losna. Sementes de gergelim espalhadas no canteiro ou no caminho das formigas também costuma dar bons resultados.


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Foto 01: Espalhando sementes de gergelim.


Para evitar que as formigas ataquem os arbustos e árvores: recomenda-se o uso do suco de pimenta vermelha. Amasse bem algumas pimentas vermelhas, até fazer um suco grosso. Molhe um pano neste suco e amarre em volta do caule da planta ou pincele o tronco.


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Foto 02: Saco de pano com pimenta vermelha.


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Foto 03: Sinta plástica como barreira física.


E dentro de casa: o coentro e as pimentas em geral podem ser usados dentro de casa sob a forma de sachês amarrados às plantas.

Se você achou o formigueiro no jardim: coloque suco e cascas de limão na entrada do formigueiro.

E se elas também já estão atacando seus armários: espalhe cravos-da-índia dentro deles para espantar as formigas.


UMA RECEITA À
BASE DE ANGICO:

Pegue 1 kilo de folhas de
angico e deixe de molho
em 10 litros de água
durante 10 dias. Depois
coe o líquido e aplique
nos "olhos" dos
formigueiros
encontrados. Se sobrar o
produto, guarde-o em
vidros tampados, para
que possa ser
reutilizado, sempre que
elas resolverem voltar.

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PARA COMBATER
COCHONILHAS

5 litros de querosene
6 kg de farinha de trigo
1 kg de sabão comum
100 litros de água.
Dissolva o sabão em 3
litros de água quente.
Quando a água estiver
fervendo, e o sabão
dissolvido, adicione a
farinha Retire a panela
do fogo e despeje
lentamente o querosene,
agitando sempre.
Em seguida, coloque o
restante dos 100 litros
de água.
Com o preparado pronto,
borrifar a árvore, usando
pulverizador ou brocha
de caiação.

O Que é Biodiesel?

29 de maio de 2008

O biodiesel é um combustível para ser utilizado nos carros ou caminhões, feito a partir das plantas (óleos vegetais) ou de animais (gordura animal).

Atualmente o biodiesel vendido nos postos pelo Brasil possui 2% de biodiesel e 98% de diesel (B2). O biodiesel só pode ser usado em motores a diesel, portanto este combustível é um substituto do diesel.

Para se produzir biodiesel, o óleo retirado das plantas é misturado com álcool (ou metanol) e depois estimulado por um catalisador. O catalisador é um produto usado para provocar uma reação química entre o óleo e o álcool. Depois o óleo é separado da glicerina (usada na fabricação de sabonetes) e filtrado.

Existem muitas espécies vegetais no Brasil que podem ser usadas na produção do biodiesel, como o óleo de girassol, de amendoim, de mamona, de soja, entre outros.

Para que você entenda melhor esse processo, veja como funciona:
As mistura entre o biodiesel e o diesel mineral é conhecida pela letra B, mais o número que corresponde a quantidade de biodiesel na mistura. Por exemplo, se uma mistura tem 5% de biodiesel, é chamada B5, se tem 20% de biodiesel, é B20. Hoje nos postos em todo o Brasil é vendido o biodiesel B2.

A utilização do biodiesel puro ainda está sendo testada, se for usado só biodiesel (100%) sem misturar com o diesel mineral, vai se chamar B100.

Definição Geral:

Combustível natural usado em motores diesel, produzido através de fontes renováveis, que atende as especificações da ANP.

Definição Geral estendida:

Combustível renovável derivado de óleos vegetais, como girassol, mamona, soja, babaçu e demais oleaginosas, ou de gorduras animais, usado em motores a diesel, em qualquer concentração de mistura com o diesel. Produzido através de um processo químico que remove a glicerina do óleo.

Definição Técnica:

Combustível composto de mono-alquilésteres de ácidos graxos de cadeia longa, derivados de óleos vegetais ou de gorduras animais e designado B100.

Definição da legislação brasileira:

Biocombustível derivado de biomassa renovável para uso em motores a combustão interna com ignição por compressão ou, conforme regulamento, para geração de outro tipo de energia, que possa substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil.

Biodiesel é o nome de um combustível alternativo de queima limpa, produzido de recursos domésticos, renováveis. O Biodiesel não contem petróleo, mas pode ser adicionado a ele formando uma mistura. Pode ser usado em um motor de ignição a compressão (diesel) sem necessidade de modificação. O Biodiesel é simples de ser usado, biodegradável, não tóxico e essencialmente livre de compostos sulfurados e aromáticos.

O Biodiesel é fabricado através de um processo químico chamado transesterificação onde a glicerina é separada da gordura ou do óleo vegetal. O processo gera dois produtos, ésteres ( o nome químico do biodiesel) e glicerina (produto valorizado no mercado de sabões).

O biodiesel de qualidade deve ser produzido seguindo especificações industrias restritas, a nível internacional tem-se a ASTM D6751. Nos EUA, o biodiesel é o único combustível alternativo a obter completa aprovação no Clean Air Act de 1990 e autorizado pela Agência Ambiental Americana (EPA) para venda e distribuição. Os óleos vegetais puros não estão autorizados a serem utilizados como óleo combustível.

O biodiesel pode ser usado puro ou em mistura com o óleo diesel em qualquer proporção. Tem aplicação singular quando em mistura com o óleo diesel de ultrabaixo teor de enxofre, porque confere a este, melhores características de lubricidade. É visto como uma alternativa excelente o uso dos ésteres em adição de 5 a 8% para reconstituir essa lubricidade.

Mundialmente passou-se a adotar uma nomenclatura bastante apropriada para identificar a concentração do Biodiesel na mistura. É o Biodiesel BXX, onde XX é a percentagem em volume do Biodiesel à mistura. Por exemplo, o B2, B5, B20 e B100 são combustíveis com uma concentração de 2%, 5%, 20% e 100% de Biodiesel, respectivamente.

A experiência de utilização do biodiesel no mercado de combustíveis tem se dado em
quatro níveis de concentração:
· Puro (B100)
· Misturas (B20 – B30)
· Aditivo (B5)
· Aditivo de lubricidade (B2)

As misturas em proporções volumétricas entre 5% e 20% são as mais usuais, sendo que para a mistura B5, não é necessário nenhuma adaptação dos motores.

O biodiesel é perfeitamente miscível e físico quimicamente semelhante ao óleo diesel mineral, podendo ser usado em motores do ciclo diesel sem a necessidade de significantes ou onerosas adaptações.

Por ser biodegradável, não-tóxico e praticamente livre de enxofre e aromáticos, é considerado um combustível ecológico.

Como se trata de uma energia limpa, não poluente, o seu uso num motor diesel convencional resulta, quando comparado com a queima do diesel mineral, numa redução substancial de monóxido de carbono e de hidrocarbonetos não queimados


Textos Relacionados:

Brasil terá rede nacional para pesquisar mudanças climáticas

O Brasil passará a contar este ano com a primeira rede nacional integrada para pesquisas sobre mudanças climáticas, a Rede-Clima. Implantada pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), com financiamento de R$ 10 milhões da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos), a Rede vai gerar e disseminar conhecimento e tecnologia para que o País responda às demandas e desafios provocados pelas mudanças climáticas globais. Além disso, produzirá dados necessários ao apoio da diplomacia brasileira nas negociações sobre o regime internacional de mudanças do clima, assunto cada vez mais estratégico no cenário mundial.

“Em dois anos, já teremos um primeiro esboço de como e onde as mudanças climáticas podem atrapalhar o desenvolvimento sustentável no Brasil”, afirma Carlos Nobre, pesquisador do INPE. A implementação da Rede-Clima faz parte do Plano Nacional de Mudanças Climáticas, que deverá estar concluído até novembro deste ano, segundo a secretária nacional de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, Thelma Krug. O Plano foi anunciado pelo presidente Lula nas Nações Unidas em setembro de 2007.

Os recursos vão permitir o estabelecimento da estrutura básica da Rede. O projeto envolverá diversas instituições do País voltadas para estudos na área de mudanças climáticas, adaptação e mitigação (medidas tomadas para se reduzirem os efeitos adversos impostos ao meio ambiente), e ligadas a diversos setores, como biodiversidade, agricultura, energias renováveis, zonas costeiras, recursos hídricos, saúde humana, mega-cidades, desastres naturais e políticas públicas.

A sede da Rede-Clima será no novo Centro de Ciência do Sistema Terrestre do INPE, em São José dos Campos.

As taxas de desmatamento de abril na Amazônia

O martelo foi batido. O Inpe divulga as taxas de desmatamento de abril na Amazônia na segunda-feira. Junto com a numeralha, virá um relatório explicando em detalhes os dados obtidos através das análises das imagens obtidas pelo satélite que trabalha para o sistema Deter.

E tem mais...

Na quinta seguinte, será a vez do Imazon soltar os dados de seu Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) para o mês de abril. Desta vez, o SAD que vem monitorando mês a mês a saúde da floresta no Mato Grosso e Pará, trará uma novidade. Pela primeira vez, coletará informações sobre o desmatamento em todos os estados da Amazônia.

Mapa Desmatamento Mato Grosso
->Mapa de desmatamento

Fontes: O Eco e mundogeo


Índios X usinas

28 de maio de 2008

Fonte O Eco
Site de jornalismo
ligado no meio ambiente


Após 5 dias de protesto no Mato Grosso, índios desbloqueiam ponte, mas tomam servidores públicos como reféns. Cobram melhorias na saúde e ação contra impactos de hidrelétricas.

http://www.oguapore.com/news/imgs_news/des_indios2.jpg


Exemplo brasileiro

27 de maio de 2008

Fonte O Eco
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Essa cautela não pautou a apresentação brasileira no evento paralelo na COP 9 “Biocombustíveis no Brasil”. Na última quinta, representantes do governo deram exemplos positivos da produção de biocombustiveis no país. O diretor -substituto do Departamento de Cana-de-Açúcar e Agroenergia do MAPA, José Nilton de Souza Vieira citou que o uso de energia renovável no Brasil economiza 110 milhões de barris de óleo por ano. Já o pesquisador da Embrapa João Veloso afirmou que metade da produção de soja do sul do país está nas mãos de pequenos produtores. Detalhes no blog da WWF-Brasil.

http://www.cimm.com.br/conteudo/noticias/imagem/Image/mb_biocomb_divul.jpg



Bionegociações

26 de maio de 2008

Fonte O Eco
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Minc mantém chefe do Serviço
Florestal Brasileiro. Capobianco, braço-direito de Marina, está fora da equipe. Na conferência da ONU, biocombustíveis se tornam principal polêmica.


João Paulo Copobianco


Para ONG, saída de Marina pode elevar pressão contra etanol

20 de maio de 2008


Plantação de cana-de-açúcar
Críticas a biocombustíveis colocam Brasil na agenda internacional
A saída de Marina Silva do Ministério do Meio Ambiente poderá aumentar a pressão externa contra a produção de biocombustíveis, disse a representante da ONG The Nature Conservancy no Brasil, Ana Cristina Barros, em entrevista à BBC Brasil.

Segundo ela, em um momento em que o país está na agenda internacional por conta das críticas ao avanço da agricultura para a produção de etanol, "a indicação de que o Brasil vai fragilizar as regras ambientais vai ser muito percebida".

"Marina Silva dava um selo de qualidade ao governo. Com a sua saída, o governo perde este selo", disse. "Não quer dizer que não haja mais qualidade. Mas a pergunta vai estar lá."

"Momentaneamente, vai aumentar muito a expectativa", afirmou Ana Cristina Barros.

A representante da The Nature Conservancy afirmou que Marina Silva tinha "um pulso muito forte" e, em sua gestão de mais de seis anos à frente da pasta de Meio Ambiente, deu um rumo "muito preciso" à questão ambiental no Brasil. "Esperamos que não haja mudança (de rumo)", disse.

WWF

O WWF-Brasil (Fundo Mundial para Natureza) lamentou a saída de Marina Silva do ministério. "Trata-se de uma clara demonstração de que a área ambiental não tem espaço no atual governo", afirmou Denise Hamú, secretária-geral do WWF-Brasil.

Segundo Hamú, a saída da ministra gera uma grande insegurança em relação ao futuro. "Ela tentou, em vão, construir uma política transversal de desenvolvimento sustentável, que envolvesse todos os ministérios e não apenas o Ministério do Meio Ambiente", disse.

Para a secretária-geral do WWF-Brasil, a saída de Marina Silva poderá ter repercussões no exterior. "O pedido de demissão de Marina Silva terá uma repercussão muito negativa para o Brasil no exterior. O único lado positivo é que ganharemos de volta uma excelente senadora", afirmou Hamú.

Messias no Ibama


Fonte O Eco
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Minc anunciou nesta terça-feira que o novo presidente do Ibama será o atual diretor de licenciamento do órgão, Roberto Messias. Em conversa ao telefone com O Eco, Messias disse que ainda não tinha sido comunicado da escolha, mas que havia conversado com Minc sobre a possibilidade de assumir o cargo. “É um companheiro de longa data”, disse sobre o novo ministro.

Messias é conhecido por seu trabalho à frente de ONGs como a Biodiversitas, de Minas Gerais, e como ex-presidente do WWF Brasil. Ele foi também, secretário nacional de Meio Ambiente logo após Paulo Nogueira Netto, em 1985. Antes de ser diretor de licenciamento, foi superintendente do Ibama em Minas Gerais.

Marilene Ramos assume SEA

Fonte O Eco
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Marilene Ramos, presidente da Superintendência Estadual de Rios e Lagoas (Serla), foi confirmada pelo ministro Carlos Minc como a nova secretária de Ambiente do estado fluminense. Formada em engenharia ambiental pela COPPE/UFRJ, ela é professora da Fundação Getúlio Vargas e especialista em gestão de recursos hídricos. Talvez por isso Minc tenha apreço por ela e lhe chame de “Iemanjá, defensora das águas”.

Feed - O que é Isso

Imagine que você gosta de várias revistas e livros e geralmente para adquirir estas publicações, você precisa ir a várias bancas especializadas para poder adquirir o que você quer. Agora imagine o comodismo que seria, se todas essas bancas tivessem um serviço de avisar quando cada revista que te interessa chega e ainda, levá-las até a sua casa sem você ter que ligar pedindo? Essa é grande a vantagem na utilização dos feeds.

Feed em inglês (no sentido que nos interessa) significa “alimentador”. Os sites que disponibilizam algum tipo de Feed, comumente chamado pelo nome do formato ou por um apelido de XML, RSS, Syndication, Feeds ou Atom, permite você adicionar (alimentar) o link de um ou mais feeds de um ou vários sites em um mesmo “agregador de feeds”, que é um programa que administra todos os sites agregados.

Se você quer saber quais notícias pintam por aqui, instale um leitor de Feed http://www.feedreader.com/ e agrege o feed do blog ao programa, endereço: http://feeds.feedburner.com/365Atos ou use os leitores de Feed, hoje agregados aos novos navegadores Internet Explorer 7 e Firefox 2.

Operação Diamante Negro

Fonte O Eco
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ligado no meio ambiente

A Polícia Federal no Mato Grosso do Sul desencadeou, na manhã desta terça-feira, a Operação Diamante Negro, que deve cumprir cinco mandados de busca e apreensão e 34 mandados de prisão contra uma organização que explorava e comercializava carvão vegetal ilegal para abastecer em grande escala a indústria siderúrgica de Minas Gerais e São Paulo. A ação é resultado de investigações feitas em parceria com as delegacias de Dourados e Três Lagoas. Segundo a PF, a quadrilha era formada por servidores do Ibama, da Agência Fazendária dos municípios, do Instituto do Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul e da Polícia Rodoviária Federal.

Amazônia - modelo sustentável de desenvolvimento

16 de maio de 2008

Por Edson Porto
Enviado especial da BBC
Brasil a Manaus (AM) e Santarém (PA)


É difícil encontrar na Amazônia quem defenda um modelo predatório de ocupação e desenvolvimento. De caboclos a fazendeiros, passando por multinacionais e políticos, o apoio à preservação e à idéia de desenvolvimento sustentável permeia quase todos os discursos.

Mas a região vive um grande descompasso entre discurso e ação. O desmatamento voltou a crescer nos últimos 12 meses, há conflitos fundiários sérios, muita violência e problemas ecológicos, sociais e econômicos com o crescimento dos agronegócios ou da exploração predatória da selva.

"A Amazônia precisa de um novo modelo de desenvolvimento", acredita Paulo Adario, diretor da Campanha Amazônia do Greenpeace Brasil. "Acho que ainda existe uma discussão falsa, em que se contrapõem desenvolvimento e preservação. A visão de que a floresta é uma barreira ao desenvolvimento é antiga, dos anos 70, e é falsa."

No entanto, a busca por um novo modelo de desenvolvimento ainda é embrionário e a maior parte do crescimento econômico da região amazônica (que é maior do que média nacional) continua baseado na expansão de atividades tradicionais, como a exploração de madeira, a mineração, a criação extensiva de gado e a agricultura.

"A grande questão é como fazer a floresta valer mais em pé do que cortada", resume Virgílio Viana, coordenador do Fundo Amazônia Sustentável (FAS), uma ONG criada para gerenciar o Bolsa Floresta, um programa de transferência de renda a famílias e comunidades que protegem a mata em áreas de preservação.

Idéias

Segundo especialistas, existe um ciclo bem estabelecido de exploração econômica na Amazônia. O primeiro passo em geral é a exploração da madeira.

A segunda fase depende da capacidade do produtor. No caso de agricultores de menor porte, essa fase é a de exploração do solo para o plantio. Quando esse solo se esgota, em geral por causa da falta do uso de tecnologia agrícola, entra o gado.

Há locais em que o gado pode ser substituído pela agricultura industrializada, como tem acontecido em áreas de soja no Pará, onde fazendeiros de maior porte e com mais capital limpam as pastagens para transformá-las em plantações mecanizadas.

Para romper esse ciclo vicioso, há muitas propostas na região, a maioria ainda no nascedouro. Um exemplo é o Bolsa Floresta. O programa criado pelo governo do Amazonas prevê o pagamento de R$ 50 como compensação para famílias que vivem em áreas de reservas estaduais e não desmatem. O plano também prevê ajuda às comunidades na criação de alternativas de renda e infra-estrutura social.

O plano, porém, é recente e esbarra na falta de documentação da população local. "Um dos problemas é que a pessoa precisa ter CPF para se inscrever, e o plano está andando devagar já que muita gente não tem", diz o governador do Estado, Eduardo Braga.

Na opinião de Everaldo de Souza Martins Filho, secretário de Planejamento de Santarém, no Pará, é preciso encontrar um equilíbrio entre fortalecer a agricultura familiar e explorar de forma sustentável as áreas que já estão alteradas.

Desmatamento começa na pecuária e pode envolver outras atividades

"Apenas no município de Santarém temos um enorme área que já foi mexida, mas que não é explorada. Podemos aumentar muito a nossa produção agrícola sem cortar mais nada", ele diz.

Representantes do Sindicato dos Produtores Rurais da cidade defendem a mesma coisa. Eles afirmam que o município de 2,5 milhões de hectares tem cerca de 600 mil já sem floresta (alguns estimam que esse número seja menor, cerca de 400 mil hectares).

"Dessa área, só usamos para plantação e gado 200 mil hectares", afirma João Clóvis Duarte, vice-presidente do Sindicato. O restante está abandonado.

Segundo Adario, do Greenpeace, o problema é que usar e recuperar áreas abertas que já foram exauridas pela agricultura intensiva pode ser até 6,5 vezes mais caro do que abrir novas áreas.

Barreiras

A lista de receitas e idéias sobre o que pode ser feito na região é longa. ONGs e governos locais defendem desde a exploração sustentável da madeira até o desenvolvimento de produtos de alto valor agregado a partir de plantas e árvores amazônicas. No entanto, além do aumento das áreas de preservação e do desenvolvimento de alguns projetos pontuais, vê-se pouca mudança.

A incipiência das alternativas econômicas tem várias explicações. Na visão do ministro de Assuntos Estratégicos da Presidência, Roberto Mangabeira Unger, existem três problemas básicos que impedem a criação de uma nova dinâmica econômica na região.

"A primeira é a questão da propriedade da terra, já que falta a definição de quem são os proprietários. A segunda é a falta de um zoneamento ecológico e econômico da Amazônia. E a terceira é ausência de um regime regulatório e fiscal que garanta que a floresta em pé valha mais do que a floresta cortada", diz Unger.

Como coordenador do Plano Amazônia Sustentável (PAS), um projeto para desenvolver a região de forma equilibrada, ele diz que está buscando soluções no curto prazo para resolver esses problemas e poder implementar projetos que ajudem a região a se desenvolver.

O desafio poderá ser maior do que o ministro está antecipando. Em Santarém há agricultores com terras de mil hectares que estão esperando há 15 anos pela regularização de suas propriedades. Na Amazônia, os projetos e as políticas de mudança têm sempre sido muito mais lentos do que as motosserras.
 

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